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Manifestou-se a graça de Deus

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Manifestou-se a graça de Deus

 

Na véspera de Natal, o Papa Francisco nos recorda que “Deus continua a amar cada pessoa, mesmo a pior”. E na mensagem Urbi et Orbi, nos convida a rezar pelas muitas crianças que sofrem com a guerra

 

 “Manifestou-se a graça de Deus. Nesta noite, damo-nos conta de que, não sendo nós capazes da altura d’Ele, por amor nosso desceu à nossa pequenez; vivendo preocupados apenas com os nossos interesses, veio Ele habitar entre nós. O Natal lembra-nos que Deus continua amando todo o homem, mesmo o pior.”

Papa Francisco na Bênção Urbi et Orbi - Foto: Vatican Media

Papa Francisco na Bênção Urbi et Orbi – Foto: Vatican Media

 

Ao celebrar a Missa na noite de Natal, Francisco nos recordou do amor incondicional de Deus, que se faz pequeno, indefeso, criança, para nos atrair a ele. “Deus não te ama, porque pensas certo e te comportas bem; ama-te… e basta – disse o Papa – o seu amor é incondicional, não depende de ti. Podes ter ideias erradas, podes tê-las combinado de todas as cores, mas o Senhor não desiste de te querer bem … nos nossos pecados, continua a amar-nos.” Em Belém, Jesus nasceu “pobre em tudo, para nos conquistar com a riqueza do seu amor”.

 

Ao meio-dia, Francisco assomou à sacada central da Basílica de São Pedro, para a tradicional mensagem Urbi et Orbi, para a cidade de Roma e para o mundo inteiro. “Que Cristo seja luz para as muitas crianças que sofrem guerra e os conflito no Oriente Médio e em vários países do mundo”, disse ele, pedindo que Jesus traga “conforto para o amado povo sírio” e para o libanês, e seja luz para o Terra Santa, onde muitos “esperam dias de paz, de segurança e de prosperidade”. O papa pediu consolação para o Iraque e o Iêmen.

 

Francisco então rezou por todo o continente americano, marcado por convulsões sociais e políticas, “pela querida Ucrânia” e pelos povos da África “, onde persistem situações sociais e políticas que muitas vezes obrigam as pessoas a emigrar, privando-as de uma casa e de uma família.” E citou os conflitos na República Democrática do Congo e os “perseguidos por causa de sua fé religiosa, especialmente os missionários e os fiéis sequestrados, e aqueles que são vítimas de ataques por parte de grupos extremistas, especialmente em Burkina Faso, Mali, Níger e Nigéria”.

 

Ele pediu que o Menino de Belém “seja defesa e apoio” para aqueles que “devem emigrar na esperança de uma vida segura”, atravessando “desertos e mares transformados em cemitérios”, forçados “a sofrer abusos indizíveis, escravidão de todos os tipos e tortura em campos de detenção desumanos”. “Que o Emanuel seja luz para toda a humanidade ferida – concluiu Francisco – enterneça nosso coração muitas vezes endurecido e egoísta e nos torne instrumentos de seu amor”.

 

Às 10 horas da manhã do dia de Natal, o Papa Francisco, o primaz anglicano Justin Welby e o reverendo John Chalmers, ex-moderador da Igreja Presbiteriana da Escócia, enviaram uma mensagem conjunta aos líderes políticos do Sudão do Sul, na qual os convidam para um renovado compromisso no caminho da reconciliação e da fraternidade, para que seja possível sua visita ao querido país.

 

Cidade do Vaticano

Fonte: Vatican News

Papa: confiança inabalável em Deus permite aceitar situações incompreensíveis

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Papa: confiança inabalável em Deus permite aceitar situações incompreensíveis

 

São José, homem manso e sábio, esteve ao centro da alocução do Papa Francisco antes de rezar o Angelus neste IV Domingo de Advento. Seu exemplo, nos exorta a elevar o olhar, procurando ver além, recuperando assim surpreendente lógica de Deus que, longe dos pequenos ou grandes cálculos, é feita de abertura a novos horizontes, a Cristo e à Sua Palavra.

Papa Francisco - Confiança inabalável em Deus - Foto: Vatican Media

Papa Francisco – Confiança inabalável em Deus – Foto: Vatican Media

 

São José, “uma figura aparentemente secundária, mas em cuja atitude está encerrada toda a sabedoria cristã”. Assim tem início a alocução do Papa Francisco antes de rezar o Angelus com os milhares de peregrinos e turistas de todas as partes do mundo presentes na Praça São Pedro neste IV Domingo de Advento. E foi justamente o exemplo “desse homem manso e sábio” narrado no Evangelho de São Mateus proposto pela liturgia do dia, que inspirou sua reflexão.

 

José é um homem modesto, “não prega, não fala, mas busca fazer a vontade de Deus; e a cumpre no estilo do Evangelho e das Bem-aventuranças”, enfatiza o Papa. Pensemos: “Bem-aventurados os pobres de espírito, porque deles é o reino dos céus”:

“E José é pobre porque vive do essencial, trabalha, vive do trabalho; é a pobreza típica daqueles que tem consciência de depender totalmente de Deus e nele depositam toda sua confiança.”

 

Busca de uma solução para preservar a dignidade e integridade da amada Maria

 

A situação narrada pelo Evangelho é constrangedora, pois José e Maria estão prometidos como esposos, ainda não vivem juntos, mas “ela espera um filho por ação de Deus”:

José, diante dessa surpresa, naturalmente fica perturbado, mas, ao invés de reagir de maneira impulsiva e punitiva – como se costumava fazer, a lei o protegia – busca uma solução que respeite a dignidade e a integridade de sua amada Maria.

