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“As famílias de hoje”: I Catequese preparatória ao IX Encontro Mundial das Famílias

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“As famílias de hoje”: I Catequese preparatória ao IX Encontro Mundial das Famílias

 

A organização do IX Encontro Mundial das Famílias preparou uma série de catequeses preparatórias ao grande evento que se realizará em Dublin, de 21 a 26 de agosto, que iremos repropor nestes dias.

 

O tema da Primeira Catequese é “As famílias de hoje”

IX Encontro Mundial das Famílias - Foto: Vídeo Vatican News

IX Encontro Mundial das Famílias – Foto: Vídeo Vatican News

 

“Filho, por que agiste assim conosco? Olha, teu pai e eu estávamos angustiados, á tua procura”. (Lc 2,48) Maria, mulher da escuta, abre os nossos ouvidos; faz com que saibamos ouvir a Palavra do teu filho Jesus entre as mil palavras deste mundo; faz com que saibamos ouvir a realidade em que vivemos, cada pessoa que encontrarmos, especialmente aquela que é pobre, necessitada, em dificuldade. Maria, mulher da decisão, ilumina a nossa mente e o nosso coração,para que saibamos obedecer a Palavra do teu Filho Jesus, sem hesitação;Dá-nos a coragem da decisão, para não nos deixar arrastar para que outros orientem nossa vida. Maria, mulher de ação, faz com que as nossas mãos e pés se movem “com pressa” para os outros,para levar a caridade e o amor do teu Filho Jesus,para levar, como você, a luz do Evangelho ao mundo. Amém. Papa Francisco, Praça São Pedro 31 de maio de 2013)

 

Os Evangelhos nos narram poucas histórias sobre os acontecimentos da Sagrada Família de Nazaré. Muito é deixado ao nosso imaginário, considerando que foram cerca de trinta anos em que Jesus viveu em Nazaré com os seus. Os poucos episódios transmitidos tornaram-se fundamentais para compreender o mistério desta família.

 

A única história que nos apresenta Jesus aos doze anos (naquela época, a idade não era apenas de um menino, mas de uma pessoa que atingiu recentemente a idade da maturidade) que interage com seus pais, está no Evangelho de Lucas e é assim dita a história da “descoberta de Jesus no templo para discutir com os doutores da lei”.

 

Nós certamente esperamos a narração de uma página idílica da Sagrada Família, um pouco como a dos comerciais, em que todos os membros da família são lindos, sempre sorridentes e brilhantes, em total e absoluto entendimento mútuo, no entanto, com a nossa grande maravilha, o Evangelho nos dá outra história. Para usar um termo muito na moda hoje, a Família de Nazaré “entra em crise”.

 

Maria e José são pessoas muito religiosas, vão pontualmente todos os anos ao templo de Jerusalém para a festa da Páscoa, como nos narra Lucas, eles trazem com eles Jesus para educá-Lo também nesses ritmos religiosos, mas de repente, durante a viagem de retorno de Jerusalém, depois de uma jornada de caminhada, eles não encontram Jesus na comitiva.

 

Essa família vai para rezar, mas aparentemente sua oração e sua devoção religiosa não os preservam desse tipo de vicissitudes familiares. 2 Imaginemos o que Maria e José podem experimentar diante desse evento absolutamente imprevisto.

 

Um pai e, acima de tudo, uma mãe pode bem entender a angústia absurda em que um pai experimenta quando ele não encontra o filho e não saber onde procurá-lo. Portanto, esta Família Santa não nos causa uma boa impressão, não nos dá um bom testemunho e não pode ser-nos um exemplo.

 

Por que o evangelista Lucas nos mantém contando e deixando essa história dramática assim? Tudo isso destrói a maneira como pensamos desta Família, e certamente nos projeta para outra coisa, em outro lugar, em direção a um mistério maior que escapa à nossa compreensão.

 

Papa Francisco, então, em Amoris laetitia abre os nossos olhos precisamente sobre este mistério: «A Bíblia é povoada por famílias, gerações, histórias de amor e de crises familiares, desde a primeira página, onde entra em cena a família de Adão e Eva, com sua carga de violência, mas também com a força da vida que continua (cfr. Gên 4)» (Al 8).

 

A Palavra de Deus não nos apresenta de modo algum uma imagem idealista e abstrata de família, como esperávamos, mas oferece ao nosso olhar, diferentes histórias de famílias concretas, com a singularidade e unicidade de seus problemas, dificuldades e desafios.

 

A Palavra nos projeta em realidade com «a presença da dor, do mal, da violência que dilacera a vida da família e a sua intima comunhão de vida e de amor» (Al 19). Da mesma forma «apresenta o ícone da família de Nazaré, com sua vida quotidiana feita de trabalhos e até pesadelos, como quando teve que sofrer a violência incompreensível de Herodes, uma experiência que é tragicamente repetida ainda hoje em muitas famílias de refugiados rejeitados e desamparados».

 

O ponto fundamental, então, não é a ausência de crise nas famílias (não há uma única família, nem mesmo a Sagrada Família, que esteja isenta), mas como reagir diante de qualquer crise. A história de Lucas em sua previsão e concretude oferece a todas as famílias as coordenadas fundamentais que tornam uma verdadeira escola de vida para todos.

 

À primeira vista, nós os pais de hoje, todos cuidando e prestando atenção aos nossos filhos, colheremos imediatamente a imprudência de José e Maria ao deixar o próprio Filho sozinho e desamparado durante um dia inteiro em sua viagem de volta para casa.

 

Na realidade, naquela cultura, Jesus não é mais considerado um menor, e é por isso que ele é tratado como um de sua idade. Além disso, no entanto, podemos compreender outro elemento mais profundo, dando-lhe um nome que é muito utilizado tanto na esfera social como na esfera eclesial: “desafio educacional”.

 

A este respeito, o Papa Francisco oferece a todos nós uma prospetiva indicação: «A obsessão, porém, não é educativa; e também não é possível ter o controle de todas as situações onde um filho poderá chegar a encontrar-se. […] Assim, a grande questão não é onde está fisicamente o filho, com quem está neste momento, mas onde se encontra em sentido existencial, onde está posicionado do ponto de vista das suas convicções, dos seus objetivos, dos seus desejos, do seu projeto de vida. Por isso, eis as perguntas que faço aos pais: «Procuramos compreender “onde” os filhos verdadeiramente 3 estão no seu caminho? Sabemos onde está realmente a sua alma? E, sobretudo, queremos sabê- lo?”» (Al 261).

 

Muitas vezes, estamos diante de tantos pais, todos cuidando para que seu filho possa aprender muitas atividades, como educativas, esportivas, artísticas, talvez empurrando-o para fazer coisas que eles mesmos gostariam de ter feito enquanto jovens, mas que nunca param com eles apenas para ouvir, por um momento, o mundo interior do seu coração. José e Maria correram esse risco, com toda a angústia que isso implica, e somente após três dias, três dias muito longos e intermináveis, encontram Jesus no templo.

