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O exemplo de Santa Rita recordado por quatro mulheres de hoje

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O exemplo de Santa Rita recordado por quatro mulheres de hoje

 

Por terem copiado as virtudes de Santa Rita, quatro mulheres recebem o Reconhecimento internacional dedicado à religiosa agostiniana. Em Cássia, nesta terça-feira (22/05) memória litúrgica de Santa Rita, missa com o Card. Amato e a tradicional bênção das rosas.

Mulheres de uma associação católica - Fonte: Vatican Media

Mulheres de uma associação católica – Fonte: Vatican Media

 

Serviço ao próximo, tenacidade, humildade e coragem ao abraçar a própria cruz: essas quatro virtudes de Santa Rita são copiadas por quatro mulheres que receberão na cidade de Cássia, o Reconhecimento internacional dedicado à Santa dos casos impossíveis. Na vida da religiosa agostiniana, muitas histórias que ainda hoje se refletem. Mulher, esposa, viúva, monja, estigmatizada, Santa Rita viveu todos os momentos da sua vida praticando os valores da acolhida, da caridade, do diálogo e do perdão.

 

As mulheres com as virtudes de Santa Rita

 

Neste ano as virtudes da Santa foram reconhecidas a Emanuela Disarò e Daniela Burigotto – mães do casal vêneto Gloria Trevisan e Marco Gottardi que morreram no incêndio da Grendell Tower de Londres – por terem abraçado a cruz e procurado a força na fé; a Soňa Vancaková de Košice (Eslováquia) por ter lutado e acreditado incondicionalmente nos valores da família transformando a sua difícil experiência familiar em ajuda concreta em favor de outras famílias em dificuldade. E também a Giuseppina Ceccaroni de Perugia, por ter enfrentado os obstáculos da vida encontrando força na fé e no serviço ao próximo. As quatro “mulheres de Rita” receberão nesta terça-feira (22/05) o pergaminho do reconhecimento das mãos do Prior Geral da Ordem Agostinina, padre Alejandro Moral Antón na Basílica de Santa Rita.

 

Tradicional bênção das rosas

 

Esta é a 60ª edição da festa, que conta com Celebração da memória litúrgica da Santa, Celebração do Trânsito, e a geminação com outras cidades. Neste ano a cidade de Cássia é geminada com Košice, na Eslováquia de onde chegará a Tocha da Paz para a festividade.

 

O cardeal Angelo Amato, Prefeito da Congregação para as Causas dos Santos celebrará a missa pontifical. Em seguida, será feita a Súplica a Santa Rita e a tradicional bênção das rosas, símbolo da santa, que são conservadas ou doadas a pessoas necessitadas.

 

Ouça o áudio da reportagem

 

Cidade do Vaticano

 

Fonte: Vatican News

Encontro das Famílias: Papa concede o dom das indulgências

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Encontro das Famílias: Papa concede o dom das indulgências

 

Decreto da Penitenciaria Apostólica explica as condições para a indulgência concedida por ocasião do Encontro Mundial das famílias de Dublin.

Papa concede indulgências por ocasião do Encontro Mundial das Famílias

Papa concede indulgências por ocasião do Encontro Mundial das Famílias

 

Por ocasião do IX Encontro Mundial das Famílias, o Papa Francisco concederá o dom das indulgências aos fiéis. O anúncio foi feito pela Penitenciaria Apostólica com um decreto emitido na segunda-feira (21/05).

 

O evento se realizará em Dublin, na Irlanda, de 21 a 26 de agosto.

 

De acordo com o decreto, a indulgência plenária será concedida “às condições usuais (confissão sacramental, comunhão eucarística e orações de acordo com as intenções do Santo Padre) aos fiéis que, com a alma desapegada de qualquer pecado, participarão devotadamente de alguma função “durante o Encontro”, bem como de sua solene conclusão “, na presença do Papa Francisco.

 

Aqueles que não puderem comparecer ao evento – lê-se ainda no decreto – poderão obter a indulgência nos mesmos termos se, “espiritualmente unidos aos fiéis presentes em Dublin, recitarem o Pai-Nosso, o Credo e outras orações devocionais para invocar da Divina Misericórdia os propósitos indicados acima, especialmente quando as palavras do Pontífice forem transmitidas na televisão e no rádio”.

 

Por fim, “a indulgência parcial será concedida aos fiéis sempre que, com um coração contrito, no tempo indicado, rezarem pelo bem das famílias”.

 

Mais de 20 mil inscritos

 

Atualmente, existem cerca de 22 mil pessoas registradas no Encontro, oriundas de 103 nações e metade vem de fora da Irlanda. Com 28% dos menores de 18 anos, este Encontro Mundial das Famílias é o que tem o maior índice de jovens.

 

Existem 3500 voluntários já em formação; enquanto o ícone oficial continua peregrinando por todas as dioceses da Irlanda.

