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Papa no Angelus

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Papa no Angelus: prepotência, sede de poder e de riquezas contrastam com a fé cristã

 

Francisco recordou o Dia da Infância Missionária, celebrado este sábado, e felicitou algumas Igrejas orientais, católicas e ortodoxas, que este domingo, dia 7, celebram o Natal do Senhor.Papa no Angelus

 

Após a celebração da Santa Missa, na Basílica de São Pedro, pela Solenidade da Epifania, o Papa Francisco assomou, na manhã deste sábado (06/01), à janela da Residência Apostólica, que dá para a Praça São Pedro, para rezar a oração mariana do Angelus, com os milhares de fiéis presentes.

 

Em sua alocução, o Santo Padre citou três atitudes, destacadas pelo Evangelho de hoje, Solenidade da Epifania, para o acolhimento de Jesus e a sua manifestação ao mundo: busca ansiosa, indiferença, medo.

 

Magos a caminho, em busca do Menino Jesus

 

Os Reis Magos não hesitaram a pôr-se a caminho em busca do Messias. Após uma longa viagem, guiados pela estrela, chegaram a Jerusalém e perguntaram a Herodes, aos Sumos Sacerdotes e aos Escribas onde poderiam encontrar o recém-nascido para adorá-lo. Explicando esta atitude evangélica, o Papa acrescentou a segunda, ou seja, a indiferença:

 

Esta busca ansiosa dos Magos é contraposta pela indiferença, dos Sumos Sacerdotes e dos Escribas. Conhecendo as Escrituras, eles sabiam onde era o lugar do nascimento de Jesus, mas não se incomodaram de ir visitá-lo, não obstante Belém estivesse a poucos quilômetros. Ainda pior, foi a atitude de Herodes, que queria saber onde estava o Menino, não para adorá-lo, mas para matá-lo, por medo de perder seu poder para aquele que considerava seu rival”. Logo, Francisco destaca as três atitudes do Evangelho da Solenidade da Epifania: busca ansiosa, indiferença, medo. E ponderou:

 

Jesus pode ser visto como obstáculo diante das ambições humanas

 

O egoísmo pode levar a considerar a vinda de Jesus, na nossa vida, como uma ameaça. Então, procuramos suprimir ou calar a sua mensagem. Diante das ambições humanas, perspectivas incômodas e inclinações do mal, Jesus é visto como obstáculo. Diante da tentação da indiferença, os cristãos são incoerentes com a sua fé, seguindo os príncipes destes mundo: satisfazer as inclinações da prepotência, a sede de poder e as riquezas”.

 

Ao contrário, disse o Papa, somos chamados a seguir o exemplo dos Magos: sua busca ansiosa para encontrar Jesus, adorá-lo, reconhecê-lo como Senhor e Salvador, como Caminho, Verdade e Vida. Ao término da sua alocução mariana, o Santo Padre invocou a Mãe de Jesus e nossa, para que, com a sua intercessão, possamos encontrar a Cristo, a fim de progredirmos no caminho da justiça e da paz.

 

Felicitações do Papa a Igrejas orientais que celebram este domingo, dia 7, o Natal do Senhor

 

Depois da oração do Angelus, o Papa passou a cumprimentar os diversos grupos de fiéis presentes na Praça São Pedro. Antes de tudo, recordou que algumas Igrejas orientais, católicas e ortodoxas, celebram, este domingo, o Natal do Senhor:

 

A estas Igrejas dirijo as minhas felicitações mais cordiais. Que esta celebração seja fonte de novo vigor espiritual e de comunhão entre todos os cristãos, que reconhecem a Jesus como Senhor e Salvador”.

 

Dia da Infância Missionária

 

A seguir, Francisco recordou o Dia da Infância Missionária, que se celebra neste sábado (06/01). A todas as crianças e adolescentes missionários convidou a dirigir seus olhares ao Menino Jesus, para que ele seja a guia preciosa no seu compromisso de oração, fraternidade e partilha entre seus coetâneos mais necessitados.

 

Por fim, cumprimentou os participantes na manifestação folclórica da XXIII edição de “Viva a Epifania”, promovida pela Associação Famílias Europeias, cujo objetivo é reafirmar e transmitir o verdadeiro significado espiritual e os valores da Epifania do Senhor.

 

Fonte: Vatican News

Papa na Epifania

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Papa na Epifania: para encontrar Jesus é preciso pôr-se a caminho, sempre e sem cessar

 

“Pôr-se a caminho”: uma ação essencial para encontrar Jesus. Esta estrela convida a caminhar, às vezes, arduamente; pede para livrar-nos de pesos inúteis e enfrentar os imprevistos da nossa vida tranquila, destacou Francisco.

 

O Santo Padre presidiu, na manhã deste sábado (06/01), na Basílica São Pedro, à celebração Eucarística por ocasião da Solenidade da Epifania do Senhor, cuja festa a Igreja no Brasil celebra este domingo, dia 7.

 

Em sua homilia, o Papa diz que “o nosso percurso ao encontro do Senhor, Papa na celebração da Epifaniaque hoje se manifesta como luz e salvação para todos os povos”, torna-se mais claro com a visita dos três Reis Magos ao Menino Jesus, deitado em uma manjedoura.

 

Este gesto dos Magos resume-se em três etapas: veem a estrela, põem-se a caminho e oferecem presentes. Explicando o primeiro “veem a estrela”, Francisco disse que é o ponto de partida. Mas, perguntou: Por que só os Magos viram a estrela­? E respondeu:

 

É preciso uma meta mais alta, manter alto o olhar

 

Porque, talvez, poucos levantaram o olhar para o céu. Na vida, muitas vezes, contentamo-nos apenas em olhar para a terra: saúde, dinheiro, diversão. Mas, será que ainda podemos levantar os olhos ao céu? Sabemos sonhar, ansiar por Deus, esperar a sua novidade? Os Magos não se contentaram com a vidinha de sempre, mas entenderam que, para viver de verdade, é preciso uma meta mais alta e, por isso, manter alto o olhar”.

 

E Francisco perguntou ainda: “Por que muitos outros, que levantavam o olhar para o céu, não seguiram a estrela, a ‘sua estrela’?” E explicou: “Porque, talvez, não fosse uma estrela ofuscante, que brilhasse mais que as outras”. Os Magos viram uma estrela despontar: era a estrela de Jesus, que não ofusca, mas, gentilmente, convida. E acrescentou:

 

A estrela do Senhor nos guia e nos acompanha

 

Há estrelas ofuscantes, que suscitam fortes emoções, mas não indicam o caminho: o sucesso, o dinheiro, a carreira, as honras, os prazeres, mas não passam de meteoritos, que brilham um pouco, caem e perdem seu esplendor; são estrelas cadentes, que, ao invés de orientar, nos desviam. A estrela do Senhor nem sempre ofusca, mas nos guia e nos acompanha; não promete recompensas materiais, mas garante a paz e causa, como aos Magos, uma imensa alegria; ela nos convida a caminhar”.