 

A sua primeira reação é justamente o espanto, porque, como lemos em Amoris laetitia, «É inevitável que cada filho nos surpreenda com os projetos que brotam desta liberdade, que rompa os nossos esquemas; e é bom que isto aconteça. A educação envolve a tarefa de promover liberdades responsáveis, que, nas encruzilhadas, saibam optar com sensatez e inteligência; pessoas que compreendam sem reservas que a sua vida e a vida da sua comunidade estão nas suas mãos e que esta liberdade é um dom imenso.» (Al 262). O filho é sempre uma surpresa, é sempre um mistério para os pais desde a sua concepção.

 

«Com os progressos feitos pela ciência, é possível saber de antemão a cor que terá o cabelo da criança e as doenças que poderá ter no futuro, porque todas as características somáticas daquela pessoa estão inscritas no seu código genético já no estado embrionário. Mas, conhecê-lo em plenitude, só consegue o Pai do Céu que o criou: o mais precioso, o mais importante só Ele conhece, pois é Ele que sabe quem é aquela criança, qual é a sua identidade mais profunda.» (Al 170).

 

Portanto, diante do mistério do filho, a atitude mais verdadeira nunca pode ser a de julgamento, da desilusão, da acusação, da condenação. Quantas vezes essas declarações são provenientes dos lábios dos pais que realmente matam um filho: “Você não é o filho que eu esperava!”. Diante disto «reflexo vivo do seu amor, sinal permanente da unidade conjugal e síntese viva e indissociável do ser pai e mãe» (Al 165).

 

A atitude mais sagrada é a abertura para as surpresas de Deus. Tudo isso não é realizado de uma maneira espiritualista ou, nem menos, desumano. É claro que o inesperado aborrece, perturba e provoca angustias, como no caso de José e Maria, que com grande angústia estão à procura de Jesus. O Evangelho não desumaniza o coração do homem, mas respeita e dá voz aos sentimentos, que não são nem bons nem maus, e, ao mesmo tempo, ensina-nos como nos relacionar com nossos sentimentos: sempre devemos questionar-nos e perguntar.

 

Eles fazem uma pergunta a Jesus, antes é precisamente Maria, que em nome de ambos, pergunta a Jesus. As palavras que ela usa de uma forma extraordinária em poucas linhas nos abrem ao verdadeiro mistério da parentalidade: «Filho, por que agiste assim conosco? Olha, teu pai e eu estávamos, angustiados, à tua procura» (Lc 2,48). O filho sempre continua sendo um filho e, como tal, sempre deve ser chamado, reconhecido e amado.

 

Ao filho precisa sempre perguntar e questionar, nunca para ser acusado e condenado, e um pai nunca deve ter medo de se colocar no relacionamento com seu filho: “Porque você me fez isso?”. A situação em jogo não é a regra moral ou o dever ou o que é certo ou errado. O que mais importa é o relacionamento e, neste caso específico, a relação fundamental entre pais e filho. Maria vai ainda mais além. Ela evidencia não apenas a relação entre pais e filho, mas a relação entre pai e mãe e filho em sua completude e integridade.

 

É ela, a mãe, a falar não só em seu nome, mas primeiro em nome de seu pai e depois em seu nome. Por trás dessa sequência se ofusca uma ordem extraordinária da paternidade e da maternidade em relação à prole. Com razão, Papa Francisco afirma que «ambos «contribuem, cada um à sua maneira, para o crescimento duma criança. Respeitar a dignidade duma criança significa afirmar a sua necessidade e o seu direito natural a ter uma mãe e um pai».

 

Não se trata apenas do amor do pai e da mãe separadamente, mas também do amor entre eles, captado como fonte da própria existência, como ninho acolhedor e como fundamento da família. Caso contrário, o filho parece reduzir-se a uma posse caprichosa. Ambos, homem e mulher, pai e mãe, são «cooperadores do amor de Deus criador e como que os seus intérprete”. Mostram aos seus filhos o rosto materno e o rosto paterno do Senhor» (Al 172).

 

Porque é Maria e não José a falar? Porque ela menciona seu marido primeiro? Porque de que desde que o mundo é mundo, não podemos de modo algum negar a singularidade do relacionamento da mãe com o filho concebido e carregado em seu ventre: é ela quem «colabora com Deus, para que se verifique o milagre duma nova vida» (Al 168). Este carregar o filho dentro de si, em suas próprias entranhas, não é apenas um elemento anatômico ou fisiológico ou temporal da mãe, mas afirma uma dimensão permanente que caracteriza a maternidade da mulher.

 

Maria fala a Jesus porque ela tem um relacionamento de maior proximidade e intimidade com seu filho, mas ao mesmo tempo (uma coisa que deveriam aprender a fazer sempre todas as mães de hoje) ela atua como intermediária de José e afirma a antecedência da paternidade em relação a maternidade. Aqui estamos longe de um discurso cultural, social ou moral, ou ainda mais, machista, que afirma a prioridade do pai sobre a mãe. A história do Evangelho projeta nosso olhar muito mais longe, mais profundo e mais alto: o pai é como um sinal da Paternidade de Deus. Em vez disso, o que testemunhamos hoje?

 

Para «uma “sociedade sem pais”. Na cultura ocidental, a figura do pai estaria simbolicamente ausente, distorcida, desvanecida.» (Al 176). O Evangelho então nos ilumina sobre uma verdade fundamental: «os filhos têm necessidade de encontrar um pai que os espera quando voltam dos seus fracassos. Farão de tudo para não o admitir, para não o revelar, mas precisam dele» (Al 177). Se Maria e José podem interagir como mãe e pai em relação a Jesus, é porque sua cumplicidade conjugal está viva.

 

Com que frequência esquecemos que o fundamento da parentalidade não é a prole (não nos tornamos pais unicamente com o nascimento natural do filho, e José é um testemunho concreto), mas com a conjugalidade do casal. De fato, a crise fundamental vivida hoje mais do que nunca pelas famílias preocupa-se precisamente com o analfabetismo 5 afetivo que parte da relação fundamental entre os cônjuges em todas as outras áreas, gerando a «“cultura do provisório”.

 

Refiro-me, por exemplo, à rapidez com que as pessoas passam duma relação afetiva para outra. Creem que o amor, como acontece nas redes sociais, se possa conectar ou desconectar ao gosto do consumidor e inclusive bloquear rapidamente. Penso também no medo que desperta a perspectiva dum compromisso permanente, na obsessão pelo tempo livre, nas relações que medem custos e benefícios e mantêm-se apenas se forem um meio para remediar a solidão, ter proteção ou receber algum serviço.

