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O Papa e a missão: “Sem Jesus não podemos fazer nada”

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O Papa e a missão: “Sem Jesus não podemos fazer nada”

 

Antecipamos alguns trechos do livro-entrevista de Gianni Valente com o Papa Francisco, na conclusão do mês missionário extraordinário, onde o Papa reafirma que “A Igreja ou é anúncio ou não é Igreja”. O livro publicado pela LEV e edições São Paulo, estará nas livrarias a partir de 5 de novembro.

Papa e a Missão - Sem Jesus podemos fazer nada - Foto: Vatican Media

Papa e a Missão – Sem Jesus podemos fazer nada – Foto: Vatican Media

 

“A alegria do Evangelho enche o coração e a vida daqueles que se encontram com Jesus”. Assim inicia a Exortação Apostólica Evangelii gaudium, publicada pelo Papa em novembro de 2013, oito meses depois do Conclave que o elegera Bispo de Roma e Sucessor de Pedro. O programático texto do pontificado convidava todos a re-sintonizar cada ato, reflexão e iniciativa eclesial “sobre o anúncio do Evangelho no mundo atual”. Quase seis anos depois, o Pontífice anunciou o Mês Missionário Extraordinário, para outubro de 2019, concluído poucos dias atrás, e a Assembleia Especial do Sínodo dos Bispos dedicada à Região Amazônica, com o objetivo de sugerir novos caminhos de anúncio do Evangelho no “pulmão verde”, martirizado pelo sofrimento predatório que violenta e causa ferimentos “aos nossos irmãos e à nossa irmã terra” (Homilia do Santo Padre na missa de conclusão do Sínodo para a Região Pan-Amazônica).

 

Durante este tempo, o Papa Francisco no seu magistério, disseminou insistentes referências à natureza própria da missão da Igreja no mundo. Por exemplo, o Pontífice repetiu várias vezes que anunciar o Evangelho não é “proselitismo”, que a Igreja cresce “por atração” e por “testemunhos”. Uma série de expressões, todas elas orientadas a sugerir por menções qual é o dinamismo para cada obra apostólica, e qual pode ser a sua fonte.

 

Sobre isso e muitas outras coisas, o Papa Francisco fala no seu livro-entrevista intitulado “Sem Ele não podemos fazer nada. Uma conversa sobre o ser missionário no mundo de hoje”. A Agência Fides nos atencipa alguns trechos do livro.

 

 

O senhor contou que quando era jovem queria ser missionário no Japão. Pode-se dizer que o Papa é um missionário não completo?

Não sei. Entrei na ordem dos jesuítas porque me impressionava a vocação missionária da mesma, e o fato de sempre procurarem novas fronteiras. Na época não pude ir ao Japão. Mas sempre senti que anunciar Jesus e o seu Evangelho quer dizer sair e coloca-se a caminho.

 

O senhor repete sempre: “Igreja em saída”. A expressão é relançada com frequência e às vezes parece ter se tornado um slogan abusado, a disposição dos que, cada vez mais numerosos, passam o tempo a dar lições à Igreja sobre como deveria ser ou não ser.

 

“Igreja em saída” não é uma expressão de moda que eu inventei. É um mandamento de Jesus, que no Evangelho de Marcos pede aos seus discípulos para irem pelo mundo inteiro e anunciarem o Evangelho “a toda criatura”. A Igreja ou é em saída ou não é Igreja. Ou é em anúncio ou não é Igreja. Se a Igreja não sai se corrompe, perde sua natureza. Torna-se outra coisa.

 

Uma Igreja que não anuncia e que não sai, o que se torna?

Torna-se uma associação espiritual. Uma multinacional para lançar iniciativas e mensagens de conteúdo ético-religioso. Nada de mal, mas não é a Igreja. Este é um risco de qualquer organização estática dentro da Igreja. Termina-se por domesticar Cristo. Não se da mais testemunho da ação de Cristo, mas fala-se de uma certa ideia de Cristo. Uma ideia possuída e adomesticada por você mesmo. Você organiza as coisas, torna-se um pequeno empresário da vida eclesial, onde tudo acontece segundo o programa pré-estabelecido, isto, é, seguindo apenas as instruções. Mas o encontro com Cristo não se repete mais. Não se repete o encontro que tinha tocado seu coração no início.

 

A missão é por si antídoto a tudo isso? É suficiente a vontade e o esforço de “sair” em missão para evitar essas distorções?

A missão, a “Igreja em saída” não são um programa, uma intenção para a ser realizada por boa vontade. É Cristo que faz a Igreja sair de si mesma. Na missão de anunciar o Evangelho, você se move porque o Espírito Santo empurra você, e o leva. E quando você chega, da-se conta de que Ele chegou antes e está esperando você. O Espírito do Senhor chegou antes. Ele previne, também para preparar o seu caminho e já está em ação.

 

Em um encontro com as Pontifícias Obras Missionárias, o senhor sugeriu-lhes ler os Atos dos Apóstolos, como texto habitual de oração. A narração dos primeiros tempos, e não um manual de estratégia missionária moderna. Por que?

O protagonista dos Atos dos Apóstolos não são os apóstolos. O protagonista é o Espírito Santo. Os Apóstolos são os primeiros que o reconhecem e o confirmam. Quando comunicam aos irmãos de Antioquia as indicações estabelecidas pelo Concílio de Jerusalém, escrevem: “Decidimos, o Espírito Santo e nós”. Eles reconheciam com realismo o fato de que era o Senhor que adicionava todos dias à comunidade “os que estavam salvos”, e não os esforços de persuasão dos homens.

 

E agora é como naquela época? Não mudou nada?

A experiência dos Apóstolos é como um paradigma que vale para sempre. Basta pensar como os fatos nos Atos dos Apóstolos acontecem gratuitamente, sem artifícios. É um caso, uma história de homens na qual os discípulos chegam sempre depois do Espírito Santo que age por primeiro. Ele prepara e trabalha os corações. Abala seus planos. É ele que os acompanha, os guia, os consola dentro de todas as circunstâncias que devem viver. Quando chegam os problemas e as perseguições, o Espírito Santo trabalha ali também, de maneira ainda mais surpreendente, com o seu conforto, o seu consolo. Como acontece depois do primeiro martírio, o de Santo Estêvão.

 

O que ocorre?

Inicia um tempo de perseguição, e muitos discípulos fogem de Jerusalém, vão para a Judeia e Samaria. E ali, enquanto estão espalhados e fugitivos, começam a anunciar o Evangelho, mesmo se estão sozinhos e sem os Apóstolos, que ficaram em Jerusalém. São batizados, e o Espírito Santo lhes dá a coragem apostólica. Ali se vê pela primeira vez que o batismo é suficiente para se tornar anunciadores do Evangelho. A missão é o que aconteceu ali. A missão é obra Sua. É inútil se agitar. Não precisamos nos organizar, não precisamos gritar. Não servem descobertas ou estratégias. Precisa apenas pedir que se faça novamente em nós a experiência para que possamos dizer: “decidimos, o Espírito Santo e nós”.

 

E se não houver esta experiência, qual é o sentido das chamadas à mobilização missionária?

Sem o Espírito, a missão torna-se outra coisa. Torna-se, diria, um projeto de conquista, pretensão de uma conquista feita por nós. Uma conquista religiosa, ou talvez ideológica, talvez feita com boas intenções. Mas é uma outra coisa.