 

De fato, o segundo gesto dos Reis Magos, disse o Pontífice, é “pôr-se a caminho”: uma ação essencial para encontrar Jesus. Esta estrela convida a caminhar, às vezes, arduamente; pede para livrar-nos de pesos inúteis e enfrentar os imprevistos da nossa vida tranquila. Jesus deixa-se encontrar por quem o busca, mas, para encontrá-lo é preciso ir, sair, arriscar, não ficar à espera, parados, acomodados: é um êxodo. E o Papa recordou:

 

Para encontrar Jesus é preciso entrar em ação

 

Deus, que libertou seu povo, por meio do êxodo, e chamou novos povos para seguir a sua estrela, concede a liberdade e a alegria somente a quem está a caminho. Para encontrar Jesus, é preciso entrar em ação, pôr-se a caminho, sempre e sem cessar. Para encontrar o Menino, é preciso arriscar: descobrindo a sua ternura e o seu amor nós nos encontramos”.

 

Pôr-se a caminho não é fácil. De fato, Herodes, perturbado pelo temor de perder seu poder, com o nascimento do Menino-Deus, não sai do seu Palácio e fica fechado dentro dele. Ao contrário, os Magos falam pouco e caminham muito, se prostram. Aqui, entra seu terceiro gesto, como diz Francisco: “oferecem dons”. Jesus está ali para oferecer a sua vida e salvação, e os Magos lhe oferecem o que têm de mais precioso: “ouro, incenso e mirra”.

 

Oferecer algo a nossos irmãos mais pequeninos

 

Ele, que se fez pequenino por nós, nos pede para oferecermos alguma coisa aos nossos irmãos mais pequeninos, ou seja, aos que não têm como retribuir: os necessitados, os famintos, os forasteiros, os presos, os pobres. São tantos os dons agradáveis a Jesus, entre os quais, assistir os doentes, perdoar quem nos ofende… são dons gratuitos, que não podem faltar na vida de um cristão”.

 

Francisco concluiu sua homilia convidando os presentes a olhar nossas mãos, muitas vezes vazias de amor, e enchê-las com presentes gratuitos, sem retribuição. Por fim, elevou ao Menino- Deus a seguinte invocação: «Senhor, fazei-me redescobrir a alegria de doar».

 

Fonte: Vatican News

Reforma litúrgica: participação ativa dos fiéis

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Reforma litúrgica: participação ativa dos fiéis – parte I

 

“Para promover a participação ativa, cuide-se de incentivar as aclamações dos fiéis, as respostas, a salmodia, as antífonas, os cânticos, bem como as ações, gestos e atitudes. Seja também observado, a seu tempo, o silêncio sagrado”, diz o n 30 da Constituição Sacrossanctum ConciliumSacrosanctum Concilium

 

No nosso espaço Memória Histórica – 50 anos do Concílio Vaticano II, vamos continuar a tratar na edição de hoje sobre a reforma litúrgica.

 

“Cristo, o grande sacrifício na Eucaristia” foi o tema abordado em nosso último programa.

 

Já neste primeiro programa do ano de 2018, Padre Gerson Schmidt nos apresenta outro aspecto da reforma litúrgica do Concílio Vaticano II, que é a participação ativa dos fiéis na celebração. Vamos ouvir sua reflexão: “Um dos aspectos importante da reforma litúrgica do concilio Vaticano II é a participação ativa dos fiéis. Para entender bem esse aspecto, acentuado por diversas vezes na Constituição Sacrosanctum Concilium. Os bispos brasileiros, que tiveram participação no Concilio Vaticano II, apontam que essa participação ativa dos fiéis foi uma das grandes bandeiras firmemente levantadas pelo episcopado brasileiro, por ocasião dos debates nas sessões de aprovação do documento da reforma litúrgica.

 

A permissão do uso da língua vernácula já trouxe a possibilidade dessa participação mais ativa e consciente, a renovação dos ritos, aclamações e cantos. São inúmeros os textos da Sacrosanctum Concilium que falam dessa participação ativa, inclusive com o título em destaque: “PARTICIPAÇÃO ATIVA DOS FIÉIS”, mais de uma vez no documento.

 

Já falamos aqui do número 48 que afirma: “Por isso, a Igreja procura, solícita e cuidadosa, que os cristãos não assistam a este mistério de fé como estranhos ou expectadores mudos, mas participem na ação sagrada, consciente, piedosa e ativamente, por meio de uma boa compreensão dos ritos e orações; sejam instruídos na palavra de Deus”. Ou seja: participação da missa consciente, piedosa e ativamente.

 

Por isso, nós não vamos “assistir” a missa como era a expressão até então, usada antes do concilio, como se a gente fosse a um cinema ou a um teatro muito bem montado. Precisamos participar de maneira consciente, mesmo no silêncio. Também quem celebra não é somente o sacerdote. Somos todos nós.

 

Por isso é incorreto, na motivação inicial da Santa Missa, o animador dizer: “Vamos receber o celebrante”. O padre não é somente ele o celebrante. Todos celebramos. O sacerdote é o celebrante principal ou o presidente da celebração. É correto dizer simplesmente: “Vamos receber a procissão de entrada com o canto…”.

 

Nesse prisma, o número 30 e 31 da SC afirma, tendo como título desses dois artigos – “Participação ativa dos fiéis”: 30. Para promover a participação ativa, cuide-se de incentivar as aclamações dos fiéis, as respostas, a salmodia, as antífonas, os cânticos, bem como as ações, gestos e atitudes. Seja também observado, a seu tempo, o silêncio sagrado. 31. Na revisão dos livros litúrgicos, procure-se que as rubricas prevejam também as partes dos fiéis”.

 

Jackson Erpen – Cidade do Vaticano

Fonte: Vatican News

Para acessar a Constituição Conciliar Sacrosanctum Conciliar sobre a Sagrada liturgia acesse aqui.

Primeira Audiência Geral de 2018 – Papa Francisco

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Papa: pecado rompe relação com Deus e com os irmãos

 

Na primeira Audiência Geral de 2018, o Papa Francisco deu continuidade a sua série de catequeses sobre a Santa Missa, explicando o Ato Penitencial.PapaFranciscoAudiencia_MarinaTestinoACIPrensa_20092017

 

“Sabemos por experiência que somente quem sabe reconhecer os erros e pede perdão recebe a compreensão e o perdão dos outros”.