 

Transpõe-se para as relações afetivas o que acontece com os objetos e o meio ambiente: tudo é descartável, cada um usa e joga fora, gasta e rompe, aproveita e espreme enquanto serve; depois… adeus» (Al 39). Tudo isso desencoraja claramente a geração mais jovem em formar uma família, assustada pelo fracasso daqueles que fizeram essa escolha antes deles. Nesse sentido, a Família de Nazaré torna-se um farol não ideal, mas real, porque também, nas contradições e nos absurdos de seus acontecimentos de vida, mostra a todas as gerações «a alegria do amor» (Al 1) que se vive dentro de casa.

 

Por esta razão, o Santo Padre afirma resolutamente: «A aliança de amor e fidelidade, vivida pela Sagrada Família de Nazaré, ilumina o princípio que dá forma a cada família e a torna capaz de enfrentar melhor as vicissitudes da vida e da história. Sobre este fundamento, cada família, mesmo na sua fragilidade, pode tornar-se uma luz na escuridão do mundo. “Aqui se aprende (…) uma lição de vida familiar.

 

Que Nazaré nos ensine o que é a família, a sua comunhão de amor, a sua austera e simples beleza, o seu carácter sagrado e inviolável; aprendamos de Nazaré como é preciosa e insubstituível a educação familiar e como é fundamental e incomparável a sua função no plano social”» (Al 66). Queremos aprender a ser uma família? Vamos jogar fora o modelo idealista que temos em nossa cabeça e olhemos para a Sagrada Família, que mostra a todos como os eventos críticos da vida são uma fonte inesgotável de graça e de santificação para o mundo inteiro.

 

Em Família

 

Para refletir

 

  1. O que significa que uma crise familiar possa se tornar uma fonte inesgotável de graça?

 

  1. Qual é a singularidade da maternidade ou da paternidade?

 

Prática

 

  1. Certamente na sua vida familiar e conjugal há dificuldades, problemas, as chamadas “crises”. Como você lidou com elas? Como, por outro lado, você poderia enfrentá-las à luz da catequese que meditou?

 

  1. Como você vive o seu ser pai ou sua mãe em relação ao cônjuge que Deus colocou ao seu lado? Como fazer o seu filho o u seus filhos experimentarem a inter-relação entre a paternidade e a maternidade?

 

Na Igreja

 

Para refletir

 

  1. Porque diante da cultura do provisório não atrai a beleza da cultura do para sempre do amor? 2. Em que sentido a Paternidade de Deus é o fundamento de toda paternidade terrena? Prática 1. Como uma comunidade eclesial deve interagir com as múltiplas e frequentes crises familiares? Qual estilo, quais métodos, quais instrumentos, quais espaços e o que mais é chamada a oferecer?

 

  1. Ser pai e ser mãe é a missão mais difícil e mais complexa. Como a Igreja é chamada a levar a sua contribuição nesta missão singular e única?

 

Assista ao vídeo:

 

Cidade do Vaticano

 

Fonte: Vatican News

Papa: não reduzir a religião somente à prática da Lei

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Papa: não reduzir a religião somente à prática da Lei

 

“É uma tentação comum, esta, de reduzir a religião à prática das leis, projetando em nosso relacionamento com Deus a imagem da relação entre os servos e seus patrões: os servos devem executar as tarefas que o patrão designou, para ter a sua benevolência”, disse o Papa em sua alocução.

 

Resistir à tentação de “reduzir a religião somente à prática das leis, projetando em nossa relação com Deus a imagem da relação entre os servos e seus patrões”.

Papa Francisco da janela do apartamento pontifício - Foto: Vatican Media

Papa Francisco da janela do apartamento pontifício – Foto: Vatican Media

No Angelus deste XVIII Domingo do Tempo Comum, falando aos milhares de fiéis e turistas presentes na Praça São Pedro a uma temperatura de 30ºC, o Papa exortou a “cultivar nossa relação” com Jesus, “fortalecer nossa fé n’Ele, que é o “pão da vida”.

 

Inspirado no Evangelho de João proposto pela liturgia deste domingo, o Papa recorda que “a Jesus não basta que as pessoas o procurem, ele quer que as pessoas o conheçam; quer que a busca por Ele e o encontro com Ele ultrapasse a satisfação imediata das necessidades materiais”:

Jesus veio para nos trazer algo mais, a abrir a nossa existência a um horizonte mais amplo em relação às preocupações cotidianas do alimentar-se, vestir-se, da carreira e assim por diante. Por isso, voltando-se a multidão, exclama: «Me buscais não porque vistes sinais, mas porque comestes daqueles pães e vos saciastes»”.

 

Desta forma,  “estimula as pessoas a darem um passo em frente, a interrogarem-se sobre o significado do milagre e não apenas para tirar proveito dele”.

 

Angelus de 5 de agosto de 2018

 

O milagre da multiplicação dos pães e dos peixes – explicou Francisco – “é sinal do grande dom que o Pai deu à humanidade, que é o próprio Jesus!”:

Ele, verdadeiro “pão da vida”, quer saciar não apenas os corpos, mas também as almas, dando o alimento espiritual que pode satisfazer a fome mais profunda. Por isso convida a multidão a procurar não a comida que não dura, mas aquela que permanece para a vida eterna. Trata-se de um alimento que Jesus nos dá todos os dias: sua Palavra, seu Corpo, seu Sangue”.

 

Também nós – como a multidão na época – ouvimos o convite de Jesus, mas não entendemos seu significado. As pessoas pensam que Jesus pede a elas “para observarem os preceitos para obter outros milagres, como a multiplicação dos pães”:

É uma tentação comum, esta, de reduzir a religião somente à prática das leis, projetando em nossa relação com Deus a imagem da relação entre os servos e seus patrões: os servos devem executar as tarefas que o patrão determinou, para ter a sua benevolência. Isto o sabemos todos”.

 

À multidão que quer saber de Jesus que ações deve fazer para agradar a Deus, Jesus dá uma resposta inesperada: “A obra de Deus é que vocês acreditem naquele que ele enviou”:

Essas palavras são dirigidas também a nós hoje: a obra de Deus não consiste tanto no “fazer” coisas, mas em “crer” n’Aquele que Ele enviou. Isto significa que a fé em Jesus nos permite realizar as obras de Deus. Se nos deixarmos envolver nesta relação de amor e confiança com Jesus, poderemos fazer boas obras que perfumam de Evangelho, pelo bem e às necessidades dos irmãos”.

 

E se é importante preocupar-nos com o pão – disse o Papa – mais importante ainda “é cultivar nossa relação com Ele, fortalecer nossa fé n’Ele, que é o “pão da vida”, vindo para saciar a nossa fome de verdade, a nossa fome de justiça, a nossa fome de amor”.

 

“Que a Virgem Maria – disse ao concluir –  no dia em que recordamos a dedicação da Basílica de Santa Maria Maior – a Salus populi romani –  em Roma, nos sustente em nosso caminho de fé e nos ajude a nos abandonarmos com alegria ao plano de Deus para nossas vidas”.