 

Ouça o Áudio da reportagem

 

Cidade do Vaticano

 

Fonte: Vatican News

Papa sobre o Oriente Médio: “Violência jamais leva à paz”

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Papa sobre o Oriente Médio: “Violência jamais leva à paz”

 

“Que Deus tenha piedade de nós”, disse Francisco ao fazer um apelo pelo paz na Terra Santa durante a Audiência Geral desta quarta-feira.

Papa na audiência geral - Foto: Vatican Media

Papa na audiência geral – Foto: Vatican Media

 

A Audiência Geral desta quarta-feira (16/05), na Praça S. Pedro, foi marcada por um veemente apelo pela paz na Terra Santa e no Oriente Médio, depois da abertura da embaixada dos Estados Unidos em Jerusalém. Os protestos contra esta decisão que reconhece a Cidade Santa como capital de Israel provocaram mais de 60 mortos.

 

“Estou muito preocupado e triste com o aumento da tensão na Terra Santa e no Oriente Médio e com a espiral de violência que afasta sempre mais do caminho da paz, do diálogo e das negociações. Expresso a minha grande dor pelos mortos e os feridos e estou próximo com a oração e o afeto a todos os que sofrem. Reitero que o uso da violência jamais leva à paz. Guerra chama guerra, violência chama violência. Convido todas as partes em causa e a comunidade internacional a renovar o empenho para que prevaleçam o diálogo, a justiça e a paz.”

 

Ao invocar Maria, Rainha do Paz, o Papa rezou com os fiéis uma “Ave-Maria”. “Que Deus tenha piedade de nós”, concluiu.

 

Sobre este apelo do Papa, o Vatican News contatou o Pe. Mário da Silva, pároco de Gaza, que relata a situação de miséria dos habitantes:

 

Ouça o Pe. Mario da Silva, de Gaza

 

Que triste recordar as guerras

 

Após a catequese, em suas saudações o Pontífice se dirigiu de modo especial aos ex-combatentes poloneses da II Guerra Mundial, que vieram a Roma para as celebrações do aniversário da batalha de Monte Cassino.

 

“Que tristeza recordar as guerras”, improvisou Francisco. “No século passado, tivemos duas grandes guerras. Jamais aprendemos. Que Deus nos ajude. Que a tragédia da guerra vivida por vocês se torne um apelo para o fim dos conflitos no mundo e pela busca de caminhos de paz.”

 

Ramadã, tempo privilegiado de oração e de jejum

 

Francisco fez também uma saudação a todos muçulmanos pelo início do Ramadã, na quinta-feira. “Que este tempo privilegiado de oração e de jejum ajude a caminhar na via de Deus, que é a vida da paz.”

 

Ouça a reportagem com a voz do Papa Francisco

 

 

Bianca Fraccalvieri – Cidade do Vaticano

 

Fonte: Vatican News

Papa: evitar a intriga para caminhar na verdadeira unidade

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Papa: evitar a intriga para caminhar na verdadeira unidade

 

Na missa matutina, Francisco condenou a intriga como método utilizado ainda hoje para dividir, seja na Igreja, seja na vida política.

Missa na Casa Santa Marta - Foto: Vatican Media

Missa na Casa Santa Marta – Foto: Vatican Media

Na missa celebrada esta quinta-feira (17/05) na Casa Santa Marta, o Papa Francisco dedicou a sua homilia ao tema da unidade, inspirando-se na Liturgia da Palavra.

 

Existem dois tipos de unidade, comentou o Pontífice. A primeira é a verdadeira unidade de que fala Jesus no Evangelho, a unidade que Ele tem com o Pai e que quer trazer também a nós. Trata-se de uma “unidade de salvação”, “que faz a Igreja”, uma unidade que vai rumo à eternidade. “Quando nós na vida, na Igreja ou na sociedade civil trabalhamos pela unidade, estamos no caminho que Jesus traçou”, disse Francisco.

 

A falsa unidade divide

 

Porém, há uma “falsa unidade”, como aquela dos acusadores de São Paulo na Primeira Leitura. Inicialmente, eles se apresentam como um bloco único para acusá-lo. Mas Paulo, que era “sagaz”, isto é, tinha uma sabedoria humana e também a sabedoria do Espírito Santo, lança a “pedra da divisão”, dizendo estar sendo julgado pela esperança na ressurreição dos mortos”.

 

Uma parte desta falsa unidade, de fato, era composta por saduceus, que diziam não existir “ressurreição nem anjo nem espírito”, enquanto os fariseus professavam esses conceitos. Paulo então consegue destruir esta falsa unidade porque eclode um conflito e a assembleia que o acusava se divide.

 

De povo a massa anônima

 

Em outras perseguições sofridas por São Paulo, se vê que o povo grita sem nem mesmo saber o que está dizendo, e são “os dirigentes” que sugerem o que gritar:

Esta instrumentalização do povo é também um desprezo pelo povo, porque o transforma em massa. É um elemento que se repete com frequência, desde os primeiros tempos até hoje. Pensemos nisso. O Domingo de Ramos é: todos ali aclamam “Bendito o que vem em nome do Senhor”. Na sexta-feira sucessiva, as mesmas pessoas gritam: “Crucifiquem-no”. O que aconteceu? Fizeram uma lavagem cerebral e mudaram as coisas. E transformaram o povo em massa, que destrói.