 

Cidade do Vaticano

 

Quem tem consciência de suas misérias e abaixa os olhos com humildade, sente sobre si o olhar misericordioso de Deus.

 

Dando continuidade a série de catequeses sobre a Santa Missa, o Papa Francisco dedicou a reflexão da primeira Audiência Geral do ano de 2018 ao Ato Penitencial.

 

“Na sua sobriedade – disse Francisco aos cerca de sete mil fiéis presentes na Sala Paulo VI – ele favorece a atitude que deve ser assumida para celebrar dignamente os santos mistérios, ou seja, reconhecendo diante de Deus e dos irmãos os nossos pecados (…), pois todos somos pecadores”.

 

Mas para receber o perdão de Deus, devemos reconhecer nossos erros e pedir perdão, pois “o que o Senhor pode dar a quem já tem o coração cheio de si, do próprio sucesso?”, pergunta.

 

“Nada, porque o presunçoso é incapaz de receber perdão, saciado como é da sua presumível justiça”, respondeu o Papa, citando a parábola do fariseu e do publicano, em que somente o segundo volta para casa perdoado.

 

“Sabemos por experiência – recorda – que somente quem sabe reconhecer os erros e pede perdão recebe a compreensão e o perdão dos outros”: “Escutar em silêncio a voz da consciência permite reconhecer que os nossos pensamentos são distantes dos pensamentos divinos, que as nossas palavras e as nossas ações são muitas vezes mundanas, guiadas, isto é, por escolhas contrárias ao Evangelho.”

 

Por isto – explica o Pontífice – no início da Missa “cumprimos comunitariamente o ato penitencial mediante uma fórmula de confissão geral, pronunciada na primeira pessoa do singular. Cada um confessa a Deus e aos irmãos que “pequei muitas vezes, em pensamentos e palavras, atos e omissões””: “Sim, também em omissões, ou seja, ter deixado de fazer o bem que poderia ter feito. Muitas vezes nos sentimos muito bons porque – dizemos – “não fiz nenhum mal”. Na realidade, não basta não fazer mal ao próximo, é preciso escolher fazer o bem, aproveitando as ocasiões para dar um bom testemunho de que somos discípulos de Jesus”.

 

O Papa explica que “confessar tanto a Deus como aos irmãos sermos pecadores” nos ajuda a compreender a “dimensão do pecado”, que “nos separa de Deus, nos divide também dos nossos irmãos, e vice-versa”: “O pecado rompe: rompe a relação com Deus e rompe a relação com os irmãos, a relação na família, na sociedade, na comunidade. O pecado rompe sempre: separa, divide”.

 

“As palavras que dizemos com a boca são acompanhadas pelo gesto de bater no peito – fazemos assim – reconhecendo que pequei por minha culpa e não dos outros” diz Francisco, que observa: “Acontece muitas vezes que, por medo ou vergonha, apontamos o dedo para acusar os outros. Custa admitir sermos culpados, mas nos faz bem confessá-lo com sinceridade. Mas confessar os próprios pecados”.

 

E o Papa recordou então a história que um velho missionário costumava contar, de uma senhora que ao confessar-se, contava os erros do marido: “Depois passou a contar os erros da sogra e depois os pecados dos vizinhos. Em determinado momento, o confessor disse a ela: “Mas senhora, me diga: acabou?” – “Não, sim, disse…” – “Muito bem: a senhora acabou com os pecados dos outros. Agora comece a dizer os seus…” Os próprios pecados…”

 

Após a confissão dos pecados – continuou o Santo Padre – suplicamos à Bem-aventurada Virgem Maria, aos Anjos e Santos que roguem ao Senhor por nós. Também aqui – enfatiza – “é preciosa a comunhão dos Santos, a intercessão deste amigos e modelos de vida que nos sustenta no caminho em direção à plena comunhão com Deus, quando o pecado será definitivamente aniquilado”.

 

O Santo Padre explica então que além do “Confesso”, o “ato penitencial pode ser feito com outras fórmulas”, como “Piedade de nós, Senhor”, “Contra ti pecamos”, “Senhor mostra-nos a tua misericórdia/ e nos dê a tua salvação”: “Especialmente no domingo se pode fazer a bênção e aspersão de água em memória do Batismo, que apaga todos os pecados. É também possível, como parte do Ato Penitencial, cantar o Kyrie eléison: com antiga expressão grega, aclamamos o Senhor – Kyrios – e imploramos a sua misericórdia”.

 

O Papa Francisco recorda então “luminosos exemplos de figuras “penitentes” nas Sagradas Escrituras, que “caindo em si após terem cometido o pecado, encontram a coragem de tirar a máscara e abrir-se à graça que renova o coração”.

 

E cita o Rei Davi, o filho pródigo, São Pedro, Zaqueu, a Samaritana: “Comparar-se com a fragilidade do barro do qual fomos formados é uma experiência que nos fortalece: nos coloca diante de nossas fraquezas, nos abre o coração para invocar a misericórdia divina que transforma e converte. E é isto o que fazemos no Ato Penitencial no início da Missa”.

 

03/01/2018

Fonte: Vatican News

Mensagem do Papa Francisco para o 51º Dia Mundial da Paz (1º de janeiro de 2018)

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Mensagem do Papa Francisco para o 51º Dia Mundial da Paz (1º de janeiro de 2018)
Sexta-feira, 24 de novembro de 017

Papa Francisco

Boletim da Santa Sé 

 

Migrantes e refugiados: homens e mulheres em busca de paz

 

1. Votos de paz
Paz a todas as pessoas e a todas as nações da terra! A paz, que os anjos anunciam aos pastores na noite de Natal,(1) é uma aspiração profunda de todas as pessoas e de todos os povos, sobretudo de quantos padecem mais duramente pela sua falta. Dentre estes, que trago presente nos meus pensamentos e na minha oração, quero recordar de novo os mais de 250 milhões de migrantes no mundo, dos quais 22 milhões e meio são refugiados. Estes últimos, como afirmou o meu amado predecessor Bento XVI, «são homens e mulheres, crianças, jovens e idosos que procuram um lugar onde viver em paz».(2) E, para o encontrar, muitos deles estão prontos a arriscar a vida numa viagem que se revela, em grande parte dos casos, longa e perigosa, a sujeitar-se a fadigas e sofrimentos, a enfrentar arames farpados e muros erguidos para os manter longe da meta.

 

Com espírito de misericórdia, abraçamos todos aqueles que fogem da guerra e da fome ou se veem constrangidos a deixar a própria terra por causa de discriminações, perseguições, pobreza e degradação ambiental.