 

José sabia que consequências teria uma possível denúncia sua, mas “tem total confiança em Maria, a quem ele escolheu como esposa. Não entende mas busca outra solução (…), com grande sofrimento, decide se separar de Maria sem criar escândalo”.

 

Total confiança em Deus

 

Diante de tal decisão, entra em ação um anjo do Senhor que lhe diz que a solução por ele pensada “não é aquela desejada por Deus. Antes pelo contrário – observa o Papa – o Senhor abre a ele um novo caminho, um caminho de união, de amor e de felicidade e diz a ele: “José, Filho de Davi, não tenhas medo de receber Maria como tua esposa, porque ela concebeu pela ação do Espírito Santo”:

A este ponto, José confia totalmente em Deus, obedece às palavras do anjo e toma consigo Maria. Precisamente essa confiança inabalável em Deus permitiu a ele aceitar uma situação humanamente difícil e, em certo sentido, incompreensível.

 

Resgatar a lógica de Deus que abre novos horizontes

 

Pela fé, José passa a compreender que a criança gerada no ventre de Maria não é seu filho, mas é o Filho de Deus e que ele “será seu protetor, assumindo plenamente sua paternidade terrena”:

“O exemplo desse homem manso e sábio nos exorta a elevar o olhar, procurando ver além. Trata-se de resgatar a surpreendente lógica de Deus que, longe dos pequenos ou grandes cálculos, é feita de abertura a novos horizontes, a Cristo e à Sua Palavra.”

 

Que a Virgem Maria e seu castíssimo esposo José – foi a exortação final do Santo Padre – nos ajudem a nos colocar à escuta de Jesus que vem e que pede para ser acolhido em nossos projetos e nas nossas escolhas.

 

Às famílias: Natal com fraternidade, crescimento na fé e solidariedade

 

Ao saudar os peregrinos presentes, após rezar o Angelus, Francisco dirigiu um pensamento especial às famílias, fazendo votos que o Natal seja uma ocasião de fraternidade, crescimento na fé e solidariedade:

Dentro de três dias será Natal e meu pensamento vai especialmente às famílias, às famílias de vocês, que nestes dias de festa se reúnem: quem vive longe de seus pais, parte e volta para casa; os irmãos procuram se reencontrar. Que o Santo Natal seja para todos uma ocasião de fraternidade, de crescimento da fé e de gestos de solidariedade para com os necessitados. E que São José nos acompanhe neste caminho para o Natal.

 

 

Jackson Erpen – Cidade do Vaticano

Fonte: Vatican News

Dom Walmor para o Natal: “Qualquer gesto de bondade toca nosso coração”

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Dom Walmor para o Natal: “Qualquer gesto de bondade toca nosso coração”

 

Dom Walmor Oliveira de Azevedo presidente da CNBB e arcebispo de Belo Horizonte enviou através da Rádio Vaticano suas felicitações de natalinas

Dom Walmor Azevedo - Presidente da CNBB - Foto: Vatican Media

Dom Walmor Azevedo – Presidente da CNBB – Foto: Vatican Media

 

Recebemos uma bela e profunda mensagem de Dom Walmor Oliveira de Azevedo, presidente da CNBB e arcebispo de Belo Horizonte desejando a todos os ouvintes um “feliz, santo e fecundo Natal, preparando alegrias novas para o ano de 2020”.

 

Dom Walmor afirma: “Desejo de coração a você que o seu coração seja profundamente tocado pela experiência de celebrarmos o Natal do Senhor”. “É preciso fazer a experiência da novidade do amor de Deus que vem ao nosso encontro em Cristo”.

 

Por isso, continua o presidente da CNBB, “viva a experiência bonita do encantamento pela encarnação do Verbo”, e recorda: “Qualquer gesto de bondade toca o nosso coração”.

 

Por fim Dom Walmor anima a todos para que “Caminhemos juntos com alegria, sejamos Igreja em saída com o amado Papa Francisco indo na direção que ele nos aponta, caminhando com ele lado a lado, para que possamos nos dar conta neste tempo do terceiro milênio, de ser a Igreja hospitaleira, Igreja em diálogo, Igreja de encontro, uma Igreja que nos congrega pela força do testemunho do seguimento de Cristo Jesus.

 

Ouça a mensagem completa de Dom Walmor acessando a página no Vantican News (clicando aqui)

 

Cidade do Vaticano

Fonte: Vatican News

Angelus: o Advento é tempo de graça para purificar a fé

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Angelus: o Advento é tempo de graça para purificar a fé

Ao rezar o Angelus dominical com os fiéis na Praça São Pedro, o Papa Francisco falou da alegria e da dúvida, ambas experiências que fazem parte da nossa vida.

 

O Advento nos diz que não basta acreditar em Deus: é preciso todos os dias purificar a nossa fé. Palavras do Papa Francisco ao rezar com os fiéis e peregrinos na Praça São Pedro a oração do Angelus.

Advento é tempo de graça - Foto: Vatican Media

Advento é tempo de graça – Foto: Vatican Media

 

Em sua alocução, o Pontífice comentou as leituras deste terceiro domingo do Advento, conhecido como domingo “da alegria”.

