Muitos católicos têm uma visão errada da Igreja; pensam que ela seja algo secundário na vida religiosa. Alguns dizem: “Amo a Deus, amo Jesus Cristo, mas não quero a Igreja”. Às vezes decepcionados com os pecados dos filhos, rejeitam a Mãe, que é Santa, como diz o nosso Credo: una, santa, católica e apostólica. Os pecados dos seus filhos não a mancham. A Sua cabeça é o próprio Cristo e Sua alma é o divino Espírito Santo.
Cristo a instituiu como o Seu Corpo, “Sacramento universal da Salvação”; pois é através dela que Cristo faz a Redenção chegar a todos os homens de todos os tempos e lugares. Disse o Concílio Vaticano II que ela é “o germe e o início do Reino de Deus” (LG ,5). Logo, sem a Igreja não há, portanto, Reino de Deus. Santo Agostinho escreveu que:
“A Igreja recebeu as chaves do Reino dos Céus para que se opere nela a remissão dos pecados pelo sangue de Cristo e pela ação do Espírito Santo. É nesta Igreja que a alma revive, ela que estava morta pelos pecados”.
O Catecismo mostra toda a realidade, beleza, missão e identidade da Igreja, ao ensinar com muitas figuras, o que ela é:
-“Um projeto nascido no coração do Pai” (§759)
-“Prefigurada desde a origem do mundo”(§ 760)
-“Preparada na Antiga Aliança” (§761)
-“Instituída por Jesus Cristo” (§ 763)
-“Manifestada pelo Espírito Santo” (§767)
-“A ser consumada na glória” (§769)
-“ Mistério da união dos homens com Deus” (§772)
-“Sacramento universal da salvação” (§774)
-“Comunhão com Jesus” (§787)
-“Corpo de Cristo” (§787)
-“Esposa de Cristo” (§796)
-“Templo do Espírito Santo” (§797)
-“Povo de Deus” (§781)
Foi o próprio Jesus quem quis a Igreja como prolongamento de sua presença salvadora no meio dos homens. “Sobre ti Pedro edificarei a MINHA Igreja” (Mt 16,18). A Igreja é antes de tudo Dele, a Sua Esposa amada, com a qual Ele vai celebrar na eternidade as “núpcias do Cordeiro” (Ap 22,17).
Quem pergunta: “Por que a Igreja?”, incorre no mesmo erro de quem pergunta: “Por que Cristo?” Cristo veio do Pai e deixou a Igreja. O Pai enviou Jesus para a salvação do mundo, e Cristo enviou a Igreja.
Alguns hoje querem a Igreja na forma de uma “democracia moderna”, onde tudo se decida pela vontade da maioria. Ela seria então como “um grande Clube religioso”, de normas “flexíveis”, mais assimiláveis. A consequência disso – e o grande engano – é que neste caso o homem seria guiado unicamente por si mesmo, e não por Deus. Não seria mais “a Igreja de Deus” (1Tm 3,15). E não levaria a salvação ao mundo.
Prof. Felipe Aquino