 

Estamos cientes de que não basta abrir os nossos corações ao sofrimento dos outros. Há muito que fazer antes de os nossos irmãos e irmãs poderem voltar a viver em paz numa casa segura. Acolher o outro requer um compromisso concreto, uma corrente de apoios e beneficência, uma atenção vigilante e abrangente, a gestão responsável de novas situações complexas que às vezes se vêm juntar a outros problemas já existentes em grande número, bem como recursos que são sempre limitados. Praticando a virtude da prudência, os governantes saberão acolher, promover, proteger e integrar, estabelecendo medidas práticas, «nos limites consentidos pelo bem da própria comunidade retamente entendido, [para] lhes favorecer a integração»(3). Os governantes têm uma responsabilidade precisa para com as próprias comunidades, devendo assegurar os seus justos direitos e desenvolvimento harmónico, para não serem como o construtor insensato que fez mal os cálculos e não conseguiu completar a torre que começara a construir.(4)

 

2. Porque há tantos refugiados e migrantes?
Na mensagem para idêntica ocorrência no Grande Jubileu pelos 2000 anos do anúncio de paz dos anjos em Belém, São João Paulo II incluiu o número crescente de refugiados entre os efeitos de «uma sequência infinda e horrenda de guerras, conflitos, genocídios, “limpezas étnicas”»(5) que caraterizaram o século XX. E até agora, infelizmente, o novo século não registou uma verdadeira viragem: os conflitos armados e as outras formas de violência organizada continuam a provocar deslocações de populações no interior das fronteiras nacionais e para além delas.

 

Todavia as pessoas migram também por outras razões, sendo a primeira delas «o desejo de uma vida melhor, unido muitas vezes ao intento de deixar para trás o “desespero” de um futuro impossível de construir».(6) As pessoas partem para se juntar à própria família, para encontrar oportunidades de trabalho ou de instrução: quem não pode gozar destes direitos, não vive em paz. Além disso, como sublinhei na Encíclica Laudato si’, «é trágico o aumento de migrantes em fuga da miséria agravada pela degradação ambiental».(7)

 

A maioria migra seguindo um percurso legal, mas há quem tome outros caminhos, sobretudo por causa do desespero, quando a pátria não lhes oferece segurança nem oportunidades, e todas as vias legais parecem impraticáveis, bloqueadas ou demasiado lentas.

 

Em muitos países de destino, generalizou-se largamente uma retórica que enfatiza os riscos para a segurança nacional ou o peso do acolhimento dos recém-chegados, desprezando assim a dignidade humana que se deve reconhecer a todos, enquanto filhos e filhas de Deus. Quem fomenta o medo contra os migrantes, talvez com fins políticos, em vez de construir a paz, semeia violência, discriminação racial e xenofobia, que são fonte de grande preocupação para quantos têm a peito a tutela de todos os seres humanos.(8)

 

Todos os elementos à disposição da comunidade internacional indicam que as migrações globais continuarão a marcar o nosso futuro. Alguns consideram-nas uma ameaça. Eu, pelo contrário, convido-vos a vê-las com um olhar repleto de confiança, como oportunidade para construir um futuro de paz.

 

3. Com olhar contemplativo
A sabedoria da fé nutre este olhar, capaz de intuir que todos pertencemos «a uma só família, migrantes e populações locais que os recebem, e todos têm o mesmo direito de usufruir dos bens da terra, cujo destino é universal, como ensina a doutrina social da Igreja. Aqui encontram fundamento a solidariedade e a partilha».(9) Estas palavras propõem-nos a imagem da nova Jerusalém. O livro do profeta Isaías (cap. 60) e, em seguida, o Apocalipse (cap. 21) descrevem-na como uma cidade com as portas sempre abertas, para deixar entrar gente de todas as nações, que a admira e enche de riquezas. A paz é o soberano que a guia, e a justiça o princípio que governa a convivência dentro dela.

 

Precisamos de lançar, também sobre a cidade onde vivemos, este olhar contemplativo, «isto é, um olhar de fé que descubra Deus que habita nas suas casas, nas suas ruas, nas suas praças (…), promovendo a solidariedade, a fraternidade, o desejo de bem, de verdade, de justiça»,(1) por outras palavras, realizando a promessa da paz.

 

Detendo-se sobre os migrantes e os refugiados, este olhar saberá descobrir que eles não chegam de mãos vazias: trazem uma bagagem feita de coragem, capacidades, energias e aspirações, para além dos tesouros das suas culturas nativas, e deste modo enriquecem a vida das nações que os acolhem. Saberá vislumbrar também a criatividade, a tenacidade e o espírito de sacrifício de inúmeras pessoas, famílias e comunidades que, em todas as partes do mundo, abrem a porta e o coração a migrantes e refugiados, inclusive onde não abundam os recursos.

 

Este olhar contemplativo saberá, enfim, guiar o discernimento dos responsáveis governamentais, de modo a impelir as políticas de acolhimento até ao máximo dos «limites consentidos pelo bem da própria comunidade retamente entendido»,(11) isto é, tomando em consideração as exigências de todos os membros da única família humana e o bem de cada um deles.

 

Quem estiver animado por este olhar será capaz de reconhecer os rebentos de paz que já estão a despontar e cuidará do seu crescimento. Transformará assim em canteiros de paz as nossas cidades, frequentemente divididas e polarizadas por conflitos que se referem precisamente à presença de migrantes e refugiados.

 

4. Quatro pedras miliárias para a ação
Oferecer a requerentes de asilo, refugiados, migrantes e vítimas de tráfico humano uma possibilidade de encontrar aquela paz que andam à procura, exige uma estratégia que combine quatro ações: acolher, proteger, promover e integrar.(12)

 

«Acolher» faz apelo à exigência de ampliar as possibilidades de entrada legal, de não repelir refugiados e migrantes para lugares onde os aguardam perseguições e violências, e de equilibrar a preocupação pela segurança nacional com a tutela dos direitos humanos fundamentais. Recorda-nos a Sagrada Escritura: «Não vos esqueçais da hospitalidade, pois, graças a ela, alguns, sem o saberem, hospedaram anjos».(13)

 

«Proteger» lembra o dever de reconhecer e tutelar a dignidade inviolável daqueles que fogem dum perigo real em busca de asilo e segurança, de impedir a sua exploração. Penso de modo particular nas mulheres e nas crianças que se encontram em situações onde estão mais expostas aos riscos e aos abusos que chegam até ao ponto de as tornar escravas. Deus não discrimina: «O Senhor protege os que vivem em terra estranha e ampara o órfão e a viúva».(14)

 