 

Alegria e dúvida

 

De um lado, o profeta Isaías faz um convite à alegria: “Criai ânimo, não tenhais medo! Vede, é vosso Deus […] ele que vem para vos salvar”. E então tudo se transforma: o deserto floresce, o consolo e a alegria tomam conta dos perdidos de coração, o coxo, o cego e o mudo são curados.

 

Já no Evangelho, João Batista vive um momento de dúvida: ‘És tu, aquele que há de vir, ou devemos esperar um outro?’. Jesus então realiza prodígios: “os cegos recuperam a vista, os paralíticos andam, os leprosos são curados, os surdos ouvem, os mortos ressuscitam e os pobres são evangelizados”.

 

Novo nascimento

 

Esta descrição nos mostra que a salvação envolve todo o homem e o regenera, explicou o Papa. Mas este novo nascimento sempre pressupõe uma morte a nós e ao pecado que está em nós.

 

Por isso devemos nos converter e converter, sobretudo, a ideia que temos de Deus.

 

“O Advento, tempo de graça, nos diz que não basta acreditar em Deus: é preciso todos os dias purificar a nossa fé.”

 

Fábula

 

Trata-se de se preparar para acolher não um personagem de uma fábula, mas o Deus que nos interpela, nos envolve e diante do qual se impõe uma escolha.

 

O Menino que está no presépio, disse ainda Francisco, tem o rosto dos nossos irmãos e irmãs mais necessitados, dos pobres que “são os privilegiados deste mistério e, muitas vezes, aqueles que melhor conseguem reconhecer a presença de Deus no meio de nós”.

 

“Que a Virgem Maria nos ajude para que, enquanto nos aproximamos do Natal, não nos deixemos distrair pelas coisas exteriores, mas façamos espaço no coração Àquele que já veio e que quer vir mais uma vez a curar as nossas doenças e a nos dar a sua alegria.”

 

 

Cidade do Vaticano

Fonte: Vatican News

Em destaque: um novo passo no tempo do Advento

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Em destaque: um novo passo no tempo do Advento

 

As atividades do Papa e da Santa Sé nesta terça-feira. Hoje Francisco completou 83 anos. Publicou dois rescritos: no primeiro, aboliu o segredo pontifício para as investigações de casos de abusos de menores cometidos pelo clero. Em um tuíter para o Advento, recorda que a conversão nasce da misericórdia.

Advento - Foto: Vatican Media

Advento – Foto: Vatican Media

 

No dia em que comemorou seus 83 anos de idade, Francisco publicou um rescrito segundo o qual o “segredo pontifício” é abolido para documentos relativos a denúncias e testemunhos de processos canônicos em casos de abuso de menores perpetrados por clérigos. A decisão, que pode ser definida histórica, representa um novo passo ligado ao encontro sobre a proteção de menores realizado no Vaticano em fevereiro último. Os documentos processuais relativos aos casos de violência e abuso sexual conservados nos arquivos dos Dicastérios vaticanos, bem como os que se encontram nos arquivos das dioceses, até agora sujeitos ao segredo pontifício, poderão ser entregues aos magistrados de investigação dos respectivos países, atendendo ao seu pedido. Um sinal de transparência e colaboração com as autoridades civis. O rescrito, naturalmente, não diz respeito em algum modo ao segredo da confissão. Também hoje, com um segundo rescrito, Francisco estabeleceu que faça parte dos crimes mais graves reservados ao julgamento da Congregação para a Doutrina da Fé, também a detenção ou divulgação de imagens pornográficas de menores de 18 anos por parte de um clérigo. Até agora, esse limite era fixado em 14 anos.

 

Também hoje o Papa Francisco aceitou a renúncia por motivos de idade, apresentada por dom Luigi Ventura, núncio apostólico na França. O prelado, que tinha completado 75 anos no passado dia 9 de dezembro, havia renunciado à imunidade jurisdicional para manifestar a sua total disponibilidade para colaborar com as autoridades judiciais francesas em relação às acusações de assédio sexual feitas por alguns homens: acusações sempre rejeitadas pelo núncio.

 

Hoje a Igreja entra na segunda parte do Advento, tempo forte de conversão: se até ontem a liturgia nos convidava a meditar sobre a última vinda de Cristo, agora nos exorta a preparar-nos para celebrar o seu nascimento na gruta de Belém. O juízo final tem como premissa o Deus que se faz criança para a nossa salvação e é um chamado constante a acolher o amor divino que se propõe com humildade. Assim, no tuíter de hoje o Papa escreve: “Toda conversão nasce de uma antecipação da misericórdia, da ternura de Deus que sequestra o coração”.

 

Hoje, portanto, é o aniversário de Francisco. Pelos seus 83 anos chegaram felicitações de todo o mundo, dos líderes políticos e religiosos, mas sobretudo de simples fiéis e também de pessoas não católicas que vêem no Papa um testemunho de fraternidade e acolhimento – para além das diferenças -, tão necessário para uma humanidade tentada por medos e divisões. Entre as muitas mensagens recordamos, a de Liliana Segre, senadora italiana e testemunha do Holocausto, que deseja que o Papa continue com êxito o seu compromisso de denuncia da “cultura do descarte” e de promoção da paz baseada na memória. Também as felicitações do cardeal brasileiro João Braz de Aviz, através das ondas da Rádio Vaticano.