 

Citando Bento XVI, o senhor repete com frequência que a Igreja cresce por atração. O quer dizer isso? Quem atrai? Quem é atraído?

São palavras de Jesus no Evangelho de João. “Quando eu for levantado da terra, atrairei todos a mim”. E no mesmo Evangelho, diz ainda “Ninguém vem a mim, se não for atraído pelo Pai que me mandou”. A Igreja sempre reconheceu que esta é a forma de todo o lema que aproxima a Jesus e ao Evangelho. Não uma convicção, um raciocínio, uma tomada de consciência. Não uma pressão, ou uma constrição. Trata-se sempre de uma atração. O profeta Jeremias já dizia: “Tu me seduziste e eu me deixei seduzir”. E isso também vale para os apóstolos, para os missionários e pela sua obra.

 

Como ocorre o que o senhor descreveu acima?

O mandato do Senhor de sair e anunciar o Evangelho, vem de dentro, por paixão, por atração amorosa. Não se segue Jesus e muito menos se torna anunciadores d’Ele e do seu Evangelho por uma decisão prática, por uma militância autoinduzida. O próprio impulso missionário só pode ser fecundo se acontece dentro desta atração e que se transmite aos outros.

 

Qual é o significado destas palavras com relação à missão e ao anúncio do Evangelho?

Quer dizer que se é Cristo que atrai você, se você se move e faz as coisas é porque é atraído por Cristo, as pessoas então irão se dar conta disso sem esforço. Não há necessidade de demonstrá-lo, e muito menos ostentá-lo. Ao contrário, quem pensa em ser protagonista ou empresário da missão, com todos os seus bons propósitos e as suas declarações de intenção muitas vezes termina por não atrair ninguém.

 

Na sua Exortação Apostólica Evangelii gaudium, o senhor reconhece que tudo isso pode “causar-nos uma certa vertigem”. Como aqueles que mergulham em um mar onde não sabem o que encontrarão. O que o senhor queria sugerir com esta imagem? Essas palavras referem-se também à missão?

A missão não é um projeto empresarial bem organizado. Nem mesmo um espetáculo organizado para saber quantas pessoas participam graças às nossas propagandas. O Espírito Santo age como quer, quando e onde quiser. E isso pode causar uma certa vertigem. Mesmo assim o cume da liberdade repousa justamente neste deixar-se levar pelo Espírito, renunciado a calcular e controlar tudo. E justamente nisso imitamos o próprio Cristo, que no mistério da sua Ressurreição aprendeu a repousar na ternura dos braços do Pai. A misteriosa fecundidade da missão não consiste nas nossas intenções, nos nossos métodos, nos nossos lançamentos e iniciativas, mas repousa justamente nessa vertigem: a vertigem que se adverte diante das palavras de Jesus, quando diz “sem mim nada podeis fazer”.

 

O senhor repete muitas vezes também que a Igreja cresce “por testemunho”. Qual é a sugestão para esta insistência?

O fato que a atração se faz testemunho em nós. A testemunha comprova o que a obra de Cristo e do seu Espírito realizaram na sua vida. Depois da Ressurreição, é o próprio Cristo que nos torna visível aos apóstolos. É ele a sua testemunha. Também o testemunho não é um desempenho próprio, só se pode ser testemunha das obras do Senhor.

 

Outra coisa que o senhor repete com frequência, neste caso em chave negativa: a Igreja não cresce por proselitismo e a missão da Igreja não é fazer proselitismo. Por que tanta insistência? É para manter as boas relações com as outras Igrejas e o diálogo com as tradições religiosas?

O problema do proselitismo não é apenas o fato que contradiz o caminho ecumênico e o diálogo inter-religioso. Há proselitismo em todos os lugares, há a ideia de fazer com que a Igreja cresça deixando de lado a atração de Cristo e da obra do Espírito, apostando tudo nos chamados “discursos sábios”. Portanto, como primeira coisa, o proselitismo tira o próprio Cristo e o Espírito Santo da missão, mesmo quando pretende agir em nome de Cristo, de maneira nominalista. O proselitismo é sempre violento pela sua natureza, mesmo quando é dissimulado ou feito “com luvas de pelica”. Não suporta a liberdade e a gratuidade com a qual a fé pode se transmitir, pela graça, de pessoa a pessoa. Por isso o proselitismo não é apenas o do passado, dos tempos do antigo colonialismo, ou das conversões forçadas ou compradas com a promessa de vantagens materiais. Hoje também pode haver proselitismo, nas paróquias, nas comunidades, nos movimentos, nas congregações religiosas.

 

Então, o que quer dizer anunciar o Evangelho?

O anúncio do Evangelho que dizer entregar com palavras sóbrias e claras o próprio testemunho de Cristo como fizeram os apóstolos. Mas não é necessário discursos persuasivos. O anúncio do Evangelho pode ser também sussurrado, mas passa sempre pela força arrebatadora do escândalo da cruz. E desde sempre segue o caminho indicado na Carta de São Pedro Apóstolo, que consiste no simples “dar razão” aos outros da própria esperança. Uma esperança que permanece escândalo e tolice aos olhos do mundo.

 

Do que se trata o “missionar” cristão?

Uma característica distintiva é a de ser facilitadores e não controladores da fé. Facilitar, tornar fácil, não pôr obstáculos ao desejo de Jesus de abraçar todos, de curar todos, de salvar todos. Não fazer seleções, não criar “triagens pastorais”. Não fazer parte dos que se colocam à porta para controlar se todos têm requisitos para entrar. Recordo os párocos e as comunidades que em Buenos Aires tinham colocado em campo várias iniciativas para facilitar o acesso ao batismo. Deram-se conta que nos últimos anos estava aumentando o número dos que não eram batizados por vários motivos, mesmo sociológicos, e queriam recordar a todos que ser batizados é uma coisa simples, que todos podem pedir para si e para seus próprios filhos. O caminho que os párocos e aquelas comunidades tomaram era um só: não complicar, não pretender nada, eliminar todas as dificuldades de caráter cultural, psicológico ou prático que poderia levar as pessoas a adiar ou perder a intenção de batizar seus próprios filhos.

 

Na América, no início da evangelização, os missionários discutiam sobre quem seria “digno” de receber o batismo. Como se concluíram aquelas discussões?

Papa Paulo III recusou as teorias dos que sustentavam que os índios eram por natureza “incapazes” de acolher o Evangelho e confirmou a escolha dos que facilitavam o seu batismo. Parecem coisas passadas, mas ainda hoje há círculos e setores que se apresentam como “ilustrados”, iluminados, e sequestram também o anúncio do Evangelho nas suas lógicas distorcidas que dividem o mundo entre “civilização” e “barbárie”. A ideia que o Senhor tenha entre seus preferidos muitas “cabecitas negras” os irrita, deixa-os de mau humor. Eles consideram boa parte da família humana como se fosse uma entidade de classe inferior, inadequada a alcançar, segundo seus padrões, níveis decentes de vida espiritual e intelectual. Nesta base pode-se desenvolver um desprezo pelos povos considerados de segundo nível. Esse tema surgiu também por ocasião do Sínodo dos Bispos para a Amazônia.

 

Hoje existe a tendência de colocar em alternativa dialética o anúncio claro da fé e as obras sociais. Dizem que não precisa reduzir a missão para sustentar as obras sociais. É uma preocupação legítima?