«Promover» alude ao apoio para o desenvolvimento humano integral de migrantes e refugiados. Dentre os numerosos instrumentos que podem ajudar nesta tarefa, desejo sublinhar a importância de assegurar às crianças e aos jovens o acesso a todos os níveis de instrução: deste modo poderão não só cultivar e fazer frutificar as suas capacidades, mas estarão em melhores condições também para ir ao encontro dos outros, cultivando um espírito de diálogo e não de fechamento ou de conflito. A Bíblia ensina que Deus «ama o estrangeiro e dá-lhe pão e vestuário»; daí a exortação: «Amarás o estrangeiro, porque foste estrangeiro na terra do Egito».(15)

 

Por fim, «integrar» significa permitir que refugiados e migrantes participem plenamente na vida da sociedade que os acolhe, numa dinâmica de mútuo enriquecimento e fecunda colaboração na promoção do desenvolvimento humano integral das comunidades locais. «Portanto – como escreve São Paulo – já não sois estrangeiros nem imigrantes, mas sois concidadãos dos santos e membros da casa de Deus».(16)

 

5. Uma proposta para dois Pactos internacionais
Almejo do fundo do coração que seja este espírito a animar o processo que, no decurso de 2018, levará à definição e aprovação por parte das Nações Unidas de dois pactos globais: um para migrações seguras, ordenadas e regulares, outro referido aos refugiados. Enquanto acordos partilhados a nível global, estes pactos representarão um quadro de referência para propostas políticas e medidas práticas. Por isso, é importante que sejam inspirados por sentimentos de compaixão, clarividência e coragem, de modo a aproveitar todas as ocasiões para fazer avançar a construção da paz: só assim o necessário realismo da política internacional não se tornará uma capitulação ao cinismo e à globalização da indiferença.

 

De facto, o diálogo e a coordenação constituem uma necessidade e um dever próprio da comunidade internacional. Mais além das fronteiras nacionais, é possível também que países menos ricos possam acolher um número maior de refugiados ou acolhê-los melhor, se a cooperação internacional lhes disponibilizar os fundos necessários.

 

A Secção Migrantes e Refugiados do Dicastério para o Serviço do Desenvolvimento Humano Integral sugeriu 20 pontos de ação(17) como pistas concretas para a implementação dos supramencionados quatro verbos nas políticas públicas e também na conduta e ação das comunidades cristãs. Estas e outras contribuições pretendem expressar o interesse da Igreja Católica pelo processo que levará à adoção dos referidos pactos globais das Nações Unidas. Um tal interesse confirma uma vez mais a solicitude pastoral que nasceu com a Igreja e tem continuado em muitas das suas obras até aos nossos dias.

 

6. Em prol da nossa casa comum
Inspiram-nos as palavras de São João Paulo II: «Se o “sonho” de um mundo em paz é partilhado por tantas pessoas, se se valoriza o contributo dos migrantes e dos refugiados, a humanidade pode tornar-se sempre mais família de todos e a nossa terra uma real “casa comum”».(18) Ao longo da história, muitos acreditaram neste «sonho» e as suas realizações testemunham que não se trata duma utopia irrealizável.

 

Entre eles conta-se Santa Francisca Xavier Cabrini, cujo centenário do nascimento para o Céu ocorre em 2017. Hoje, dia 13 de novembro, muitas comunidades eclesiais celebram a sua memória. Esta pequena grande mulher, que consagrou a sua vida ao serviço dos migrantes tornando-se depois a sua Padroeira celeste, ensinou-nos como podemos acolher, proteger, promover e integrar estes nossos irmãos e irmãs. Pela sua intercessão, que o Senhor nos conceda a todos fazer a experiência de que «o fruto da justiça é semeado em paz por aqueles que praticam a paz».(19)

 

Vaticano, 13 de novembro de 2017
Memória de Santa Francisca Xavier Cabrini, Padroeira dos migrantes

PAPA FRANCISCO

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1 Cf. Evangelho de Lucas 2, 14.
2 Alocução do Angelus (15/I/2012).
3 João XXIII, Carta enc. Pacem in terris, 106.
4 Cf. Evangelho de Lucas 14, 28-30.
5 Mensagem para o Dia Mundial da Paz de 2000, 3.
6 Bento XVI, Mensagem para o Dia Mundial do Migrante e do Refugiado de 2013.
7 N.º 25.
8 Cf. Francisco, Discurso aos Diretores nacionais da Pastoral dos Migrantes, participantes no Encontro promovido pelo Conselho das Conferências Episcopais da Europa (22/IX/2017).
9 Bento XVI, Mensagem para o Dia Mundial do Migrante e do Refugiado de 2011.
10 Francisco, Exort. ap. Evangelii gaudium, 71.
11 João XXIII, Carta enc. Pacem in terris, 106.
12 Francisco, Mensagem para o Dia Mundial do Migrante e do Refugiado de 2018, (15/VIII/2017).
13 Carta aos Hebreus 13, 2.
14 Salmo 146, 9.
15 Livro do Deuteronómio 10, 18-19.
16 Carta aos Efésios 2, 19.
17 «20 Pontos de Ação Pastoral» e «20 Pontos de Ação para os Pactos Globais» (2017). Cf. também Documento ONU A/72/528.
18 Mensagem para o Dia Mundial do Migrante e do Refugiado de 2004, 6.
19 Carta de Tiago 3, 18.

 

Fonte: Vatican News

A nossa salvação começou no ventre de Maria

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O ventre de Maria é o lugar da nossa comunhão com Deus, é o lugar de nos resgatarmos

 

“Quando se completou o tempo previsto, Deus enviou o seu Filho, nascido de uma mulher” (Gl 4, 4).

 

No primeiro dia do ano, queremos contemplar Jesus, o Filho de Deus que se fez homem e habitou no meio de nósSanta Maria Mãe de Deus por meio de uma mulher. É maravilhoso ver que o texto bíblico, a Carta aos Gálatas, enfatiza o fato de: o Filho de Deus ter nascido de uma mulher.

 

Você pode pensar: “Toda criança vai nascer de uma mulher”. Enquanto as culturas antigas dão sempre valor ao lado patriarcal, ao homem, a Bíblia cria uma nova ordem, coloca essa mulher na primazia dos acontecimentos. A humanidade de Jesus viva, presente e encarnada no meio de nós, acontece por meio da Virgem Maria.

 

É importante entender que, esse menino que nasce de Maria, é o Filho eterno de Deus. Ainda que Jesus esteja encarnado e nós O vejamos apenas na Sua forma humana, na Sua aparência humana, a maneira como Ele se manifesta no meio de nós, Ele é o filho eterno de Deus.