 

Sergio Centofanti – Cidade do Vaticano

Fonte: Vatican News

Jerusalém: novas restaurações na Basílica do Santo Sepulcro

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Jerusalém: novas restaurações na Basílica do Santo Sepulcro

 

Esta segunda fase de restauração diz respeito ao piso da Basílica, à segurança da Edícula do Santo Sepulcro e às pesquisas arqueológicas. Estreita cooperação entre as Igrejas cristãs responsáveis pelo Status Quo do Santo Sepulcro (greco-ortodoxa, católica e armênia) após as restaurações de 2016.

Edícula da Santo Sepulcro em Jerusalém - Foto: Vatican Media

Edícula da Santo Sepulcro em Jerusalém – Foto: Vatican Media

 

Apresentados nesta terça-feira (10/12) no convento franciscano de São Salvador, em Jerusalém, os novos trabalhos na Basílica do Santo Sepulcro que incluem a conservação e restauração do piso da igreja, a avaliação da estabilidade e segurança da Sagrada Edícula, a implementação de estruturas técnicas (hídricas, elétricas, mecânicas, anti-incêndio), e pesquisas arqueológicas. A Custódia da Terra Santa informa que esta é a segunda fase dos trabalhos de restauração ilustrados aos responsáveis das três Igrejas cristãs responsáveis pelo Status Quo do Santo Sepulcro (greco-ortodoxa, católica e armênia) pelo diretor do projeto e arquiteto supervisor Stefano Trucco, pela coordenadora Michela Cardinali e pela vice-diretora do projeto, Paola Croveri, membros da Fundação Centro para a Conservação e a Restauração dos Bens Culturais “La Venaria Reale” de Turim (Ccr). A Fundação, junto com o Departamento de Ciências da Antiguidade da Universidade “La Sapienza” de Roma, assinou no último dia 8 de outubro um acordo com a Custódia da Terra Santa para o estudo e o projeto executivo destas novas obras de restauração.

 

Nova restauração graças à colaboração das Igrejas presentes na Basílica

 

O Padre Francesco Patton, custódio da Terra Santa, recordou a maravilhosa experiência de cooperação entre as Igrejas para as primeiras restaurações concluídas em 2016, esperando que esta segunda fase dê os mesmos frutos. “Como Igrejas, é importante que nos empenhemos em proteger e preservar a autonomia do Santo Sepulcro, o que também é coisa boa para os nossos cristãos, comentou o patriarca greco-ortodoxo de Jerusalém Teófilo III. A apresentação deste projeto é importante para nós, mas também pela sua transparência, que nos pode dar crédito e confiança com os nossos patrocinadores”. O Padre Samuel Aghoian, representando o patriarca armênio de Jerusalém Nurhan Manougian, também parabenizou o projeto e desejou-lhe sucesso. Todas as intervenções, explicou a arqueóloga Carla Benelli da Associação Ats Pro Terra Sancta, ONG da Custódia da Terra Santa, serão financiadas graças à doação de um privado de 500.000 euros, recolhidos pela Custódia.

 

A restauração do pavimento da Basílica

 

Para a conservação do piso, se partirá dos dados recolhidos pelos precedentes estudos realizados pela professora Antonia Moropolou, da Universidade de Atenas, com o apoio do patriarcado greco-ortodoxo de Jerusalém, responsável pelas restaurações anteriores. Depois irá se proceder às investigações científicas para a caracterização dos diferentes materiais do pavimento para então planejar a limpeza com base em levantamentos geofísicos e monitorização do ambiente. Para permitir a utilização dos espaços, a área afetada pela restauração – além da área da Anástases que circunda a Sagrada Edícula – será estendida até ao ambulatório e à entrada da Basílica.

 

Estabilidade e segurança da Edícula do Santo Sepulcro

 

Uma equipe interdisciplinar de restauradores, arqueólogos e projetistas também avaliará a estabilidade e a segurança da Sagrada Edícula. Serão analisados todos os dados relativos à história da construção e subsequentes intervenções; será verificada a existência de canais subterrâneos e serão realizados levantamentos geométricos. Dada a elevada presença diária de peregrinos no Santo Sepulcro, serão analisadas as condições do ambiente – temperatura, humidade, concentração de poluição – para decidir com as comunidades cristãs responsáveis pelos diversos cultos quais as soluções a adoptar para a salubridade. As pesquisas arqueológicas exigidas pelos novos trabalhos serão realizadas pelo Departamento de Ciências da Antiguidade da Universidade “La Sapienza” de Roma, enquanto o Departamento elétrico astronáutico e de engenharia de energia vai estudar as transformações da luz natural e acústica no Santo Sepulcro.

 

Tiziana Campisi, Silvonei José – Cidade do Vaticano

Fonte: Vatican News

O Papa: os cristãos são perseguidos com “luvas de pelica”, deixados de lado, marginalizados

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O Papa: os cristãos são perseguidos com “luvas de pelica”, deixados de lado, marginalizados

 

“O martírio é o ar da vida de um cristão, de uma comunidade cristã. Sempre haverá mártires entre nós: este é o sinal de que estamos seguindo o caminho de Jesus”, disse Francisco na Audiência Geral desta quarta-feira.

 

A catequese da Audiência Geral do Papa Francisco, nesta quarta-feira (11/12), na Sala Paulo VI, no Vaticano, teve como tema, extraído do Livro dos Atos dos Apóstolos, «Ainda um pouco, e você me convence a tornar-me cristão!» Paulo prisioneiro diante do Rei Agripa.