Tudo o que está dentro do horizonte das Bem-Aventuranças e das obras de misericórdia estão de acordo com a missão, já é anúncio, já é missão. A Igreja não é uma ONG, a Igreja é uma outra coisa. Mas a Igreja é também um hospital de campo, onde se acolhe todos, assim como são, cuidando das feridas de todos. E isso faz parte da sua missão. Tudo depende do amor que move o coração dos que atuam. Se um missionário ajuda a escavar um poço em Moçambique, porque se deu conta que é fundamental para os que ele batizou e aos quais prega o Evangelho, como se pode dizer que a obra é separada do anúncio?

 

Atualmente, quais são as novas atenções e sensibilidades a serem exercidas nos processos destinados a tornar fecundo o anúncio do Evangelho, nos vários contextos sociais e culturais?

O cristianismo não dispõe de um único modelo cultural. Como reconheceu João Paulo II, “permanecendo plenamente si mesmo, na total fidelidade ao anúncio evangélico e à tradição eclesial, o cristianismo carregará também o rosto das várias culturas e dos vários povos nos quais foi acolhido e enraizado”. O Espírito Santo embeleza a Igreja, com as expressões novas das pessoas e das comunidades que abraçam o Evangelho. Assim a Igreja, assumindo os valores das várias culturas, torna-se “sponsa ornata monilibus suis”, “a esposa que se enfeita com suas jóias”, da qual fala o profeta Isaías. É verdade que algumas culturas foram estreitamente ligadas à pregação do Evangelho e ao desenvolvimento de um pensamento cristão. Mas nos nossos dias, torna-se ainda mais urgente considerar que a mensagem revelada não se identifica com nenhuma cultura. E no encontro com novas culturas ou com culturas que não acolheram a pregação cristã, não se deve tentar impor uma determinada forma cultural junto com a proposta evangélica. Hoje, também na obra missionária convém mais do que nunca, não carregar bagagem pesada.

 

Missão e martírio. O senhor recordou várias vezes o íntimo vínculo que une estas duas experiências.

Na vida cristã a experiência do martírio e a proclamação do Evangelho a todos têm a mesma origem, a mesma fonte, quando o amor de Deus derramado nos nossos corações pelo Espírito Santo doa força, coragem e consolação. O martírio é a máxima expressão do reconhecimento e do testemunho feito a Cristo, que representam o cumprimento da missão, da obra apostólica. Penso sempre nos irmãos coptas trucidados na Líbia, que pronunciavam em voz baixa o nome de Jesus enquanto eram degolados. Penso nas Irmãs de Santa Madre Teresa mortas no Iêmen, enquanto cuidavam dos pacientes muçulmanos de uma casa de idosos com deficiências. Quando foram mortas, estavam com o avental de trabalho sobre o hábito religioso. São todos vencedores, não “vítimas”. E seu martírio, até o derramamento de sangue, ilumina o martírio que todos podem sofrer na vida todos os dias, com o testemunho dado a Cristo todos os dias. Isso pode-se ver quando se vai visitar os asilos de missionários idosos, muitas vezes debilitados pela vida que levaram. Um missionário me disse que muitos deles perdem a memória e não recordam mais nada do bem que fizeram. “Mas não tem importância”, me disse “porque disso o Senhor se recorda muito bem”.

 

Gianni Valente

Fonte: Vatican News

O Papa na Capela Santa Marta: o amor de Cristo não é amor de telenovela

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O Papa na Capela Santa Marta: o amor de Cristo não é amor de telenovela

 

Na Missa da manhã desta quinta-feira (31) o Papa convida a entender a ternura do amor de Deus em Jesus por cada um de nós: somente assim podemos compreender realmente o amor de Cristo.

Papa Francisco na Missa da Capela de Santa Marta - Foto: Vatican Media

Papa Francisco na Missa da Capela de Santa Marta – Foto: Vatican Media

 

Que o Espírito Santo nos faça compreender “o amor de Cristo por nós” e prepare os nossos corações para “nos deixarmos amar” pelo Senhor. Esta é a recomendação do Papa Francisco na Missa da manhã desta quinta-feira, na Casa Santa Marta, detendo-se na primeira leitura de hoje, tirada da Carta de São Paulo aos Romanos. Na sua homilia, o Pontífice explica como o Apóstolo dos gentios poderia até parecer “um pouco orgulhoso”, “demasiado confiante” ao afirmar que nem “a tribulação, a angústia, a perseguição, a fome, a nudez, o perigo, a espada” conseguirão separar-nos “do amor de Cristo”.

 

 

O amor de uma mãe

 

No entanto, o Papa afirma, lendo São Paulo, “somos mais do que vencedores” com o amor do Senhor. São Paulo foi um deles porque, explica Francisco, desde o momento em que “o Senhor o chamou na estrada de Damasco, começou a compreender o mistério de Cristo”: “tinha-se apaixonado por Cristo”, tomado – observa o Papa – de “um amor forte”, “grande”, não uma “trama” de “telenovela”. Um amor “sincero”, a ponto de “sentir que o Senhor sempre o acompanhava em coisas belas e feias”.

 

“Ele sentia isto com amor. E eu me pergunto: eu amo o Senhor assim? Quando chegam os maus momentos, quantas vezes se sente o desejo de dizer: “O Senhor abandonou-me, já não me ama mais” e gostaria de deixar o Senhor. Mas Paulo estava certo de que o Senhor nunca abandona. Compreendera o amor de Cristo em sua própria vida. Este é o caminho que Paulo nos mostra: o caminho do amor, sempre, no bom e no mau, sempre e avante. Esta é a grandeza de Paulo”.

 

Dar a vida pelo outro

 

O amor de Cristo, acrescenta o Pontífice, “não se pode descrever”, é algo muito grande.

 

Foi Ele quem foi enviado pelo Pai para nos salvar e o fez com amor, deu a vida por mim: não há amor maior do que dar a vida por outra pessoa. Pensemos em uma mãe, o amor de uma mãe, por exemplo, que dá a vida pelo filho, acompanha-o sempre, a vida toda, nos momentos difíceis, mas ainda é pouco… É um amor próximo de nós, o amor de Jesus não é um amor abstrato, é um amor eu-tu, eu-tu, cada um de nós, com nome e sobrenome.

 

O pranto de cada um de nós

 

No Evangelho de Lucas, o Papa nota “algo do amor concreto de Jesus”. Falando de Jerusalém, Jesus recordou quando tentou recolher seus filhos “como a galinha com seus pintinhos debaixo das asas”, e lhe foi impedido. Então “chorou”.

 

O amor de Cristo o leva ao pranto, ao pranto por cada um de nós. Que ternura há nesta expressão. Jesus podia condenar Jerusalém, dizer coisas negativas… E se lamenta porque não se deixa amar como os pintinhos da galinha. A ternura do amor de Deus em Jesus. E Paulo tinha entendido isso. Se não formos capaz de sentir, de entender a ternura do amor de Deus em Jesus por cada um de nós, jamais poderemos entender o que é o amor de Cristo. É um amor assim, espera sempre, paciente, o amor que joga a última carta com Judas: “Amigo”, livra-o, até o fim. Também com nossos grandes pecadores, até o fim Ele ama com esta ternura. Não sei se pensamos em Jesus tão terno, em Jesus que chora, como chorou diante do túmulo de Lázaro, como chorou aqui, olhando Jerusalém.