 

A Igreja coloca no primeiro dia do ano a celebração de Maria, a Mãe de Deus. Muitos podem pensar: “Como Maria vai ser mãe de Deus, se Ele quem criou Maria?”. É verdade. Foi Deus quem A fez, Ela é uma criatura de Deus como nós, porém, foi uma criatura escolhida para que o Filho de Deus nascesse através Dela. Esse é o fato de nós A venerarmos e nos voltarmos para Ela.

 

Jesus está encarnado no ventre de Maria. Eu vejo Jesus presente no Sacrário, na Hóstia Consagrada, mas, o primeiro Sacrário, a primeira morada de Jesus no meio de nós, foi no ventre de Maria. Aquele ventre nutriu, alimentou, deu vitalidade e vigor à humanidade de Jesus.

 

Queremos, hoje, contemplar a nova criação, a nova criatura, o homem novo que nasce em Maria. Quando celebramos Maria, a Mãe de Deus, logo no primeiro dia do ano, é justamente para dizer que em Maria todas as coisas são recriadas e feitas. Jesus começou a salvação no ventre de Sua Mãe, ali se instalou o novo Paraíso, o novo Éden, o jardim que Deus criou para que vivêssemos a salvação e a nossa comunhão com Deus.

 

O ventre de Maria é o lugar da nossa comunhão com Deus, é o lugar de nos resgatarmos, recriarmos e refazermos. Queremos começar esse ano tendo como meta a vida nova.

 

Todo mundo fala: “Ano novo, vida nova”, mas não tem vida nova se não começarmos em Deus, se não permitirmos que Ele restaure e faça todas as coisas novas em nossa vida. Precisamos nos voltar para Deus, para que Ele restaure todas as coisas.

 

Maria é a nova criatura, a nova Eva, a nova mulher, a nova humanidade; é o ser humano pleno, redimido. Que Ela nos aponte o caminho do Paraíso, do Éden, o caminho da nova criatura, porque, queremos ser novos a cada dia.

 

Deus abençoe você!

Pe. Roger Araújo

Sacerdote da Comunidade Canção Nova

 

Fonte: Canção Nova

Oitava de Natal: você sabe o que isso significa?

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Oitava de Natal: você sabe o que isso significa?

 

Entre os dias 25 de dezembro e 1º de janeiro a Igreja celebra a Oitava do Natal, ou seja, oito dias em que vive-se a exultação da Festa do Nascimento de Jesus. Uma grande parte dos católicos não sabe o que significa esse tempo especial de graças e, para esclarecer esse tema, o A12 conversou com o padre Rafael Querobin, professor da Faculdade Dehoniana, em Taubaté (SP), que possui experiência na área de Teologia, com ênfase em Liturgia.

 

Oitava de Natal está historicamente relacionada à Oitava da Páscoa. Padre Rafael explica que o Ano Litúrgico “é marcado por duas grandes celebrações”, a festa da Páscoa e a festa do Natal.

A festa da Páscoa surgiu primeiro, logo após a morte de Jesus, pelos primeiros cristãos “que passaram a se reunir para realizar o mandato do Senhor de celebrar em sua memória”, assinala o religioso. Já o Natal surgiu bem depois. A Igreja passou a celebrá-la oficialmente apenas no século IV.

 

Dada a importância dessas celebrações para a Igreja surgiu então a Oitava de Páscoa e a Oitava de Natal, como um “tempo especial de graças” em que todos os fiéis podem vivenciar por mais dias, as bênçãos de Deus neste período.

 

Padre Rafael lembra que a semana tem sete dias e explica o motivo do nome “oitava”.

 

“A Oitava seria o prolongamento da celebração da Páscoa por uma semana. Bem sabemos que a semana é constituída por sete dias, mas porque então essa semana é chamada de Oitava? Segundo a tradição, a Oitava remete para o dia chamado ‘sem ocaso’, o dia sem fim. Se os dias temporais, a semana histórica é marcada por sete dias, este oitavo dia seria o dia da eternidade, o dia da plenitude”, destaca.

 

A Oitava de Natal exprime de forma especial “um aspecto do testemunho do mistério da Encarnação”, ou seja, nesse período “nos concentramos mais uma vez sobre o grande mistério de Deus que desceu do Céu para entrar na nossa carne” (cf. Papa emérito Bento XVI, 9 de janeiro de 2013).

 

Para comprender melhor esse mistério é preciso analisar as diversas celebrações desse período. Abaixo, padre Rafael explica cada uma das festas que ocorrem dentro da Oitava de Natal:

 

santo_estevaoA festa de Santo Estevão, o primeiro mártir, no dia 26 de dezembro, recorda especialmente o testemunho do amor que perdoa dado por Estevão em seu martírio. Nele realizou-se de modo exemplar a figura do mártir imitador de Cristo. Ele contemplou a glória do Ressuscitado; proclamou a sua dignidade. Por isso, nós temos nele um aspecto do mistério da Encarnação de Cristo.

 

sao_joao_evangelista_2

Já no dia 27 de dezembro, nós celebramos São João apóstolo e evangelista, o discípulo que Jesus amava. Ele é considerado um grande teólogo que penetrou em profundidade o mistério do Verbo feito homem, cheio de amor e fidelidade. A liturgia desta festa sublinha a revelação da misteriosa profundidade do Verbo e a inteligência penetrante da Palavra que caracterizam os textos inspirados de São João.

 

santos_inocentes_martires01No dia 28 de dezembro, celebramos os Santos Inocentes que deram testemunho de Cristo não com palavras, mas com seu sangue. Essa festa lembra-nos que o martírio é dom gratuito do Senhor. A liturgia recorda o valor do testemunho de vida que não pode estar separado da palavra por parte dos adultos.

 

A festa da Sagrada Família é celebrada no Domingo dentro da Oitava, caso a Oitava que termina no dia 1º de janeiro não caia no Domingo. Como neste ano o dia 1º de janeiro cai num Domingo, a festa da Sagrada Família foi transferida para o dia 30 de dezembro. Essa festa recorda que o mistério da Encarnação é um mistério de partilha. O Filho de Deus veio partilhar em tudo, exceto no pecado, a nossa condição humana.

 

Maria

Por fim, a Oitava é coroada com a Solenidade de Santa Maria Mãe de Deus, que é seguramente a primeira festa de Maria no Ocidente. Nesse primeiro dia do ano civil, nós consagramos e oferecemos o novo ano a Deus através das mãos de Maria, mãe de Deus e nossa.

 

Aproveite a Oitava de Natal para continuar vivenciando as graças do nascimento do Menino Deus que se encarnou para salvar-nos, e prolongue os votos de Natal e os gestos de caridade e amor tão presentes nesse período.

 

Fonte: A12.com

O que acontece no Natal? – Dom Murilo Krieger

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O que acontece no Natal?