Papa Francisco - Audiência Geral: Cristãos Perseguidos - Foto: Vatican Media

Papa Francisco – Audiência Geral: Cristãos Perseguidos – Foto: Vatican Media

 

Francisco continua a viagem do Evangelho no mundo narrado pelo Livro dos Atos dos Apóstolos, e o testemunho de Paulo é cada vez mais marcado pelo sigilo do sofrimento. “Paulo não é apenas um evangelizador cheio de ardor, missionário intrépido entre os pagãos que dá vida a novas comunidades, mas é também a testemunha sofredora do Ressuscitado”, disse o Papa.

 

Paulo e Jesus, ambos odiados pelos adversários

 

A chegada do Apóstolo a Jerusalém, descrita no capítulo 21 dos Atos, desencadeia um ódio feroz contra ele. Paulo é censurado: “Mas, este era um perseguidor! Não confiem!” “A cidade é hostil, assim como foi para Jesus. Tendo ido ao templo, Paulo foi reconhecido e levado para ser linchado. Foi salvo por um fio pelos soldados romanos. “Acusado de ensinar contra a Lei e o templo, ele foi preso e começa a sua peregrinação de encarcerado, primeiro diante do Sinédrio, depois diante do procurador romano em Cesaréia e, por fim, diante do rei Agripa”, sublinhou Francisco, acrescentando:

“Lucas evidencia a semelhança entre Paulo e Jesus, ambos odiados pelos adversários. Jesus foi odiado pelos seus adversários e Paulo a mesma coisa, acusados publicamente e reconhecidos como inocentes pelas autoridades imperiais; e assim Paulo é associado à paixão de seu Mestre, e sua paixão se torna um evangelho vivo.”

 

A seguir, o Papa recordou o seu encontro, esta manhã, com os peregrinos ucranianos, de uma diocese na Ucrânia.

 

“Quanto essas pessoas foram perseguidas; quanto sofreram pelo Evangelho! Mas não negociaram fé. É um exemplo. Hoje, no mundo, na Europa, muitos cristãos são perseguidos e dão a vida por sua fé, ou são perseguidos com “luvas de pelica”, ou seja, deixados de lado, marginalizados. O martírio é o ar da vida de um cristão, de uma comunidade cristã.”

 

“Sempre haverá mártires entre nós: este é o sinal de que estamos seguindo o caminho de Jesus. É uma bênção do Senhor que haja no povo de Deus, alguém que seja testemunho de martírio.”

 

A apologia de Paulo é um testemunho eficaz de fé

 

Paulo é chamado a defender-se das acusações e na presença do rei Agripa, a sua apologia se transforma num testemunho eficaz de fé. Mesmo quando fala de si, Paulo anuncia e manifesta o seu Senhor.

 

Depois, Paulo relata sua própria conversão: Cristo ressuscitado o tornou cristão e confiou-lhe a missão entre as nações, “para que se convertam das trevas para a luz, do poder de Satanás para Deus, e recebam o perdão dos pecados e a herança entre os santificados pela fé em Cristo”.

 

Paulo obedeceu a essa tarefa e não fez nada além de mostrar como os profetas e Moisés prenunciaram o que agora anuncia: «que o Messias devia sofrer e que, ressuscitado por primeiro dentre os mortos, ele devia anunciar a luz ao povo e aos pagãos». O testemunho apaixonado de Paulo toca o coração do rei Agripa, que diz: «Ainda um pouco, e você me convence a tornar-me cristão! » Paulo é declarado inocente, mas ele não pode ser libertado porque apelou a César. Assim, continua a viagem irreversível da Palavra de Deus em direção a Roma.

 

A partir desse momento, o retrato de Paulo é o do prisioneiro cujas correntes são sinal de sua fidelidade ao Evangelho e do testemunho dado ao Ressuscitado.

 

As correntes são certamente uma provação humilhante para o apóstolo, que aparece aos olhos do mundo como um “malfeitor”. Mas seu amor por Cristo é tão forte que mesmo essas correntes são lidas com os olhos da fé; fé que para Paulo não é “uma teoria, uma opinião sobre Deus e o mundo”, mas é “o impacto do amor de Deus em seu coração, é o amor por Jesus Cristo”.

 

O Papa concluiu sua catequese, dizendo que “Paulo nos ensina a perseverança na provação e a capacidade de ler tudo com os olhos da fé. Peçamos ao Senhor, por intercessão do Apóstolo, para reavivar a nossa fé e nos ajudar a ser fiéis até o fim à nossa vocação de discípulos missionários”.

 

 

Mariangela Jaguraba – Cidade do Vaticano

Fonte: Vatican News

Papa aos jovens japoneses: “combater a pobreza espiritual é um dever de todos”

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Papa aos jovens japoneses: “combater a pobreza espiritual é um dever de todos”

“Importante não é tanto concentrar-me e questionar-me por que vivo, como sobretudo para quem vivo”. Palavras do Papa Francisco aos jovens japoneses em um discurso que focaliza a cultura do encontro. O Pontífice encontrou os jovens na Igreja de Santa Maria em Tóquio nesta segunda-feira 25 de novembro

 

No seu terceiro compromisso na cidade de Tóquio nesta segunda-feira (25), o Papa Francisco foi à Catedral de Santa Maria para encontrar os jovens japoneses.