 

Jackson Erpen – Cidade do Vaticano

 

Fonte: Vatican Media

Perdão de Assis, uma porta aberta para a reconciliação

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Perdão de Assis, uma porta aberta para a reconciliação

 

O Perdão de Assis é celebrado anualmente nos dias 1° e 2 de agosto, e representa um momento ímpar para a experiência da reconciliação.

A Porciúncula dentro da Basílica de Santa Maria dos Anjos

A Porciúncula dentro da Basílica de Santa Maria dos Anjos

 

Nos dias 1º e 2 de agosto será celebrado o Perdão de Assis. De maneira especial – e não só – na Porciúncula, que é uma “porta sempre aberta” para todos aqueles que querem alcançar a graça de Deus por meio da experiência da reconciliação.

 

O Papa Francisco assim referiu-se à Porciúncula: “O caminho espiritual de São Francisco teve início em São Damião, mas o verdadeiro lugar amado, o coração pulsante da Ordem, onde a fundou e onde, por fim, entregou sua vida a Deus, foi a Porciúncula, a ‘pequena porção’, o cantinho junto à Mãe da Igreja; junto a Maria que, por sua fé tão firme e por seu viver tão inteiramente do amor e no amor com o Senhor, todas as gerações a chamarão bem-aventurada.”

 

No dia do Perdão, tal graça é vivida por milhares de peregrinos de todas as idades, desejosos de atravessar a “porta da vida eterna” e receber o dom da Indulgência Plenária.

 

Diversos eventos ajudarão os peregrinos a “entrar e viver em plenitude este tempo de graça”, conforme um comunicado da secretaria da Basílica de Santa Maria dos Anjos, no interior da qual está a Porciúncula.

 

Antes de tudo, a presença na Porciúncula do Saio dos estigmas de São Pio de Pietrelcina. De fato, o hábito que o frei capuchinho vestia no dia em que recebeu do Senhor os estigmas, estará exposto para a veneração dos fiéis de 29 de julho a 2 de agosto.

 

Em 29 de julho, às 19 horas, terá início o Tríduo em preparação ao Perdão. As meditações do Bispo de Gubbio, Dom Luciano Paolucci Bedini, introduzirão os peregrinos na celebração da misericórdia obtida por São Francisco na igreja Santa Maria dos Anjos.

 

A quarta-feira, 1º de agosto, marca a abertura da Solenidade do Perdão. Às 11 horas, como de costume, o Ministro geral da Ordem dos Frades Menores, padre Michael Perry, presidirá a Solene Celebração Eucarística, que terminará com a Procissão de “Abertura do Perdão”, assim denominada pois, a partir daquele momento até às 24 horas do dia 2 de agosto, a Indulgência Plenária concedida à Porciúncula se estende a todas as igrejas paroquiais espalhadas no mundo e também a todas as igrejas franciscanas.

 

Às 19 horas, as Primeiras Vésperas serão presididas pelo bispo de Assis – Nocera – Umbra,  Dom Domenico Sorrentino. Seguirá a oferta de incenso pela Prefeita de Assis, Stefania Proietti.

 

A tradicional Vigília de Oração terá lugar às 21h15, com procissão luminosa, e será conduzida pelo padre Giuseppe Renda, Custódio da Porciúncula.

 

No dia 2 de agosto será possível participar de numerosas Celebrações Eucarísticas, algumas celebradas por Dom Domenico Sorrentino,  Dom Luciano Paolucci Bedini e pelo padre Claudio Durighetto, Ministro Provincial dos Frades Menores da Úmbria e Sardenha.

 

A partir das 14h30, os jovens participantes de XXXVIII Marcha Franciscana – provenientes de todas as regiões da Itália e de outros países – passarão pela porta da Porciúncula, após terem caminhado por mais de uma semana, guiados pelo tema “Com um nome novo”.

 

Às 19 horas, as Vésperas Solenes do Perdão conduzidas pelo padre Claudio Durighetto.

 

Durante os dois dias da festa, a Basílica permanecerá aberta durante todo o dia para permitir aos peregrinos aproximarem-se do Sacramento da Reconciliação

 

Já na Praça da Basílica, serão realizados cinco espetáculos, que incluem Gloriosus Francisuc com Michele Placido, Concerto da Orquestra Sinfônica russa, “In viaggio con Maria”Concerto do Perdão da Banda da Gendarmaria Vaticana, o balé Le due vie.

 

Origem da Porciúncula

 

A igrejinha, hoje chamada “Porciúncula”, foi construída no ano 352, originalmente como uma Capelinha, por quatro piedosos eremitas provenientes da Palestina.

 

Esta Capelinha, que fora dedicada à Virgem Santíssima, foi confiada no século VI aos Monges Beneditinos do Monte Subásio, que a ampliaram e ornamentaram.

 

Devido à pequena “porção de terra” de que os Monges dispunham, a Capelinha foi chamada “Porciúncula”, quer dizer, “porçãozinha” ou “pequena porção”. Com o tempo, passou a ser chamada “Santa Maria dos Anjos” por causa das frequentes aparições dos Anjos.

 

Reconstrução

 

Quando Francisco de Assis se converteu, enveredando o caminho da santidade, viu que a Capelinha estava completamente arruinada. Então, em virtude da ardorosa devoção que nutria pela Mãe de Deus, ele a reconstruiu e a ganhou do Abade Teobaldo, monge beneditino. Para ali Francisco se retirou com os seus companheiros, ao ser obrigado a abandonar o Tugúrio de Rivotorto.

 

Certa noite de inverno, no ano 1216, enquanto o Pobrezinho de Assis, tomado pelo zelo ardente de levar os pecadores à conversão e à salvação, foi circundado por uma luz suave: um Anjo o convidou a ir à Capelinha, onde era aguardado por Jesus, sua Mãe Santíssima e muitos Anjos.

 

Ao chegar à Capelinha, Francisco se prostrou e adorou a Jesus e venerou a Virgem e os Anjos. Vendo a sua humildade e desprendimento, Jesus lhe deu a possibilidade de pedir uma graça que mais o agradasse. Então, como um novo Moisés, Francisco não pensou em si, mas em todas as almas e respondeu: “Senhor, peço que todos aqueles que, arrependidos e confessados, entrando nesta igrejinha, tenham o perdão de todos os seus pecados e a completa remissão das penas devidas às suas culpas”. E Jesus lhe disse: “Grande é a graça que me pedes, Francisco; no entanto, eu lha concedo, por intermédio da minha Mãe”. Assim, ele invocou a mediação de Nossa Senhora, que a concedeu pela súplica ao seu Filho Divino. Porém, o Senhor pediu-lhe para se apresentar ao seu Vigário na terra, o Sumo Pontífice, para obter a confirmação da graça.