 

O que acontece no Natal? Para nos ajudar a responder a essa pergunta, o evangelista Lucas nos coloca no coração dos acontecimentos: Lc 2, 1-20. Ele nos convida a contemplar o Presépio. A descrição que faz do que aconteceu na gruta de Belém nos deixa surpresos, pois Jesus não é descrito diretamente.Dom Murilo_menor

 

Fôssemos nós a narrar o nascimento de uma criança, falaríamos de seu rosto e de seu choro, de seu tamanho e peso. Lucas nada nos diz a esse respeito. Não elogia Jesus e nem se preocupa em nos dizer como ele era.

 

Na primeira parte do que descreve, parece querer destacar José e Maria, que se submetem a um homem poderoso – César Augusto. Esse imperador espalha o medo pela região: como não obedecê-lo, já que queria um recenseamento completo da população, para que ninguém deixasse de pagar impostos? O imperador demonstra seu poder movimentando as pessoas, mesmo que se trate de mulheres, como Maria, que estejam grávidas e, para as quais, qualquer viagem é um grande incômodo.

 

A segunda parte da descrição é em torno dos pastores. Para que entendessem que a mensagem que ouviam era marcada pela alegria, foi preciso que os anjos os acalmassem: “Não tenhais medo!”

 

Mesmo que Lucas não entre em pormenores sobre Jesus, no centro não só da cena que descreveu, mas em todo o seu Evangelho, é o Filho de Deus que se destaca. Jesus  é o centro do Natal. Tudo movimenta-se ao seu redor, isto é, ao redor de uma criança que, como toda criança, é frágil e indefesa. Ele está no centro da vida de Maria e de José; no centro da vida dos pastores. Mais: no centro da História. Tudo gira em torno dele; tudo foi feito por ele e para ele.

 

Gosto de observar presépios, não importa de que maneira são feitos, nem por quem. Vejo que em todos eles as personagens estão ali em função de Jesus. Todas estão voltadas para ele ou têm sentido em vista dele. José o protege. Maria é aquela que o enfaixa e o coloca na manjedoura. Os pastores, para visitá-lo, deixam seu rebanho. Jesus nada diz, nada ordena e, no entanto, todos são tocados por ele.

 

A partir de seu nascimento, em Belém, Jesus passa a estar no centro da vida dos homens e mulheres, dos jovens e crianças de todos os tempos – também dos que não o aceitam. Ele veio trazer a salvação e a paz para todos, mas não obriga ninguém a aceitá-las. No Natal, o Pai dá o maior de todos os presentes à humanidade. Mas não nos dá Seu Filho porque somos santos, mas porque somos necessitados e precisamos de um Redentor. Sem ele – Caminho, Verdade e Vida –, pereceríamos. Sozinhos, não conseguiríamos trilhar o caminho do amor.

 

O que acontece no Natal?, comecei perguntando. Com a ajuda do evangelista Lucas, descobrimos que, no Natal, Deus abre imensos horizontes diante de nós, pois nos tira do caminho da morte e nos introduz no caminho da vida. O apóstolo Paulo nos dirá que, no Natal, “a graça salvadora de Deus manifestou-se a toda a humanidade”, pois Cristo “se entregou por nós, para nos resgatar de toda iniquidade e purificar para si um povo que lhe pertença e que seja zeloso em praticar o bem” (Tt 2, 11.14). Purificar para si um povo que lhe pertença! Somos chamados a pertencer a este povo que tem como centro Jesus. Um povo que se dedique a praticar o bem.

 

O que acontece no Natal? Acontece simplesmente isso: “nasceu para nós um menino” (Is 9, 5). Jesus está no meio de nós!

 

Dom Murilo S.R. Krieger, scj

Arcebispo de São Salvador da Bahia – Primaz do Brasil

 

Fonte: Pascom Arquidiocesana

Foto: Sérgio Isensee

Natal do Senhor – Bênção “Urbi et Orbi”

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MENSAGEM URBI ET ORBI
DO PAPA FRANCISCO
NATAL 2017

Sacada Central da Basílica Vaticana
Segunda-feira, 25 de dezembro de 2017

 

Queridos irmãos e irmãs, feliz Natal!

 

Benção Urbi et Orbi 2

Em Belém, da Virgem Maria, nasceu Jesus. Não foi por vontade humana que nasceu, mas por um dom de amor de Deus Pai, que «tanto amou o mundo, que lhe entregou o seu Filho Unigénito, a fim de que todo o que n’Ele crê não se perca, mas tenha a vida eterna» (Jo 3, 16).

 

Este acontecimento renova-se hoje na Igreja, peregrina no tempo: a fé do povo cristão revive, na liturgia do Natal, o mistério de Deus que vem e assume a nossa carne mortal, fazendo-Se pequenino e pobre para nos salvar. E isto enche-nos de comoção, porque é demasiado grande a ternura do nosso Pai.

 

Os primeiros, depois de Maria e José, a ver a glória humilde do Salvador foram os pastores de Belém. Reconheceram o sinal que lhes fora anunciado pelos anjos e adoraram o Menino. Aqueles homens, humildes mas vigilantes, são um exemplo para os crentes de todos os tempos que, diante do mistério de Jesus, não se escandalizam da sua pobreza, mas, como Maria, fiam-se da palavra de Deus e, com olhos simples, contemplam a sua glória. Perante o mistério do Verbo encarnado, os cristãos de toda a parte confessam, com as palavras do evangelista João: «contemplamos a sua glória, a glória que possui como Filho Unigénito do Pai, cheio de graça e de verdade» (1, 14).

 

Hoje, enquanto sopram no mundo ventos de guerra e um modelo de progresso já ultrapassado continua a produzir degradação humana, social e ambiental, o Natal lembra-nos o sinal do Menino convidando-nos a reconhecê-Lo no rosto das crianças, especialmente daquelas para as quais, como sucedeu a Jesus, «não há lugar na hospedaria» (Lc 2, 7).

 

Vemos Jesus nas crianças do Médio Oriente, que continuam a sofrer pelo agravamento das tensões entre israelitas e palestinenses. Neste dia de festa, imploramos do Senhor a paz para Jerusalém e para toda a Terra Santa; rezamos para que prevaleça, entre as Partes, a vontade de retomar o diálogo e se possa finalmente chegar a uma solução negociada que permita a coexistência pacífica de dois Estados dentro de fronteiras mutuamente concordadas e internacionalmente reconhecidas. O Senhor sustente também os esforços de quantos, na Comunidade Internacional, se sentem animados pela boa vontade de ajudar aquela martirizada terra a encontrar – não obstante os graves obstáculos – a concórdia, a justiça e a segurança por que há muito aguarda.