 

Um amor que se faz lágrima

 

Portanto Francisco exorta a nos perguntar se Jesus chora por nós, ele que nos deu “tantas coisas” enquanto nós muitas vezes decidimos “tomar outro caminho”. O amor de Deus “se faz lágrima, se faz pranto, pranto de ternura em Jesus”, reitera. Por isso, conclui o Pontífice, São Paulo “tinha se apaixonado por Cristo e nada podia separá-lo d’Ele”.

 

Giada Aquilino – Cidade do Vaticano

Fonte: Vatican Media

Papa: além de uma mensagem de paz, a paz como mensagem

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Papa: além de uma mensagem de paz, a paz como mensagem

 

O Papa Francisco visitou a Universidade Lateranense, para o momento conclusivo do Simpósio sobre “Educação, direitos humanos, paz. Os instrumentos da ação intercultural e o papel das religiões”. Na ocasião foi inaugurada uma mostra dedicada ao cardeal Jean-Louis Tauran, “homem de diálogo e construtor de paz” disse o Papa

 

Na tarde desta quinta-feira (31) o Papa Francisco foi até a Pontifícia Universidade Lateranense de Roma para o momento conclusivo do Simpósio sobre “Educação, direitos humanos, paz. Os instrumentos da ação intercultural e o papel das religiões”. Na ocasião, foi realizada a inauguração de uma mostra sobre a educação à paz em memória do cardeal Jean-Louis Tauran. Francisco encontrou Representantes das Igrejas, das Comunidades e das Religiões, e diplomatas.

Papa Francisco visita Universidade Lateranense - Foto: Vatican Media

Papa Francisco visita Universidade Lateranense – Foto: Vatican Media

 

Pacto Educativo Global

 

No seu discurso afirmou: “Educar à paz quer dizer dar alívio e resposta aos que, infelizmente muitos, são condenados à morte ou ao abandono de seus lares e país de origem por causa dos conflitos e das guerras”. Francisco deixou claro que não podemos ficar indiferentes e nos limitarmos a invocar a paz, mas devemos construir e proteger diariamente a paz, dirigindo nossa oração a Deus.

 

Sobre as responsabilidades para com as novas gerações, o Papa recordou que:

“Não é suficiente ser críticos com relação ao passado ou ao presente, é necessário mostrar criatividade e propostas para o futuro, ajudando cada pessoa a crescer para se tornar protagonista e não apenas uma espectadora”

 

Por isso a necessidade de um “pacto educativo amplo e em condições de transmitir não apenas conhecimentos de conteúdos técnicos, mas também e sobretudo de sabedoria humana e espiritual, feita com justiça, retidão, comportamentos virtuosos e em condições de ser realizados concretamente”.

 

Reforçando sua afirmação diz que diante da falta de paz, não é suficiente invocar a liberdade, proclamar direitos ou utilizar a autoridade nas suas diversas formas.

 

“Ocorre principalmente se colocar em discussão, recuperar a capacidade de estar entre as pessoas, dialogar com elas e compreender as suas exigências, talvez com a nossa fragilidade, que pode ser o modo mais autêntico para sermos acolhidos quando falamos de paz”

 

Cardeal Tauran: construtor da paz

 

Ao comentar as obras da mostra, cuja linguagem é de diálogo, e se propõem como instrumentos para abrir novos caminhos de paz, o Papa afirmou que esse momento é ainda mais significativo porque nos recorda a obra de um homem de diálogo e construtor de paz, o cardeal Jean-Louis Tauran.

 

“A sua vida foi dedicada ao diálogo principalmente o diálogo com Deus, que o cristão, o sacerdote, o bispo Tauran cultivou, ao qual se inspirou nas suas escolhas e ações e encontrou conforto durante sua doença”

 

Depois de recordar que o Cardeal também foi homem do diálogo entre os povos, governos e instituições internacionais, pelo seu papel na diplomacia, completou recordando que:

“Como Presidente do Pontifício Conselho para o Diálogo Inter-Religioso, nos fez entender que não basta deter-se diante do que se aproxima, mas é necessário explorar novas possibilidades para que as várias tradições religiosas possam transmitir, além de uma mensagem de paz, a paz como mensagem”.

 

Jane Nogara – Cidade do Vaticano

Fonte: Vatican News

Papa: a missão não pode ser um peso, mas um dom para oferecer

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Papa: a missão não pode ser um peso, mas um dom para oferecer

 

No Dia Mundial das Missões, celebrado neste domingo (20) no âmbito do Mês Extraordinário Missionário, o Papa Francisco presidiu a Santa Missa na Basílica de São Pedro. O Pontífice usou o substantivo ‘monte’, o verbo ‘subir’ e o pronome ‘todos’ para encorajar o testemunho de milhares de missionários no mundo.

 

Uma celebração eucarística caracterizada pela comunhão dos povos na Basílica de São Pedro. Na manhã deste domingo (20), o Papa Francisco presidiu uma missa, por ocasião do Dia Mundial das Missões no âmbito do Mês Missionário Extraordinário. A cerimônia foi especialmente animada pela genuína participação do coro e orquestra “Palmarito e Urubichà”, da Bolívia.

Papa no dia Mundial das Missões - Foto: Vatican Media

Papa no dia Mundial das Missões – Foto: Vatican Media

 

Na homilia, o Papa usou o substantivo monte, o verbo subir e o pronome todos, extraídos das leituras do dia, para encorajar o testemunho de milhares de missionários no mundo.

 

monte, lugar de grandes encontros

 

Ao iniciar falando do monte, Francisco indicou aquele da Galileia, mas que poderia o do Sinai, do Tabor ou das Oliveiras, mas sempre “o monte parece ser o lugar onde Deus gosta de marcar encontro com toda a humanidade”.

 

“A nós, o que nos diz o monte? Que somos chamados a nos aproximar de Deus e dos outros: nos aproximar de Deus, o Altíssimo, no silêncio, na oração, nos afastando das maledicências e boatos que poluem; e nos aproximar também dos outros.”

 

Francisco então falou da importância de olhar o outro de uma outra perspectiva, do alto do monte, onde descobrimos que “a harmonia da beleza só é dada pelo conjunto”.

 

“O monte nos lembra que os irmãos e as irmãs não devem ser selecionados, mas abraçados com o olhar e sobretudo com a vida. O monte liga Deus e os irmãos num único abraço, o da oração. O monte nos leva para o alto, longe de tantas coisas materiais que passam; nos convida a redescobrir o essencial, o que permanece: Deus e os irmãos. A missão começa no monte: lá se descobre aquilo que conta. No coração deste mês missionário, vamos nos interrogar: para mim, o que é que conta na vida? Quais são as altitudes para onde vou?”

 

subir, um êxodo do próprio eu

 

O Papa partiu para o verbo que acompanhe o substantivo monte: o subir, já que “nascemos, não para ficar em terra nos contentando com coisas triviais, mas para chegar às alturas encontrando Deus e os irmãos”.

 

“ Para isso, porém, é preciso subir: é preciso deixar uma vida horizontal, lutar contra a força de gravidade do egoísmo, realizar um êxodo do próprio eu. Por isso, subir requer esforço, mas é a única maneira para ver tudo melhor, como o panorama mais bonito ao escalar a montanha só se vê no cimo. ”

 

O Papa recordou que a subida muitas vezes não é fácil, pois estamos carregados de coisas e é preciso deixar de lado o que não serve:

“É também o segredo da missão: para partir é preciso deixar, para anunciar é preciso renunciar. O anúncio credível é feito, não de bonitas palavras, mas de vida boa: uma vida de serviço, que sabe renunciar a tantas coisas materiais que empequenecem o coração, tornam as pessoas indiferentes e as fecham em si mesmas; uma vida que se separa das inutilidades que enchem o coração e encontra tempo para Deus e para os outros. Podemos nos interrogar: Como procede a minha subida? Sei renunciar às bagagens pesadas e inúteis do mundanismo para subir ao monte do Senhor?”