Encontro do Papa Francisco com os jovens em Tóquio - Foto: Vatican Media

Encontro do Papa Francisco com os jovens em Tóquio – Foto: Vatican Media

 

Em seu discurso o Papa respondeu às questões apresentadas por três jovens que deram seu testemunho. Primeiramente saudou a todos recordando que vendo-os percebe uma grande diversidade cultural e religiosa, sendo eles, jovens que vivem no Japão e algo da beleza que a sua geração oferece ao futuro. E continua:

“ A amizade entre vocês e a sua presença aqui lembram-nos a todos que o futuro não é ‘monocromático’”, convidando a “contemplá-lo na variedade e diversidade das contribuições que cada um pode dar ”

E considera: “Como a nossa família humana precisa aprender a viver em harmonia e paz, sem necessidade de sermos todos iguais!”

 

Bullyng: Unam-se para ajudar os que precisam

 

Em seguida falou sobre o tema de uma das perguntas dos jovens presentes: o bullyng escolar. O Papa afirmou que “o ponto mais cruel do bullyng é que fere o nosso espírito e autoestima no momento em que mais precisávamos de força para nos aceitar a nós mesmos e enfrentar novos desafios na vida”. E que algumas vezes as vítimas chegam a culpar-se por serem ‘alvos fáceis’. E afirma: “Paradoxalmente, os molestadores é que são frágeis de verdade, pois pensam que podem afirmar a sua identidade fazendo mal aos outros”. “No fundo – continua – os molestadores têm medo; são medrosos que se escondem por trás da sua força aparente”. E encoraja todos a tomar uma atitude: “Devemos nos unir contra esta cultura do bullying e aprender a dizer: Basta!”

 

E como fazer isso? O Papa recomenda:

“ Vocês devem se unir, entre amigos e companheiros, para dizer: Isto não! Isto é mal! Não existe arma maior para se defender de tais ações do que vocês poderem se levantar, entre companheiros e amigos, e dizer: Aquilo que você está fazendo é uma coisa grave ”

 

Medo, inimigo do amor

 

“O medo, continua Francisco é sempre inimigo do bem, porque é inimigo do amor e da paz. As grandes religiões ensinam tolerância, harmonia e misericórdia; não ensinam medo, divisão e conflito”.

 

E esclarece: “Jesus não Se cansava de dizer aos seus seguidores para não terem medo. Porquê? Porque, se amamos a Deus e aos nossos irmãos e irmãs, este amor expulsa o temor”

 

E agradece ao jovem dizendo “O mundo precisa de ti: nunca te esqueças disto! O Senhor tem necessidade de ti, para poderes dar coragem a tantos que hoje pedem uma mão para os ajudar a levantar-se”. Isso supõe aprender a desenvolver uma qualidade muito importante, mas desvalorizada: a capacidade de disponibilizar tempo para os outros”, à família, a Deus, rezando e meditando.

 

E para os que têm dificuldade recomenda:

“ A oração consiste principalmente em estar lá. Ficar quieto, dar espaço a Deus, deixa-se olhar por Ele e Ele te encherá da sua paz ”

 

Pobreza espiritual

 

Como encontrar Deus em uma sociedade frenética, competitiva na qual as pessoas são materialmente ricas, mas são escravas da solidão? É o quesito que o Papa responde a outro jovem. Primeiramente o Papa recordou as palavras de Madre Teresa que trabalhava entre os mais pobres dos pobres: “A solidão e a sensação de não ser amado é a pobreza mais terrível”. E o Papa adverte:

“ Combater esta pobreza espiritual é um dever a que todos somos chamados, e vocês têm um papel especial nisso, porque requer uma grande alteração nas nossas prioridades e opções ”

 

E Francisco recorda: “Importante não é tanto concentrar-me e questionar-me por que vivo, como sobretudo para quem vivo”

 

“As coisas são importantes, mas as pessoas são indispensáveis; sem elas, desumanizamo-nos, perdemos o rosto, o nome e tornamo-nos mais um objeto”.

 

Respirar espiritualmente e mediante atos de amor

 

Francisco explica aos jovens que “para nos manter vivos fisicamente, temos que respirar” e “para nos manter vivos no sentido mais amplo e pleno da palavra, devemos também aprender a respirar espiritualmente, através da oração e da meditação”. Porém, adverte o Papa “necessitamos também de um movimento exterior, pelo qual nos aproximamos dos outros mediante atos de amor e serviço”.

Mantendo “este duplo movimento podemos crescer e descobrir não só que Deus nos amou, mas também que confiou a cada um de nós uma missão, uma vocação única, que descobrimos na medida em que nos damos aos outros, às pessoas concretas”.

 

Aqui o Papa abordou o tema de como crescer para descobrir a nossa identidade, bondade e beleza interior. E explica:

“ Para ser felizes, devemos pedir ajuda aos outros (…) sair de nós mesmos e ir ter com os outros, especialmente os mais necessitados ”

 

O Papa pede aos jovens que ajudem os que buscam refúgio no país, que eles devem considerá-los irmãos e irmãs.

 

Por fim o Papa convida “Não deturpem nem interrompam seus sonhos, lhes deem espaço e ousem contemplar grandes horizontes, ver o que espera vocês se tiverem a coragem de construí-lo juntos. O Japão precisa de vocês, o mundo precisa de vocês, despertos e generosos, alegres e entusiastas, capazes de construir uma casa para todos”.

 

Jane Nogara – Cidade do Vaticano

Fonte: Vatican News

Papa na Missa em Tóquio: o oposto de um “eu” isolado só pode ser um “nós” partilhado

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Papa na Missa em Tóquio: o oposto de um “eu” isolado só pode ser um “nós” partilhado

 

No penúltimo dia da sua visitam ao Japão, o Papa Francisco celebrou nesta segunda-feira a Santa Missa no Estádio Tóquio Dome na presença de mais de 50 mil pessoas.