 

Indulgência

 

Dito isto, a visão de Francisco cessou. Ele, imediatamente, foi até ao Papa Honório III, que, depois de várias dificuldades, lhe confirmou a graça, limitando-a, porém, apenas a um dia, por todos os anos, fixando a sua data para o dia 2 de agosto, começando com as Vésperas da Vigília.

 

Assim, em 2 de agosto de 1216, na presença dos Bispos de Assis e das regiões vizinhas, convidados para a consagração da igrejinha da “Porciúncula” e diante de uma multidão extraordinária de fiéis, São Francisco promulgou a “grande indulgência”, concedendo o incomparável tesouro do “Perdão de Assis” a todos os homens de boa vontade.

 

Extensão da indulgência

 

Com a Bula de 4 de julho de 1622, o Papa Gregório XV estendeu esta “Indulgência da Porciúncula” a todas as igrejas da Ordem Franciscana. Em 12 de janeiro de 1678, o Papa Inocêncio XI declarou que esta indulgência podia ser aplicada também às almas do Purgatório.

 

Para facilitar o “Perdão de Assis” aos fiéis do mundo inteiro, o Papa Pio X deu a possibilidade de obtê-lo também nas igrejas ou oratórios. Por sua vez, Bento XV, em 16 de abril de 1921, com o um solene documento, estendeu esta indulgência a todos os dias do ano, mas, de modo solene, na Basílica de Santa Maria dos Anjos, em Assis. Assim se concretizou o desejo de São Francisco.

 

Maiores informações sobre a programação em Assis: www.porziuncola.org

 

Papa os 800 anos da festa do Perdão de Assis, a Conferência da Família Franciscana do Brasil (CFFB), havia preparado um amplo material informativo.

 

Ouça o áudio

 

Cidade do Vaticano

 

Fonte: Vatican News

Mensagem do Papa a encontro em Fátima das Equipes de Nossa Senhora

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Mensagem do Papa a encontro em Fátima das Equipes de Nossa Senhora

 

A mensagem serve-se do tema dos trabalhos do encontro, centralizados na figura do filho pródigo, para relançar a exortação do Pontífice “a reconhecer-se neste filho perdido que retorna ao Pai que não se cansa de abraçá-lo e lhe restitui a sua grandeza de filho”.

Papa Francisco durante visita apostólica a Fátima

Papa Francisco durante visita apostólica a Fátima

 

A saudação do Papa Francisco com a sua asseguração de que “a Igreja condena o pecado, porque deve dizer a verdade, mas ao mesmo tempo abraça o pecador que se reconhece tal” oferecendo-lhe a “infinita misericórdia de Deus”, chegou aos participantes do 12º Encontro Internacional das Equipes Notre-Dame (Equipes de Nossa Senhora) em andamento em Fátima, de 16 a 21 de julho, mediante uma mensagem lida pelo núncio apostólico em Portugal, o arcebispo Rino Passigato.

 

Ouça o áudio

 

 

A parábola do filho pródigo

 

Endereçada a Maria Berta e José Moura Soares, casal responsável internacional pelas Equipes de Nossa Senhora, a mensagem serve-se do tema dos trabalhos, centralizados na figura do filho pródigo, para relançar a exortação do Pontífice “a reconhecer-se neste filho perdido que retorna ao Pai que não se cansa de abraçá-lo e lhe restitui a sua grandeza de filho”.

 

“Tocados por tão grande benevolência – prossegue a mensagem – deixem seus corações se expressar: é verdade, Senhor! Sou um pecador, uma pecadora; assim me sinto e assim sou. Perdi-me. De mil modos fugi de teu amor, porém, estou aqui outra vez para renovar minha aliança contigo. Preciso de Ti. Resgata-me novamente Senhor! Aceita-me, mais uma vez, entre teus braços redentores.”

 

Ninguém está excluído da misericórdia de Deus

 

De resto, esclarece a mensagem, os braços abertos de Cristo “na cruz demonstram que ninguém está excluído do amor do Pai nem da sua misericórdia”. Efetivamente, Ele “não se resigna a perder ninguém: marido ou mulher, pais ou filhos… aos olhos de Jesus, ninguém está perdido para sempre, há apenas pessoas que devem ser reencontradas, e Jesus nos impele a sair para buscá-las”.

 

Porque “se quisermos encontrar o Senhor, devemos buscá-lo onde Ele deseja encontrar-nos e não onde nós desejamos encontrá-lo”, conclui.

 

Programa dos dias de encontro

 

Animadas pelas meditações diárias do arcebispo eleito José Tolentino Calaça de Mendonça – que após ter pregado os exercícios espirituais para a Cúria Romana foi nomeado pelo Papa Francisco arquivista e bibliotecário de Santa Romana Igreja –, os dias congressuais na cidadezinha mariana foram marcados por momentos de reflexão, de oração comum, de celebração e de testemunho.

 

Hoje, após setenta anos de vida, o movimento fundado por Henry Cafarrel está presente nos 5 continentes, em 95 países, com mais de 13.500 Equipes de Nossa Senhora.

 

Cidade do Vaticano

 

(L’Osservatore Romano)

 

Fonte: Vatican News

Vida humana: Papa Francisco propõe uma visão global da bioética

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Vida humana: Papa Francisco propõe uma visão global da bioética

O Papa Francisco concluiu sua série de audiências recebendo os participantes da Plenária da Pontifícia Academia para a Vida. A Plenária se realiza no Vaticano de 25 a 27 de junho, sobre o tema “Iguais no nascimento? Uma responsabilidade global”.

Papa Francisco e o Cardeal Elio Sgreccia - Foto: Vatican Media

Papa Francisco e o Cardeal Elio Sgreccia – Foto: Vatican Media

 

No início do seu discurso, o Pontífice agradeceu publicamente o empenho e a dedicação do Cardeal Elio Sgreccia, um dos maiores especialistas em bioética do mundo e presidente da Pontifícia Academia para a Vida no passado. Hoje, este cargo é ocupado pelo arcebispo Vincenzo Paglia.

 

Para Francisco, quando se fala de vida humana é preciso considerar a qualidade ética e espiritual da vida em todas as suas fases: desde a concepção até a morte. Mas não só a vida biológica: existe a vida eterna, existe a vida que é família e comunidade, existe a vida humana frágil e doente, ofendida, marginalizada, descartada. “É sempre vida humana”, reiterou o Papa.

 

A síndrome de Narciso

 

“Quando entregamos as crianças à privação, os pobres à fome, os perseguidos à guerra, os idosos ao abandono, não fazemos nós mesmos o trabalho ‘sujo’ da morte?”, questionou o Pontífice.

Excluindo o outro do nosso horizonte, a vida se fecha em si mesma e se torna bem de consumo. Como Narciso, acrescentou Francisco, nos tornamos homens e mulheres-espelho, que veem somente a si mesmos e nada mais.