 

O pronome todos, a missão de todos

 

O que prevalece, porém, nas leituras, é o pronome todos, disse Francisco, repetido várias vezes: todos os povos, todas as nações, todos os homens.

 

“O Senhor Se obstina a repetir esse «todos». Sabe que somos teimosos a repetir «meu» e «nosso»: as minhas coisas, a nossa nação, a nossa comunidade… e Ele não Se cansa de repetir «todos». Todos, porque ninguém está excluído do seu coração, da sua salvação; todos, para que o nosso coração ultrapasse as alfândegas humanas, os particularismos baseados nos egoísmos que não agradam a Deus. Todos, porque cada qual é um tesouro precioso e o sentido da vida é dar aos outros este tesouro. Eis a missão: subir ao monte para rezar por todos, e descer do monte para se doar a todos.”

 

“Subir e descer… assim o cristão está sempre em movimento, em saída”, e “ao encontro de todos, não apenas dos seus e do seu grupinho”, enfatizou o Papa, que provocou mais questionamentos a todos: “assumimos o convite de Jesus ou nos ocupamos apenas das nossas coisas?”.

 

A missão, disse Francisco, é “mostrar, com a vida e mesmo com palavras, que Deus ama a todos e não se cansa jamais de ninguém”. E o Papa finalizou afirmando que “cada um de nós é uma missão nesta terra”.

 

“Vai com amor ao encontro de todos, porque a tua vida é uma missão preciosa: não é um peso a suportar, mas um dom a oferecer. Coragem! Sem medo, vamos ao encontro de todos! ”

 

 

Andressa Collet – Cidade do Vaticano

Fonte: Vatican Media

Francisco: aprender a ir além, olhar a pessoa e as intenções de seu coração

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Francisco: aprender a ir além, olhar a pessoa e as intenções de seu coração

 

O Papa convidou os fiéis a aprenderem de Pedro “que um evangelizador não pode ser um empecilho para a obra criativa de Deus, mas alguém que favoreça o encontro dos corações com o Senhor”.

 

O Papa Francisco prosseguiu o ciclo de catequeses sobre os Atos dos Apóstolos, na Audiência Geral, desta quarta-feira (16/10), que teve como tema “Deus não faz diferença entre as pessoas. Pedro e a efusão do Espírito Santo sobre os pagãos”.

Papa Francisco na Audiência Geral - Foto: Vatican Media

 

“A viagem do Evangelho no mundo, que São Lucas narra nos Atos dos Apóstolos, é acompanhada pela suprema criatividade de Deus que se manifesta de forma surpreendente”, frisou o Papa, destacando que o Senhor “deseja que os seus filhos superem toda particularidade para se abrirem à universalidade da salvação. Este é o objetivo, pois Deus quer que todos sejam salvos”.

 

Sair de si e se abrir aos outros

 

Aqueles que renasceram da água e do Espírito são chamados a “saírem de si mesmos e se abrirem aos outros, a viverem a proximidade, o estilo do viver juntos que transforma toda relação interpessoal em experiência de fraternidade”, disse ainda Francisco.

 

Pedro é testemunha desse processo de “fraternização” que o Espírito quer desencadear na história. Pedro, protagonista nos Atos dos Apóstolos junto com Paulo, “vive um evento que dá uma virada decisiva na sua existência. Enquanto reza, tem uma visão que é como uma provocação” divina que desperta nele uma mudança de mentalidade.

 

“Ele vê uma toalha grande que desce do alto com vários animais: quadrúpedes, répteis e pássaros, e ouve uma voz que o convida a comer aquelas carnes. Como um bom judeu, Pedro reage, dizendo que nunca comeu nada de impuro, conforme pedido pela Lei do Senhor. Então a voz rebate com força: «Não chame de impuro o que Deus purificou».

 

“ Com esse fato, o Senhor quer que Pedro não avalie mais os eventos e as pessoas de acordo com as categorias de puro e impuro, mas que aprenda a ir além, a olhar a pessoa e as intenções de seu coração. ”

 

“O que torna o homem impuro, de fato, não vem de fora, mas de dentro, do coração. Jesus disse isso claramente.”

 

Segundo o Papa, depois dessa visão, Deus envia Pedro à casa de um estrangeiro incircunciso, Cornélio, “centurião da coorte chamada itálica, religioso e temente a Deus”, que dá muitas esmolas ao povo e orava sempre a Deus, mas não era judeu. Naquela casa de pagãos, Pedro prega Cristo crucificado e ressuscitado e o perdão dos pecados a quem Nele crê. Enquanto Pedro fala, o Espírito Santo desce sobre Cornélio e seus familiares. Pedro os batiza em nome de Jesus Cristo.

 

Um evangelizador não pode ser um empecilho 

 

“Esse fato extraordinário fica conhecido em Jerusalém, onde os irmãos, escandalizados pelo comportamento de Pedro, o repreendem severamente. Pedro fez algo que estava além do costume, além da lei! Por isso, eles o censuram”, sublinhou Francisco.

 

“Depois do encontro com Cornélio, Pedro está mais livre de si mesmo e mais em comunhão com Deus e com os outros, porque viu a vontade de Deus na ação do Espírito Santo. Ele entendeu que a eleição de Israel não é a recompensa pelo mérito, mas sinal do chamado gratuito para ser mediação da bênção divina entre os povos pagãos.”

 

O Papa convidou os fiéis a aprenderem do “príncipe dos Apóstolos que um evangelizador não pode ser um empecilho para a obra criativa de Deus que quer que todos se salvem, mas alguém que favoreça o encontro dos corações com o Senhor”.

 

A seguir, Francisco perguntou: “Como nos comportamos com os nossos irmãos, sobretudo com aqueles que não são cristãos. Somos um empecilho para o encontro com Deus? Somos um obstáculo para o seu encontro com o Pai ou o facilitamos?”

“Peçamos a graça de nos deixar surpreender pelas surpresas de Deus, de não impedir a sua criatividade, mas de reconhecer e favorecer os caminhos sempre novos pelos quais Cristo Ressuscitado derrama o seu Espírito no mundo e atrai os corações”, concluiu o Pontífice.

 

 

Mariangela Jaguraba – Cidade do Vaticano

Fonte: Vatican Media

 

O Papa convidou os fiéis a aprenderem de Pedro “que um evangelizador não pode ser um empecilho para a obra criativa de Deus, mas alguém que favoreça o encontro dos corações com o Senhor”.

 

O Papa Francisco prosseguiu o ciclo de catequeses sobre os Atos dos Apóstolos, na Audiência Geral, desta quarta-feira (16/10), que teve como tema “Deus não faz diferença entre as pessoas. Pedro e a efusão do Espírito Santo sobre os pagãos”.