 

No início da tarde desta segunda-feira (hora local) o Papa Francisco deixou a Nunciatura apostólica e dirigiu-se ao Estádio Tóquio Dome onde celebrou a Santa Missa. Presentes mais de 50 mil pessoas. A Santa Missa, em latim, foi celebrada pelo Dom da Vida Humana. A primeira leitura foi feita em português.

Papa Missa em Tóquio - Foto: Vatican Media

Papa Missa em Tóquio – Foto: Vatican Media

 

Na sua homilia o Santo Padre, citando o Evangelho do dia recordou que o mesmo faz parte do primeiro grande discurso de Jesus; conhecido como o «Sermão da Montanha» e descreve-nos a beleza do caminho que somos convidados a percorrer.

 

Segundo a Bíblia, a montanha é o lugar onde Deus Se manifesta e dá a conhecer: «sobe ao encontro do Senhor» (Ex 24, 1), disse Deus a Moisés. Em Jesus, – disse o Papa – “encontramos o cimo do que significa ser humano e indica-nos o caminho que nos leva à plenitude capaz de ultrapassar todos os cálculos conhecidos; n’Ele encontramos uma vida nova, onde se experimenta a liberdade de nos sentirmos filhos amados”.

 

Francisco advertiu que “estamos cientes de que, ao longo do caminho, esta liberdade filial pode ver-se sufocada e enfraquecida, quando ficamos prisioneiros do círculo vicioso da ansiedade e da competição, ou quando concentramos toda a nossa atenção e as nossas melhores energias na busca obstinada e frenética de produtividade e consumismo como único critério para medir e avaliar as nossas opções ou definir quem somos e quanto valemos”.

 

“ Como oprime e enreda a alma – frisou o Santo Padre – a ânsia gerada por pensar que tudo pode ser produzido, conquistado e controlado! ”

Em seguida o Papa disse “que os jovens fizeram-me notar esta manhã (no encontro que tive com eles) que, numa sociedade como o Japão com uma economia altamente desenvolvida, não são poucas as pessoas socialmente isoladas que permanecem à margem, incapazes de entender o significado da vida e da sua própria existência.

 

“ A casa, a escola e a comunidade, destinadas a ser lugares onde cada um apoia e ajuda os outros, estão a deteriorar-se cada vez mais pela excessiva competição na busca do lucro e da eficiência. Muitas pessoas sentem-se confusas e inquietas, ficam sobrecarregadas pelas demasiadas exigências e preocupações que lhes tiram a paz e o equilíbrio. ”

 

Ressoam, como bálsamo reparador, as palavras do Senhor que convidam a não nos inquietarmos, mas a termos confiança.

 

Não se trata – disse Francisco -, de nos desinteressarmos do que sucede ao nosso redor nem de nos desleixarmos relativamente às nossas ocupações e responsabilidades diárias; antes pelo contrário, é um desafio a abrirmos as nossas prioridades para um horizonte de sentido mais amplo e, assim, criar espaço para olhar na mesma direção: «Procurai primeiro o Reino de Deus e a sua justiça, e tudo o mais se vos dará por acréscimo» (Mt 6, 33).

 

O Senhor não nos diz que as necessidades básicas, como alimento e roupa, não sejam importantes; mas convida-nos a repensar as nossas opções diárias para não acabarmos entalados ou fechados na busca do êxito a todo o custo, incluindo a custo da própria vida. As atitudes mundanas que buscam e perseguem apenas o próprio lucro ou benefício neste mundo, e o egoísmo que pretende a felicidade individual, subtil mas realmente conseguem apenas tornar-nos infelizes e escravos, para além de dificultar o desenvolvimento duma sociedade verdadeiramente harmoniosa e humana.

 

“ O oposto de um «eu» isolado, fechado e até sufocado só pode ser um «nós» partilhado, celebrado e comunicado. ”

 

Este convite do Senhor lembra-nos que «precisamos de reconhecer alegremente que a nossa realidade é fruto dum dom, e aceitar também a nossa liberdade como graça. Isto é difícil hoje, num mundo que julga possuir algo por si mesmo, fruto da sua própria originalidade e liberdade».

 

Como comunidade cristã – frisou o Papa – somos convidados a proteger toda a vida e testemunhar, com sabedoria e coragem, um estilo marcado pela gratuidade e compaixão, pela generosidade e a escuta simples, um estilo capaz de abraçar e receber a vida como se apresenta «com toda a sua fragilidade e pequenez e, muitas vezes, até com todas as suas contradições e insignificâncias».

 

Somos convidados a ser comunidade que desenvolva uma pedagogia capaz de acolher «tudo o que não é perfeito, tudo o que não é puro nem destilado, mas lá por isso não menos digno de amor. Por acaso uma pessoa portadora de deficiência, uma pessoa frágil não é digna de amor? (…) Uma pessoa, mesmo que seja estrangeira, tenha errado, se encontre doente ou numa prisão, não é digna de amor?

 

“ O anúncio do Evangelho da Vida impele-nos e exige de nós, como comunidade, que nos tornemos um hospital de campanha preparado para curar as feridas e sempre oferecer um caminho de reconciliação e perdão. ”

 

Unidos ao Senhor, cooperando e dialogando sempre com todos os homens e mulheres de boa vontade, e também com as pessoas de convicções religiosas diferentes, podemos tornar-nos fermento profético duma sociedade que protege e cuida cada vez mais de toda a vida.