 

Visão global da bioética

 

Por isso, é necessária uma visão global da bioética. Em primeiro lugar, explica o Papa, esta bioética global será uma modalidade específica para desenvolver a perspectiva da ecologia integral, própria da Encílica Laudato si’. Portanto, temas como a relação entre pobreza e fragilidade do planeta, a crítica ao novo paradigma e às formas de poder, a cultura do descarte e a proposta de um novo estilo de vida.

 

Em segundo lugar, um discernimento meticuloso das complexas diferenças fundamentais da vida humana: do homem e da mulher, da paternidade da maternidade, a fraternidade, a sexualidade, a doença, o envelhecimento, a violência e guerra.

 

Defender a sacralidade da vida

 

Para Francisco, a sacralidade da vida embrional deve ser defendida com a mesma paixão que a sacralidade da vida dos pobres que já nasceram.

 

A bioética global, portanto, requer um discernimento profundo e objetivo da valor da vida pessoal e comunitária, que deve ser protegida e promovida também nas condições mais difíceis.

 

Todavia, observou o Papa, a regulamentação jurídica e a técnica não são suficientes para garantir o respeito à dignidade da pessoa.

 

A perspectiva de uma globalização que tende a aumentar a aprofundar as desigualdades pede uma resposta ética a favor da justiça. Por isso é importante estar atentos a fatores sociais e econômicos, culturais e ambientais que determinam a qualidade de vida da pessoa humana.

 

Destino último da vida humana

 

Por fim, é preciso se interrogar mais profundamente sobre o destino último da vida.

 

“A vida do homem, encantadora e frágil, remete além de si mesma: nós somos infinitamente mais daquilo que podemos fazer para nós mesmos”. “A sabedoria cristã – concluiu o Papa – deve reabrir com paixão e audácia o pensamento do destino do gênero humano à vida de Deus, que prometeu abrir ao amor da vida além da morte”.

Fonte: Rádio Vaticana

Papa convida a acompanhar e apoiar os sacerdotes com amizade

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Papa convida a acompanhar e apoiar os sacerdotes com amizade

 

O Santo Padre pede que os fiéis ajudem os sacerdotes em seu trabalho e ressalta a importância de apoiá-los nas situações de solidão. Ele faz este pedido através da nova edição de O Vídeo do Papa, realizado pela Rede Mundial de Oração do Papa.

O Vídeo do Papa - Foto: Vatican Media

O Vídeo do Papa – Foto: Vatican Media

Acompanhar e apoiar os sacerdotes: esta é a intenção de oração proposta pelo Papa Francisco neste mês de julho.

 

“Rezemos juntos para que os sacerdotes que vivem com dificuldade e na solidão o seu trabalho pastoral se sintam ajudados e confortados pela amizade com o Senhor e com os irmãos”, afirma o Pontífice em seu sétimo vídeo do ano. “Nesses momentos, é bom lembrar que as pessoas amam seus pastores”, acrescenta.

 

Segundo a última edição Anuário Pontifício, no mundo existe 415.656 sacerdotes. 37,4% se concentram na América, seguida da Europa com 31,6%, da Ásia com 15,1%, África com 13, 4% e, por último, Oceania com 2,5% dos presbíteros. Todos eles devem desenvolver seu trabalho pastoral para alcançar os mais de 1,2 bilhão de católicos distribuídos pelos cinco continentes.

 

“O cansaço dos sacerdotes… sabem quantas vezes penso nisto?”, reflete o Papa. “Diante de tantos desafios, não podem ficar parados depois de uma desilusão.”

 

“A missão que o Senhor confia aos seus ‘pastores’ implica uma total entrega ao serviço dos outros e da missão, o que é muito exigente e, sem uma profunda amizade com o Senhor, sem oração, e o apoio de uma comunidade, isso não é possível. Por isso o Papa convida a acompanhar com amizade os sacerdotes”, comenta o Pe. Frédéric Fornos, SJ, Diretor internacional da Rede Mundial de Oração do Papa e do Movimento Eucarístico Juvenil.

 

Assista ao vídeo abaixo:

 

 

Cidade do Vaticano

 

Fonte: Vatican News

Papa: confiança, anúncio e fraternidade para ser missionário

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Papa: confiança, anúncio e fraternidade para ser missionário

 

Francisco propôs uma reflexão aos verbitas sobre três palavras: confiança, anúncio e fraternidade. Entre os capitulares, há um brasileiro: Padre Arlindo Dias.

 

O Papa Francisco concluiu sua série de audiências recebendo os participantes do Capítulo Geral da Sociedade do Verbo Divino, conhecidos como Verbitas.

Papa recebe os participantes do Capítulo dos Verbitas -  Foto: Vatican Media

Papa recebe os participantes do Capítulo dos Verbitas – Foto: Vatican Media

 

Em seu discurso, o Pontífice comentou o lema do Capítulo “O amor de Cristo nos impele: enraizados na Palavra, comprometidos com a sua missão”.

 

Confiança

 

Com base neste tema, Francisco propôs uma reflexão sobre três palavras: confiança, anúncio e fraternidade.

 

Na vida de cristãos e consagrados, afirmou o Papa, é essencial saber abandonar-se nas mãos de Deus.

 

“Não deixemos que entre nós haja medo e fechamento e nem mesmo sejamos nós a colocar obstáculos e empecilhos à ação do Espírito”, disse Francisco, encorajando os verbitas a renovarem a confiança no Senhor e a sair sem temor para anunciar a alegria do Evangelho.

 

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Sobre a segunda palavra, anúncio, o Papa recordou que no coração dos verbitas devem arder como fogo as palavras de São Paulo: “Ai de mim se eu não anunciar o Evangelho”.

 

“Este foi o empenho de tantos missionários e missionárias que os precederam, este é o testemunho que lhes deixaram e o desafio que os aguarda. O mandato missionário não conhece nem confins nem culturas, porque todo o mundo é terra de missão. A vida do missionário é desordenada. Tem somente uma segurança: a oração.”

 

Fraternidade

 

A terceira palavra proposta por Francisco é fraternidade. “Quanto é belo ver uma comunidade que caminha unida e onde os seus membros se amam; esta é a maior evangelização.”

 

Unidos, acrescentou o Papa, será possível enfrentar todas as dificuldades e a tarefa de sair para encontrar os irmãos excluídos da sociedade.

 

“Também ali vocês são convidados a realizar o espírito das bem-aventuranças através das obras de misericórdia: ouvindo e respondendo ao clamor de quem pede pão e justiça; levando paz e promoção integral a quem busca uma vida mais digna; consolando e oferecendo motivos de esperança às tristezas e aos sofrimentos de tantos homens e mulheres do nosso tempo… Que esta seja a bússola que guia seus passos de irmãos missionários”, disse Francisco, que antes de concluir pediu que os verbitas não esqueçam de dois pontos.

 

O primeiro diz respeito às raízes, que sejam arraigados às origens para que possam crescer. O segundo parece “lúgubre”, mas não é: cemitérios. “Pensem nos cemitérios de regiões distantes, na Ásia, na África, na Amazônia…quantos de vocês estão ali e na lápide se lê que morreram jovens, porque se lançaram, deram a vida.”