 

“A viagem do Evangelho no mundo, que São Lucas narra nos Atos dos Apóstolos, é acompanhada pela suprema criatividade de Deus que se manifesta de forma surpreendente”, frisou o Papa, destacando que o Senhor “deseja que os seus filhos superem toda particularidade para se abrirem à universalidade da salvação. Este é o objetivo, pois Deus quer que todos sejam salvos”.

 

Sair de si e se abrir aos outros

 

Aqueles que renasceram da água e do Espírito são chamados a “saírem de si mesmos e se abrirem aos outros, a viverem a proximidade, o estilo do viver juntos que transforma toda relação interpessoal em experiência de fraternidade”, disse ainda Francisco.

 

Pedro é testemunha desse processo de “fraternização” que o Espírito quer desencadear na história. Pedro, protagonista nos Atos dos Apóstolos junto com Paulo, “vive um evento que dá uma virada decisiva na sua existência. Enquanto reza, tem uma visão que é como uma provocação” divina que desperta nele uma mudança de mentalidade.

 

“Ele vê uma toalha grande que desce do alto com vários animais: quadrúpedes, répteis e pássaros, e ouve uma voz que o convida a comer aquelas carnes. Como um bom judeu, Pedro reage, dizendo que nunca comeu nada de impuro, conforme pedido pela Lei do Senhor. Então a voz rebate com força: «Não chame de impuro o que Deus purificou».

 

“ Com esse fato, o Senhor quer que Pedro não avalie mais os eventos e as pessoas de acordo com as categorias de puro e impuro, mas que aprenda a ir além, a olhar a pessoa e as intenções de seu coração. ”

 

“O que torna o homem impuro, de fato, não vem de fora, mas de dentro, do coração. Jesus disse isso claramente.”

 

Segundo o Papa, depois dessa visão, Deus envia Pedro à casa de um estrangeiro incircunciso, Cornélio, “centurião da coorte chamada itálica, religioso e temente a Deus”, que dá muitas esmolas ao povo e orava sempre a Deus, mas não era judeu. Naquela casa de pagãos, Pedro prega Cristo crucificado e ressuscitado e o perdão dos pecados a quem Nele crê. Enquanto Pedro fala, o Espírito Santo desce sobre Cornélio e seus familiares. Pedro os batiza em nome de Jesus Cristo.

 

Um evangelizador não pode ser um empecilho 

 

“Esse fato extraordinário fica conhecido em Jerusalém, onde os irmãos, escandalizados pelo comportamento de Pedro, o repreendem severamente. Pedro fez algo que estava além do costume, além da lei! Por isso, eles o censuram”, sublinhou Francisco.

 

“Depois do encontro com Cornélio, Pedro está mais livre de si mesmo e mais em comunhão com Deus e com os outros, porque viu a vontade de Deus na ação do Espírito Santo. Ele entendeu que a eleição de Israel não é a recompensa pelo mérito, mas sinal do chamado gratuito para ser mediação da bênção divina entre os povos pagãos.”

 

O Papa convidou os fiéis a aprenderem do “príncipe dos Apóstolos que um evangelizador não pode ser um empecilho para a obra criativa de Deus que quer que todos se salvem, mas alguém que favoreça o encontro dos corações com o Senhor”.

 

A seguir, Francisco perguntou: “Como nos comportamos com os nossos irmãos, sobretudo com aqueles que não são cristãos. Somos um empecilho para o encontro com Deus? Somos um obstáculo para o seu encontro com o Pai ou o facilitamos?”

“Peçamos a graça de nos deixar surpreender pelas surpresas de Deus, de não impedir a sua criatividade, mas de reconhecer e favorecer os caminhos sempre novos pelos quais Cristo Ressuscitado derrama o seu Espírito no mundo e atrai os corações”, concluiu o Pontífice.

 

 

Mariangela Jaguraba – Cidade do Vaticano

Fonte: Vatican Media

Sínodo – Igreja comprometida contra violações dos direitos dos povos amazônicos

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Sínodo – Igreja comprometida contra violações dos direitos dos povos amazônicos

 

Com a 9ª Congregação Geral teve início a segunda das três semanas do Sínodo especial para a Região Pan-Amazônica que se concluirá em 27 de outubro. Na manhã desta segunda-feira (14/10) encontravam-se presentes 179 padres sinodais. Junto com o Papa elevaram uma oração a Deus pelo Equador

 

O Sínodo é um kairos tempo de graça: a Igreja coloca-se à escuta, em atitude empática e caminha ao lado dos povos originários da selva: periferias geográficas e existenciais que receberam o dom de contemplar diariamente o “Fiat”, a Palavra pronunciada por Deus. Efetivamente, a criação é uma Bíblia verde que revela o Criador e na celebração dos sacramentos o compromisso ecológico encontra seu fundamento mais profundo.

 

Formação permanente e catecumenato por Igreja em saída

Sínodo - Congregação Geral - Foto: Vatican Media

Sínodo – Congregação Geral – Foto: Vatican Media

 

Diante da sensível diminuição de comunidades religiosas na região, como se verifica, por exemplo, no Estado brasileiro do Pará, onde se está passando de uma pastoral de presença a uma visita, pede-se às Congregações religiosas que recuperem o entusiasmo missionário.

 

Ao mesmo tempo, é preciso oferecer uma formação constante e caminhos de catecumenato baseado não somente em livros de estudo, mas sobre a experiência concreta em contato direto com a cultura local.

 

Assumir um rosto amazônico significa compreender sinais e símbolos, próprios destes povos e conviver numa ótica de diálogo e intercultural, encorajando o aprofundamento de uma teologia indígena, a fim de que a liturgia responda sempre mais à cultura local.

 

Isso implica um dinamismo: sair das nossas estruturas e perspectivas. Em alguns casos a Igreja em saída na Amazônia já é uma realidade. São muitos exemplos de presença pastoral finalizada a encorajar os indígenas, esquecidos do mundo, a assumir as rédeas de seu destino. Jamais, porém, ceder à tentação de uma evangelização baseada exclusivamente em programas assistenciais.

 

Ao mesmo tempo, a Igreja é chamada a enfrentar os desafios apresentados, de um lado, pela proliferação das seitas religiosas e, do outro, por uma cultura relativista proveniente de países industrializados.

 

A contribuição no âmbito internacional

 

A Igreja é chamada a fazer ouvir a sua voz. Há quem disse que as representações pontifícias poderiam continuar desempenhando um papel essencialmente junto a governos e organismos internacionais a fim de promover as instâncias das populações amazônicas, acerca de seus direitos à terra, à água, à floresta.

 

Ademais, a Igreja na Amazônia é chamada a promover uma economia circular respeitosa da sabedoria e das práticas locais. Foi também evocada a criação de um observatório eclesial internacional sobre a violação dos direitos humanos das populações amazônicas.

 

Em seguida, a exortação: os países industrializados expressem maior solidariedade em favor dos países com economias frágeis, inclusive pelo fato que constituem um taxa mais elevada de poluição.

 

O Sínodo, com a multiplicidade de intervenções e pontos de reflexão expostos na sala, está reforçando nos participantes a ideia de uma Igreja unida em torno dos desafios da região pan-amazônica. Cada região do mundo sente a proximidade da Amazônia e os frutos desta assembleia especial serão úteis para a Igreja presente no mundo inteiro.

 

Comunicação favoreça interconexão

 

A Amazônia é um mundo multiétnico, multicultural e multirreligioso onde muitas sementes do Verbo já pegaram e estão dando fruto. É desejável a criação de um ecossistema de comunicação eclesial pan-amazônico que seja reflexo da interconexão da humanidade inteira. A ideia não é tanto tecer uma rede de cabos, mas de pessoas humanas.