 

Silvonei José – Cidade do Vaticano

Fonte: Vatican News

Em vista da ressurreição, fazer escolhas com sabor de eternidade, afirma o Papa

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Em vista da ressurreição, fazer escolhas com sabor de eternidade, afirma o Papa

Ao celebrar a missa em sufrágio dos cardeais e bispos falecidos, o Papa Francisco afirmou que ir até Jesus é uma vacina contra a morte, contra o medo de que tudo acabe.

 

O Papa Francisco presidiu na manhã desta segunda-feira (04/11), na Basílica Vaticana, a missa em sufrágio dos cardeais e bispos que morreram no decorrer do último ano.

 

Do Brasil, recordamos o Cardeal Serafim Fernandes de Araújo, que morreu no dia 8 de outubro. Dom Antônio Possamai, bispo emérito de Ji-Paraná; Dom Friedrich Heimler, bispo emérito de Cruz Alta; Dom Francisco de Paula Victor; que foi auxiliar de Brasília; Dom José Belvino do Nascimento, bispo emérito de Divinópolis; Dom Silvestre Luís Scandian, arcebispo emérito de Vitória; Dom Urbano José Allgayer, bispo emérito de Passo Fundo; Dom Diogo Reesink, bispo emérito de Teófilo Otoni; Dom Moacyr Grechi, arcebispo emérito de Porto Velho; Dom Walmir Alberto Valle, bispo emérito de Joaçaba; Dom Franco Cuter, bispo emérito de Grajaú; Dom Elias James Manning, bispo emérito de Valença; Dom Ercílio Turco, bispo emérito de Osasco.

Papa Francisco Missa pelos Cardiais e Bispos Falecidos - Foto: Vatican Media

Papa Francisco Missa pelos Cardiais e Bispos Falecidos – Foto: Vatican Media

 

Vinde a mim

 

Em sua homilia, o Papa comentou as leituras extraídas do Livro dos Macabeus, da carta de São Paulo aos Filipenses e do Evangelho de João – leituras que recordam que viemos ao mundo para ressurgir: não nascemos para a morte, mas para a ressurreição. Francisco então propôs uma pergunta: que me sugere o pensamento da ressurreição? Como respondo ao meu chamado para ressurgir?

 

Uma ajuda vem de Jesus, que no Evangelho afirma “vem a mim”.

 

“Ir até Jesus para se vacinar contra a morte, contra o medo de que tudo acabe”, disse o Papa, acrescentando que não se trata de uma exortação espiritual genérica se nos perguntarmos realmente como Jesus está presente nas nossas ações cotidianas.

 

Vivo indo em direção ao Senhor ou girando em torno de mim mesmo? Qual é a direção do meu caminhar?

 

Jesus é veemente: “O que vem a mim de maneira nenhuma o lançarei fora”.

 

“Para quem crê, não existem subterfúgios: não se pode ser de Jesus e girar em torno de si mesmo. Quem é de Jesus vive em saída em direção a Ele.”

 

Sair de nós mesmos

 

A vida é toda em saída, prosseguiu o Papa. Do ventre da mãe para vir à luz, da infância para a adolescência, da adolescência para a vida adulta e assim por diante até a saída deste mundo.

 

Para Francisco, existe todavia uma saída que é a mais importante e a mais difícil: a saída de nós mesmos.

 

“Somente saindo de nós mesmos abrimos a porta que conduz ao Senhor. Peçamos esta graça: ‘Senhor, desejo vir a Ti através das estradas e dos companheiros de viagem de todos os dias. Ajuda-me a sair de mim mesmo para ir ao Teu encontro, que és a vida’.”

 

Ponte entre o céu e a terra

 

O Pontífice comentou ainda o trecho de Macabeus, em que se afirma que uma belíssima recompensa aguarda os que morrem piedosamente. São os sentimentos de piedade que geram magníficas recompensas, explicou o Papa. Servir os necessitados é a antecâmara para o paraíso, é a ponte que liga o céu e a terra.

 

Podemos então nos perguntar se estamos avançando sobre esta ponte, se me deixo comover, se choro por quem sofre, se rezo por aqueles que ninguém pensa, se ajudo alguém que não pode me retribuir.

 

“Não é bonachismo, caridade mesquinha; são perguntas de vida, questões de ressurreição. ”

 

Diante de Deus

 

Por fim, Francisco citou uma passagem dos Exercícios Espirituais de Santo Inácio de Loyola, que sugere se imaginar no dia do juízo antes de tomar uma decisão importante. Toda escolha de vida enfrentada nesta perspectiva é bem orientada, porque mais próxima à ressurreição, que é o sentido e a finalidade da vida.

 

Assim como a partida se calcula na chegada, a semeadura na colheita, a vida se julga a partir do seu fim.

 

“Pode ser um exercício útil para ver a realidades com os olhos do Senhor e não com os nossos; para ter um olhar projetado no futuro, na ressurreição; e não somente no hoje que passa; para realizar escolhas que tenham o sabor da eternidade, o gosto do amor. ”

 

Entre as muitas vozes do mundo que fazem perder o sentido da existência, concluiu o Papa, “sintonizemo-nos na vontade de Jesus, ressuscitado e vivo: faremos do hoje que vivemos um alvorecer de ressurreição”.

 

 

Bianca Fraccalvieri – Cidade do Vaticano

Fonte: Vatican News