 

Vemos Jesus no rosto das crianças sírias, ainda feridas pela guerra que ensanguentou o país nestes anos. Possa a Síria amada encontrar, finalmente, o respeito pela dignidade de todos, através dum esforço concorde por reconstruir o tecido social, independentemente da pertença étnica e religiosa. Vemos Jesus nas crianças do Iraque, ainda contuso e dividido pelas hostilidades que o afetaram nos últimos quinze anos, e nas crianças do Iémen, onde perdura um conflito em grande parte esquecido, mas com profundas implicações humanitárias sobre a população que padece a fome e a propagação de doenças.

 

Vemos Jesus nas crianças da África, sobretudo nas que sofrem no Sudão do Sul, na Somália, no Burundi, na República Democrática do Congo, na República Centro-Africana e na Nigéria.

 

Vemos Jesus nas crianças de todo o mundo, onde a paz e a segurança se encontram ameaçadas pelo perigo de tensões e novos conflitos. Rezamos para que se possam superar, na península coreana, as contraposições e aumentar a confiança mútua, no interesse do mundo inteiro. Ao Deus Menino, confiamos a Venezuela, para que possa retomar um confronto sereno entre os diversos componentes sociais em benefício de todo o amado povo venezuelano. Vemos Jesus nas crianças que padecem, juntamente com suas famílias, as violências do conflito na Ucrânia e as suas graves repercussões humanitárias, e rezamos para que o Senhor conceda, o mais depressa possível, a paz àquele querido país.

 

Vemos Jesus nas crianças, cujos pais não têm emprego, provando dificuldade em oferecer aos filhos um futuro seguro e tranquilo; e naquelas cuja infância foi roubada, obrigadas a trabalhar desde tenra idade ou alistadas como soldados por mercenários sem escrúpulos.

 

Vemos Jesus nas inúmeras crianças constrangidas a deixar o seu país, viajando sozinhas em condições desumanas, presa fácil dos traficantes de seres humanos. Através dos seus olhos, vemos o drama de tantos migrantes forçados que chegam a pôr a vida em risco, enfrentando viagens extenuantes que por vezes acabam em tragédia. Revejo Jesus nas crianças que encontrei durante a minha última viagem ao Myanmar e ao Bangladesh, e espero que a Comunidade Internacional não cesse de trabalhar para que seja adequadamente tutelada a dignidade das minorias presentes na região. Jesus conhece bem a tribulação de não ser acolhido e a dificuldade de não ter um lugar onde poder reclinar a cabeça. Que o nosso coração não fique fechado como ficaram as casas de Belém.

 

Queridos irmãos e irmãs!

 

Também a nós é indicado, como sinal do Natal, «um menino envolto em panos» (Lc 2, 12). Como a Virgem Maria e São José, como os pastores de Belém, acolhamos no Menino Jesus o amor de Deus feito homem por nós e comprometamo-nos, com a sua graça, a tornar o nosso mundo mais humano, mais digno das crianças de hoje e de amanhã.

 

A vós, queridos irmãos e irmãs, congregados de todo o mundo nesta Praça e a quantos estão unidos connosco, nos vários países, através do rádio, televisão e outros meios de comunicação, dirijo cordiais votos de Boas Festas.

 

Que o nascimento de Cristo Salvador renove os corações, suscite o desejo de construir um futuro mais fraterno e solidário, conceda alegria e esperança a todos. Feliz Natal!

 

Para acessar o vídeo da Bênção “Urbi et Orbi” clique aqui.

© Copyright – Libreria Editrice Vaticana

 

Fonte: Vatican News

Um Natal diferente

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Um Natal diferente

 

De novo é Natal. O mundo entra em um frenesi tremendo: todo mundo correndo atrás do presente de última hora, Árvore de Natalatrás do presente esquecido, atrás do presente desejado. Mas, mais do que compras, presentes, decorações, grandes festas, como nos indicou várias vezes Papa Francisco, este é o momento para pararmos e refletir sobre aquela imensa luz que entrou no mundo e que iluminou para sempre a vida de cada ser humano. Sim, porque naquela noite Santa, Deus se fez homem, entrou no mundo, Deus amor em forma de menino.

 

Os votos que brotam do profundo do nosso ser são votos de paz.

 

Brota então o desejo para que se viva o Natal de modo diferente, quem sabe repartindo o pouco que se tem, com quem vive o ano inteiro sem o pouco.

 

O nosso pensamento escorrega então para as várias partes do mundo onde o Natal, o nascimento do Menino Jesus, é somente uma data num calendário vindo de fora; onde o nascimento do Menino que mudou nossa história é somente uma bela história de fim de ano para se contar às crianças.

 

“ Nosso pensamento vai para aquelas partes da terra onde inteiros povos não poderão saborear a alegria de uma noite inesquecível por causa da guerra. ”

 

O nosso pensamento vai para as tantas famílias que foram obrigadas a deixar suas casas por causa da fome, da perseguição, da violência. Essas mesmas famílias que talvez não poderão viver a Noite Santa em família, viver o dom maior que Deus deu à humanidade; Seu Filho.

 

No frio da noite no hemisfério norte estará presente também, talvez, a lágrima de dor de um pai e de uma mãe que não poderão, nesta ocasião, oferecer aos seus filhos o brinquedo tão desejado e esperado, pois o essencial neste momento é manterem-se vivos, esperando num futuro melhor.

 

“ Nosso pensamento vai aos migrantes e refugiados. Há tantas lágrimas neste Natal que se unem às primeiras lágrimas do “Menino de Belém”, também ele um migrante e um refugiado. ”

 

O nosso pensamento vai aos cristãos que não poderão viver a alegria que brota do Natal, viver esse momento em família, na sua igreja, na sua comunidade por causa das perseguições, das violências contra os seguidores de Cristo.

 

Os votos que brotam do profundo do nosso ser são votos de paz, paz para aqueles que sofrem seja por questões religiosas, seja por causa da ambição econômica de poucos em detrimento de muitos. Paz para quem padece as dificuldades sociais, políticas e econômicas, como as que vivemos no Brasil. Paz às nossas crianças e às crianças do mundo inteiro privadas das alegrias da infância por causa da fome, das guerras e do egoísmo dos adultos.

 

Nós da redação portuguesa do Vatican News queremos nos unir a todos vocês brasileiros, português, africanos, homens e mulheres de boa vontade para juntos construirmos um mundo mais justo e mais humano, na certeza de que o Menino Deus, fonte de alegria, também neste ano irá nascer nos nossos corações.

 

Feliz e Santo Natal a todos vocês!

Silvonei José – Cidade do Vaticano

 

Fonte: Vatican News

Dia 23/12/2017