 

Brasil no Capítulo

 

O 18º Capítulo Geral da Congregação do Verbo Divino teve início em dia 17 de junho e se encerra no dia 14 de julho, na localidade de Nemi, perto de Roma.

 

São 151 participantes dos cinco continentes, superiores e delegados de 58 Províncias, Regiões e Missões, representando mais de 6.000 missionários do Verbo Divino, que trabalham em 84 países.

 

O Conselheiro Geral da Congregação é o missionário brasileiro Padre Arlindo Dias, que falou da expectativa dos participantes do Capítulo:

 

 

Cidade do Vaticano

 

Fonte: Vatican News

Dom Murilo: cresce consciência de que corrupção não pode mais ser tolerada

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Dom Murilo: cresce consciência de que corrupção não pode mais ser tolerada

 

Desde o ano passado, as movimentações em torno do pleito eleitoral de 2018 já fazem parte da agenda do país. Eventos, pessoas, partidos e entidades debatem a realidade brasileira e tentam apontar soluções para os desafios nacionais. O arcebispo de Salvador (BA) e vice-presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), dom Murilo Krieger, analisa este período que antecede a oficialização das candidaturas aos executivos e legislativos federal e estaduais.

Dom Murilo Krieger - vice-presidente da CNBB - Foto: Arquidiocese de Salvador

Dom Murilo Krieger – vice-presidente da CNBB – Foto: Arquidiocese de Salvador

 

“Se a partir dos debates crescer a consciência de que é preciso um verdadeiro mutirão, envolvendo não só políticos, mas toda a sociedade civil, para dar um novo impulso ao nosso país, ótimo!”, pontua dom Murilo. Para ele, “não podemos continuar com os índices atuais de desemprego; é ruim para todos, mas muito mais para os pobres. Além disso, cresce a consciência de que a corrupção não pode mais ser tolerada; ela é um câncer que destrói o país a partir de dentro”.

 

Confira a entrevista:

 

Neste ano, há muita movimentação em torno das pré-candidaturas, principalmente em vista da Presidência da República, com eventos, sabatinas, entrevistas e expectativa em torno daqueles que devem disputar o Planalto. É um momento diferente que o Brasil vive na sua política? Qual a sua avaliação?

 

Dom Murilo: Toda essa movimentação em tempos de pré-candidaturas é normal e faz parte do “jogo” da democracia. Quem viveu os tempos da ditadura militar se lembra que algumas candidaturas – refiro-me às do partido que expressava o pensamento de quem comandava o país – nasciam em gabinetes e eram impostas. Os tempos atuais são marcados por algumas particularidades: uma multiplicação de partidos sem expressão alguma, que tentam negociar seu limitado tempo na televisão – tempo que, repito, é limitado, mas que somado ao “limitado tempo” de mais alguns partidos inexpressivos, torna-se importante. Infelizmente, o povo, em geral, é um mero assistente desse processo, com quase nenhuma participação na escolha dos candidatos. Mesmo quem está filiado a algum partido, acaba apenas sacramentando os nomes que a cúpula escolheu. De certa forma, continua, ao menos em parte, a escolha feita em gabinete pelos que dirigem os partidos.

 

Toda a movimentação que tem sido feita por grupos sociais, empresariais e meios de comunicação tem trazido ao debate as reais demandas e problemáticas do país?

 

Dom Murilo: A época pré-eleitoral é excelente para conhecermos a realidade do país, pois todos os que desejam se candidatar mostram problemas e necessidades aos quais prometem dar uma resposta adequada. Se a partir dos debates crescer a consciência de que é preciso um verdadeiro mutirão, envolvendo não só políticos, mas toda a sociedade civil, para dar um novo impulso ao nosso país, ótimo! Não podemos continuar com os índices atuais de desemprego; é ruim para todos, mas muito mais para os pobres. Além disso, cresce a consciência de que a corrupção não pode mais ser tolerada; ela é um câncer que destrói o país a partir de dentro. Interessante que quando o povo se manifesta sobre o país que deseja, não diz que quer um país em que todos sejam ricos e famosos, mas que quer um país em que todos tenham os mesmos direitos, e que os direitos de todos sejam respeitados, em que se respeita os bens públicos etc.

 

Neste foco às pré-candidaturas presidenciais não estamos perdendo oportunidade de conhecer e debater candidaturas, propostas e finalidades no âmbito do Legislativo?

 

Dom Murilo: Aqui estamos diante de um problema sério: as atenções se voltam e quase se fixam nos candidatos à Presidência da República e nos candidatos ao governo do Estado. O problema é que, nessa situação, “velhos” políticos – muitas vezes “velhos” também nos defeitos – conseguem se candidatar, têm grandes possibilidades de se reeleger como deputados e senadores, com o risco de tudo continuar como antes. Será importante que as comunidades convoquem candidatos para debates, apresentem valores que quer ver defendidos no Parlamento e votem com um cuidado especial naquele que será seu deputado estadual, deputado federal ou senador.

 

Fonte: Site da CNBB

Papa na Santa Marta: explorar as mulheres é pecado contra Deus

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Papa na Santa Marta: explorar as mulheres é pecado contra Deus

 

Na homilia da Missa na Casa Santa Marta, Francisco fala da exploração das mulheres de hoje, usadas como objetos, e recorda que elas são “o que falta a todos os homens para serem imagem e semelhança de Deus”.

Papa Francisco celebra a Missa na Santa Marta - Foto: Vatican Media

Papa Francisco celebra a Missa na Santa Marta – Foto: Vatican Media

 

Uma oração “pelas mulheres descartadas, pelas mulheres usadas, pelas jovens que têm que v

ender a própria dignidade para ter um emprego”. Esta é a exortação do Papa na missa celebrada na manhã desta sexta-feira na Casa Santa Marta, quando refletiu sobre o Evangelho de hoje de Mateus e as palavras de Cristo: “Todo aquele que olhar para uma mulher, com o desejo de possuí-la, já cometeu adultério” e “todo aquele que repudiar sua mulher, a expõe ao adultério.”

Jesus muda a história

 

Francisco recorda como as mulheres são “o que falta a todos os homens para serem imagem e semelhança de Deus”: Jesus pronuncia palavras fortes, radicais, que “mudam a história”, porque até aquele momento a mulher “era de segunda classe”, dizendo com um eufemismo, “era escrava”, “não gozava sequer de plena liberdade”, observa o Papa.

 

E a doutrina de Jesus sobre a mulher muda a história. Uma coisa é a mulher antes de Jesus, outra coisa é a mulher depois de Jesus. Jesus dignifica a mulher e a coloca no mesmo nível do homem, porque utiliza aquela primeira palavra do Criador, ambos são “imagem e semelhança de Deus “, os dois; não primeiro o homem  e depois, um pouquinho mais em baixo, a mulher. Não, os dois. E o homem sem a mulher ao lado – tanto como mãe, como irmã, como esposa, como companheira de trabalho, como  amiga –  este homem sozinho não é imagem de Deus.