 

As grandes dificuldades de mobilidade na imensa região exigem, com urgência, uma maior eficácia e capilaridade dos meios de comunicação social. É preciso, ao mesmo tempo, ajudar os povos a saber ler criticamente a informação difundida de modo superficial por alguns meios de comunicação, desmascarando toda forma de manipulação, distorção ou espetacularização.

 

Os ministérios e o discernimento

 

A presença é fundamental. Não somente de sacerdotes e bispos, mas também de colaboradores leigos, homens e mulheres. Um animador, seja ele catequista, leitor, que dê assistência aos enfermos, diácono ou ministro extraordinário da Eucaristia, exerce seu sacerdócio batismal quando assume uma atitude de serviço e não de poder ou domínio.

 

As mulheres são preciosas colaboradoras da missão da Igreja na Amazônia, insubstituíveis no cuidado samaritano, na custódia e na tutela da vida. Ao mesmo tempo, no âmbito da educação foi evidenciada a urgência de transmitir a fé, motivar os jovens a construir o próprio projeto de vida, promover o cuidado da Casa Comum, aumentar a rejeição à chaga do tráfico de pessoas, contrastar o analfabetismo e o abandono escolar.

 

Os jovens devem ser ajudados a integrar os conhecimentos ancestrais com os saberes mais modernos a fim de que ambos concorram para o “bom viver”.

 

Sob a ação do Espírito, cum Petrus e sub Petrus, a Igreja é impulsionada a uma conversão numa ótica amazônica e a empreender sem medo um discernimento e uma reflexão sobre o tema do sacerdócio, ouvindo também a hipótese de ordenar pessoas casadas, sem jamais diluir o valor do celibato.

 

De fato, é preciso ter sempre diante de si o drama das populações que não podem celebrar a Eucaristia por falta de presbíteros ou que recebem o Corpo de Cristo somente uma ou duas vezes por ano.

 

Foi sugerida uma reflexão sobre uma eventual atualização da Carta apostólica Ministeria Quaedam de Paulo VI. Também foi sugerida a introdução de diáconos e diáconas permanentes indígenas que através do ministério da Palavra ajudem o povo local a compreender melhor os Textos Sagrados.

 

Tutela da Casa Comum e exploração irresponsável

 

Foi lançada também a ideia de se criar comunidades cristãs eco-interculturais abertas ao diálogo interinstitucional e inter-religioso que ensinem novos estilos de vida orientados pelo cuidado da Casa Comum. As companhias petrolíferas e de exploração da madeira danificam o ambiente e minam a existência dos povos – foi a denúncia.

 

Efetivamente, os indígenas não obtêm nenhum benefício da extração dos recursos florestais e minerais de suas terras. Portanto, é preciso desmascarar com força a corrupção galopante que alimenta disparidades e injustiças e interrogar-se sobre o que deixaremos às futuras gerações. Também a grande ameaça constituída pelo narcotráfico deve ser contrastada junto com toda conivência que o alimenta.

 

Acesso ao alimento e respeito pelos ecossistemas

 

Foi também dado espaço ao tema da soberania alimentar: todo povo tem o direito de escolher o que cultivar, o que comer e como garantir o acesso ao alimento no respeito pelos ecossistemas.

 

Uma parte relevante da biodiversidade agroalimentar na Amazônia é ainda desconhecida e foi até agora preservada pelas populações locais. Ela não pode acabar sendo explorada por poucos e tirada da população, como aconteceu no campo médico, onde plantas e princípios ativos enriqueceram multinacionais farmacêuticas, sem restituir nada ao povo.

 

Fonte: Vatican News – Cidade do Vaticano

 

Papa: a relação de gratuidade com Deus nos ajuda a servir os outros

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Papa: a relação de gratuidade com Deus nos ajuda a servir os outros

 

Não há relação com Deus fora da gratuidade. Foi o que recordou o Papa nesta manhã exortando a alargar o coração para receber a graça e, na vida espiritual, a não escorregar “no pagamento”.

Papa Francisco - Santa Marta - Foto: Vatican Media

Papa Francisco – Santa Marta – Foto: Vatican Media

 

Dê de graça o que você recebeu de Deus de graça. A homilia do Papa Francisco nesta manhã na Casa Santa Marta é toda sobre a gratuidade de Deus e, portanto, sobre a gratuidade a ter com os outros, seja com o testemunho seja com o serviço. O convite é, portanto, a alargar o coração para que a graça venha. A graça, de fato, não se compra. E a servir o povo de Deus, não usá-lo.

 

A vocação é servir, não para “usar”

 

A reflexão do Papa Francisco parte da passagem do Evangelho de hoje (Mt 10,7-13) sobre a missão dos apóstolos, a missão de cada um dos cristãos, ser enviado. Um cristão não pode ficar parado”, a vida cristã é “abrir caminho, sempre”, recorda o Papa comentando as palavras de Jesus no Evangelho: “No vosso caminho, pro­clamai: ‘O Reino dos Céus está próximo’. Cu­rai doentes, ressuscitai mortos, puri­ficai leprosos, expulsai demônios”. Esta é, portanto, a missão e se trata de uma “vida de serviço”.

 

A vida cristã é para servir. É muito triste quando encontramos cristãos que, no início da sua conversão ou da sua consciência de serem cristãos, servem, estão abertos a servir, servem o povo de Deus, e depois acabam usando o povo de Deus. Isto faz tanto mal, tanto mal ao povo de Deus. A vocação é para “servir”, não para “usar”.

 

 

Alargar o coração

 

A vida cristã é então “uma vida de gratuidade”. Ainda na passagem evangélica proposta pela Liturgia de hoje, o Senhor vai ao coração da salvação: “De graça re­ce­bestes, de graça deveis dar”. A salvação, “não se compra”, “é-nos dada gratuitamente”, recorda-nos o Papa, sublinhando que Deus, de fato, “nos salva gratuitamente”, “não nos faz pagar”. E como Deus fez conosco, assim “devemos fazer com os outros”. E precisamente esta gratuidade de Deus “é uma das coisas mais belas”.

 

Saber que o Senhor é cheio de dons para nos dar. Somente, pede uma coisa: que o nosso coração se abra. Quando dizemos “Pai nosso” e rezamos, abrimos o coração para que esta gratuidade venha. Não há relação com Deus fora da gratuidade. Às vezes, quando precisamos de algo espiritual ou de uma graça, dizemos: “Bem, agora vou jejuar, vou fazer uma penitência, vou fazer uma novena…”. Certo, mas tenham cuidado: isto não é para “pagar pela graça, para “adquirir” graça; isto é para ampliar seu coração para que a graça possa vir. A graça é gratuita.

 

Todos os bens de Deus são gratuitos – continua o Papa Francisco – mas adverte que o problema é que “o coração se encolhe, se fecha” e não é capaz de receber “tanto amor gratuito”. Não devemos negociar com Deus, recorda o Papa, “com Deus não se negocia”.

 

Dar gratuitamente

 

Depois o convite para dar de graça. E isto, sublinha o Papa, é especialmente “para nós, pastores da Igreja”, “para não vender a graça”. “Dói muito, disse, quando há pastores” que fazem negócios com a graça de Deus: “Eu faço isto, mas isto custa tanto, tanto…”. A graça do Senhor é gratuita e “você – disse – deve dá-la gratuitamente”.