 

Até hoje, as mulheres são objeto de desejo

 

Francisco se concentra em particular no “desejar” uma mulher, evocada na passagem do Evangelho. “Nos programas de televisão, nas revistas, nos jornais – diz – mostram as mulheres como objeto de desejo, de uso”, como em um “supermercado”.

 

A mulher, talvez para vender uma certa qualidade de “tomates”, torna-se um objeto, “humilhada, sem roupas”, fazendo com que caia o ensinamento de Jesus que a “dignificou”.

 

E – acrescenta – não é preciso ir “tão longe”: isso acontece também “aqui, onde vivemos”, nos “escritórios”, nas “empresas”, as mulheres “objeto da filosofia usa e joga fora”, como material de descarte”, em que nem parecem ser “pessoas”:

Isto é um pecado contra Deus Criador, rejeitar a mulher, porque sem ela nós homens não podemos ser imagem e semelhança de Deus. Há uma fúria contra a mulher, uma fúria feia. Mesmo sem dizer isso … Mas quantas vezes as jovens precisam se vender para ter um emprego, como objeto usa e joga fora? Quantas vezes? “Sim, padre eu ouvi naquele país …”. Aqui em Roma. Não ir longe.

 

Olhe ao nosso redor para ver a exploração

 

O Papa se pergunta o que veríamos se fizéssemos uma “peregrinação noturna” em certos lugares da cidade, onde “muitas mulheres, muitos migrantes, muitos não-migrantes” são explorados “como em um mercado”: os homens se aproximam destas mulheres não para dizer “boa-noite”, mas “quanto custa?”, recorda Francisco. E para aqueles que lavam “a consciência” chamando-as de “prostitutas”, o Pontífice diz:

Você fez dela uma prostituta, como Jesus diz: quem a repudia a expõe ao adultério, porque você não trata bem a mulher, a mulher acaba assim, também explorada, escrava, tantas vezes.

 

Portanto, será bom olhar para essas mulheres e pensar que, diante da nossa liberdade, elas são “escravas desse pensamento de descarte”:

Tudo isso acontece aqui, em Roma, acontece em todas as cidades, as mulheres anônimas, as mulheres – podemos dizer – “sem um olhar” porque a vergonha cobre o olhar, as mulheres que não sabem rir e muitas delas que não sabem, não conhecem a alegria de amamentar e de ouvirem ser chamadas de mãe. Mas, mesmo na vida cotidiana, sem ir a esses lugares, esse pensamento feio de rejeitar a mulher, é um objeto de “segunda classe”. Devemos refletir melhor. E fazendo isto ou dizendo isto, entrando neste pensamento desprezamos a imagem de Deus, que fez o homem e a mulher juntos à sua imagem e semelhança. Esta passagem do Evangelho nos ajuda a pensar no mercado de mulheres, no mercado, sim, tráfico, exploração, que vemos; também no mercado invisível, que se faz e não se vê. A mulher é pisoteada porque é mulher.

 

Com ternura, Cristo restitui dignidade

 

Jesus, lembra o Papa, “teve uma mãe”, teve “muitas amigas que o seguiram para ajudá-lo em seu ministério” e para apoiá-lo. E encontrou “tantas mulheres desprezadas, marginalizadas e descartadas”, que ele ajudou com tanta “ternura”, restituindo a elas dignidade.

 

Ouça o áudio da reportagem

 

Assista a um trecho da homilia do Papa Francisco

 

 

 

Giada Aquilino – Cidade do Vaticano

 

Fonte: Vatican News

Um mundo menos violento para os idosos, é um mundo mais humano para todos

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Um mundo menos violento para os idosos, é um mundo mais humano para todos

 

Nesta sexta-feira (15/06) celebra-se o Dia Mundial da Conscientização contra o Abuso de Idosos, instituído pela ONU em 2006. Para a ocasião a Comunidade de Santo Egídio que atua em mais de 70 países do mundo na defesa do direito dos idosos lança um apelo.

Papa Francisco e um idoso - Foto: Vatican Media

Papa Francisco e um idoso – Foto: Vatican Media

 

Com o aumento constante da população de idosos em todo o mundo (809.743.000 dos 7 bilhões de habitantes) devido ao prolongamento da vida e os progressos da medicina, as nossas sociedades não parecem preparadas para viver de modo positivo a presença de tantos idosos. A ponto que se espalha cada vez mais uma cultura que não aceita ou não sabe tratar a fragilidade humana. É justamente nesta mentalidade que se enraízam abusos que nos deparamos cada vez mais no dia a dia: fraudes, golpes, falta de assistência e cuidado adequado, maus-tratos, que muitas vezes levam a morte.

 

Comunidade de Santo Egídio

 

Neste dia a Comunidade de Santo Egídio de Roma, que atua em mais de 70 países do mundo na defesa do direito dos idosos, em especial na assistência dos mais pobres, lança um apelo que divide em alguns pontos, entre os quais sugere o desenvolvimento de uma rede de relações sociais, atualmente muito fragmentadas nas sociedades onde viver sozinho está se tornando um modelo dominante. Para combater a solidão sugere um programa que existe há alguns anos na Itália: “Viva os idosos”, que faz da luta contra o isolamento social e o apoio à fragilidade a base da própria atividade. O programa faz um controle ativo da população idosa, principalmente os que vivem sozinhos, e teve resultados muito positivos, ou seja, determinou um importante melhoramento na qualidade de vida das pessoas e a redução de custos na assistência pública.

 

Diretos dos Idosos

 

Outro ponto fundamental é tutelar os direitos dos idosos, em particular a liberdade de como e onde viver a própria vida. De fato, em muitos países do mundo, sobretudo nos mais ricos, colocar os idosos em casas de repouso torna-se muitas vezes, uma escolha obrigatória, pela carência de serviços nos territórios e a domicílio. Assim como, com frequência, registram-se verdadeiros abusos em estruturas destinadas a garantir uma existência digna aos que não têm mais condições de viver autonomamente a própria vida, tornando-se lugares de humilhação. É preciso transformar os lares para idosos em estruturas abertas ao mundo externo, com horário de visitas sem excessivas limitações (por exemplo nos horários) e permitir a saída dos idosos se desejarem, no respeito da segurança pessoal.

 

Habitações coletivas

 

Enfim uma sugestão moderna, já bem enraizada na Europa e sem muitas dificuldades de ser aplicada: as habitações coletivas (cohousing) onde os idosos decidem viver juntos para combater a solidão e enfrentar as dificuldades econômicas, uma resposta humana e praticável.

 

Ouça o áudio da reportagem

 

 

Cidade do Vaticano

 

Fonte: Vatican News