 

Na nossa vida espiritual temos sempre o perigo de escorregar no pagamento, sempre, mesmo falando com o Senhor, como se quiséssemos dar um suborno ao Senhor. Não! A coisa não vai por ali! Não vai por esse caminho. “Senhor, se me fizeres isto, eu dou-te isto,” não. Eu faço essa promessa, mas isso alarga meu coração para receber o que está lá, gratuito para nós. Esta relação de gratuidade com Deus é a que nos ajudará depois a tê-la com os outros, seja no nosso testemunho cristão seja no serviço cristão e na vida pastoral daqueles que são pastores do povo de Deus. No caminho. A vida cristã é caminhar. Pregar, servir, não “fazer uso de”. Sirvam e deem de graça o que receberam de graça. Que a nossa vida de santidade seja este ampliar o coração, para que a gratuidade de Deus, as graças de Deus que estão ali, gratuitas, que Ele quer nos dar, possam chegar ao nosso coração. Que assim seja.

 

Assista ao vídeo da Santa Missa

 

Debora Donnini, Silvonei José – Cidade do Vaticano

Fonte: Vatican News

 

Papa no Angelus: Jesus convida à generosidade desinteressada

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Papa no Angelus: Jesus convida à generosidade desinteressada

 

“A retribuição humana, de fato, geralmente distorce os relacionamentos, os torna comerciais, introduzindo o interesse pessoal em uma relação que deveria ser generosa e gratuita. Em vez disso, Jesus convida à generosidade desinteressada, para abrir-nos o caminho em direção a uma alegria muito maior, a alegria de ser partícipes do próprio amor de Deus que nos espera, todos nós, no banquete celeste.”

Papa no Angelus - Foto: Vatican Meda

Papa no Angelus – Foto: Vatican Meda

 

O Papa Francisco, que começou o Angelus desculpando-se pelo atraso – explicando ter ficado 25 minutos preso no elevador do Palácio Apostólico – destacou em sua alocução a generosidade desinteressada e a humildade indicada por Jesus.

 

Sua reflexão foi inspirada no Evangelho de São Lucas que narra a presença de Jesus em um banquete na casa de um chefe dos fariseu. “Jesus olha e observa como os convidados correm, se apressam para conseguir os primeiros lugares”.

 

Afirmar superioridade sobre os outros

 

“É um comportamento bastante difundido, também em nossos dias – observou o Papa –  e não somente quando somos convidados para um almoço: habitualmente busca-se o primeiro lugar para afirmar uma suposta superioridade sobre os outros.”

 

Comportamento prejudicial à comunidade

 

Mas essa corrida pela busca dos primeiros lugares faz mal à comunidade – afirma Francisco – quer civil como eclesial, porque destrói a fraternidade:

 

Todos conhecemos estas pessoas: galgadores, que sempre se agarram para subir, subir. Fazem mal à fraternidade, prejudicam a fraternidade”.

 

Diante dessa cena, Jesus conta duas breves parábolas. O Papa recorda então a primeira, dirigida a uma pessoa convidada para um banquete, e é advertida para não ocupar o primeiro lugar, sob o risco de ser convidada pelo dono da festa a cedê-lo para outra pessoa e ocupar o último lugar, o que seria uma vergonha.

 

Escolher o último lugar

 

“Em vez disso – recordou o Santo Padre –  Jesus nos ensina a ter a atitude oposta, a sentar-se no último lugar: “Portanto, não devemos buscar por iniciativa própria a atenção e a consideração de outros, mas sim deixar que sejam os outros a dá-la”:

“Jesus nos mostra sempre o caminho da humildade – devemos aprender o caminho da humildade! –  porque é o mais autêntico, o que também permite ter relações autênticas. A verdadeira humildade, não a humildade fingida, aquela que no Piemonte se chama a “mugna quacia”, não, aquela não. A verdadeira humildade.”

 

A generosidade humilde é cristã

 

Já na segunda parábola – continuou Francisco – Jesus se dirige ao dono da festa, sugerindo que na escolha dos convidados, chame os “pobres, os aleijados, os coxos, os cegos. Então tu serás feliz! Porque eles não te podem retribuir””:

“Também aqui, Jesus vai completamente contracorrente, manifestando como sempre a lógica de Deus Pai. E também acrescenta a chave para interpretar esse seu discurso. E qual é a chave? Uma promessa: se fizeres assim,  “receberás a recompensa na ressurreição dos justos”. Isso significa que aquele que assim se comportar, terá a recompensa divina, muito superior à retribuição humana que se espera: eu te faço esse favor esperando que tu me faça outro. Não, isso não é cristão. A generosidade humilde é cristã”.

 

Jesus convida à generosidade desinteressada

 

O Papa observa que a retribuição humana, “geralmente distorce os relacionamentos, os torna comerciais, introduzindo o interesse pessoal em uma relação que deveria ser generosa e gratuita”.

Jesus, por sua vez, “convida à generosidade desinteressada, para abrir-nos o caminho em direção a uma alegria muito maior, a alegria de ser partícipes do próprio amor de Deus que nos espera, todos nós, no banquete celeste”.

 

Ao concluir, Francisco pediu a Virgem Maria que “nos ajude a reconhecer-nos como somos, isto é, pequenos; e a nos alegrarmos em dar, sem esperar recompensa”.

 

Assista ao vídeo da Oração do Angelus

 

Jackson Erpen – Cidade do Vaticano

Fonte: Vatican News

 

Papa Francisco: há um oceano oculto de bem que nos faz esperar por um mundo de paz

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Papa Francisco: há um oceano oculto de bem que nos faz esperar por um mundo de paz

 

Numa declaração, o diretor da Sala de Imprensa da Santa Sé, Matteo Bruni, expressa a satisfação do Pontífice pelo nascimento do Comitê Superior para perseguir os objetivos contidos no Documento sobre a Fraternidade Humana para a paz mundial e a convivência comum.

 

O diretor da Sala de Imprensa da Santa Sé, Matteo Bruni, divulgou uma declaração, nesta segunda-feira (26/08), “a propósito da recente criação do Comitê Superior para se alcançar os objetivos contidos no Documento sobre a Fraternidade Humana em prol da paz mundial e da convivência comum”.

Papa Francisco e o Grão Imame de Al-Azhar, Ahmad al-Tayyib, durante a assinatura do Documento sobre a Fraternidade Humana - Foto: Vatican Media

Papa Francisco e o Grão Imame de Al-Azhar, Ahmad al-Tayyib, durante a assinatura do Documento sobre a Fraternidade Humana – Foto: Vatican Media

 

O documento foi assinado, em fevereiro passado, pelo Grão Imame de Al-Azhar e o Papa Francisco, durante sua viagem apostólica aos Emirados Árabes Unidos.

 

Segundo a nota do diretor da Sala de Imprensa da Santa Sé, o Pontífice recebeu com alegria a notícia da iniciativa e observou: «Embora muitas vezes, infelizmente, seja o mal, o ódio, a divisão a fazer notícia, há um oceano oculto de bem que cresce e nos faz esperar no diálogo, no conhecimento mútuo, na possibilidade de construir juntos com os fiéis de outras religiões e com todos os homens e mulheres de boa vontade, um mundo de fraternidade e de paz».

 

Ouça o áudio da reportagem:

 

Cidade do Vaticano

Fonte: Vatican News