 

Intrigar: um método usado também hoje

 

“Criam-se condições obscuras” para condenar a pessoa, explicou o Papa, e depois a unidade se desfaz. Um método com o qual perseguiram Jesus, Paulo, Estevão e todos os mártires e muito usado ainda hoje. E Francisco citou como exemplo “a vida civil, a vida política, quando se quer fazer um golpe de Estado”: “a mídia começa a falar mal das pessoas, dos dirigentes, e com a calúnia e a difamação essas pessoas ficam manchadas”. Depois chega a justiça, “as condena e, no final, se faz um golpe de Estado”. Uma perseguição que se vê também quando as pessoas no circo gritavam para ver a luta entre os mártires ou os gladiadores.

 

A fofoca é uma atitude assassina

 

O elo da corrente para se chegar a esta condenação é um “ambiente de falsa unidade”, destacou Francisco.

 

Numa medida mais restrita, acontece o mesmo também nas nossas comunidades paroquiais, por exemplo, quando dois ou três começam a criticar o outro. E começam a falar mal daquele outro… E fazem uma falsa unidade para condená-lo; sentem-se seguros e o condenam. O condenam mentalmente, como atitude; depois se separam e falam mal um contra o outro, porque estão divididos. Por isso a fofoca é uma atitude assassina, porque mata, exclui as pessoas, destrói a “reputação” das pessoas.

 

Caminhar na estrada da verdadeira unidade

 

“A intriga” foi usada contra Jesus para desacreditá-lo e, uma vez desacreditado, eliminá-lo:

Pensemos na grande vocação à qual fomos chamados: a unidade com Jesus, o Pai. E este caminho devemos seguir, homens e mulheres que se unem e buscam sempre prosseguir no caminho da unidade. E não as falsas unidades, que não têm substância, e servem somente para dar um passo a mais e condenar as pessoas, e levar avante interesses que não são os nossos: interesses do príncipe deste mundo, que é a destruição. Que o Senhor nos dê a graça de caminhar sempre na estrada da verdadeira unidade.

 

Ouça a reportagem com a voz do Papa Francisco

 

Debora Donnini – Cidade do Vaticano

 

Fonte: Vatican Media

Papa no Regina Coeli: amor, atitude fundamental do coração

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Papa no Regina Coeli: amor, atitude fundamental do coração

 

“Viver na corrente do amor de Deus, estabelecer a morada, é a condição para que o nosso amor não perca pelas ruas o seu ardor e a audácia”, disse Francisco.

Papa Francisco no Regina Coeli deste domingo - Foto: Vatican Media

Papa Francisco no Regina Coeli deste domingo – Foto: Vatican Media

 

O Papa Francisco rezou a oração mariana do Regina Coeli, neste domingo (06/05), com os fiéis e peregrinos de várias partes do mundo, reunidos na Praça São Pedro.

 

Na alocução que precedeu a oração, o Pontífice ressaltou que “neste tempo pascal a Palavra de Deus continua nos indicando estilos de vida coerentes para ser a comunidade do Senhor Ressuscitado”.

 

Dentre esses estilos, o “Evangelho de hoje apresenta a entrega de Jesus: «Permaneçam no meu amor», permanecer no amor de Jesus.”

 

Gratidão e amor

 

“Viver na corrente do amor de Deus, estabelecer a morada, é a condição para que o nosso amor não perca pelas ruas o seu ardor e a audácia. Nós também, como Jesus e Nele, devemos acolher com gratidão o amor que vem do Pai e permanecer neste amor, tentando não nos separar dele com o egoísmo e o pecado. É um programa exigente mas não impossível.”

 

Segundo o Papa, “primeiramente, é importante tomar consciência de que o amor de Cristo não é um sentimento superficial, mas uma atitude fundamental do coração, que se manifesta no viver como Ele quer. De fato, Jesus afirma: «Se vocês obedecem aos meus mandamentos, permanecerão no meu amor, assim como eu obedeci aos mandamentos do meu Pai e permaneço no seu amor.»

 

O amor é concreto 

 

“O amor se realiza na vida cotidiana, nos comportamentos, nas ações; caso contrário é apenas algo ilusório. São palavras, palavras, palavras: isso não é amor. O amor é concreto todos os dias. Jesus nos pede para observar os seus mandamentos, que se resumem nisso: “Amem-se uns aos outros, assim como eu amei vocês.”

 

E Francisco perguntou: “Como fazer para que esse amor que o Senhor Ressuscitado nos doa possa ser partilhado pelos outros? Muitas vezes, Jesus indicou quem é o outro a amar, não com palavras, mas com fatos. É aquele que encontro em meu caminho e  me interpela com o seu rosto e sua história; é aquele que, com a sua presença, me impulsiona a sair de meus interesses e minhas seguranças; é aquele que espera a minha disponibilidade de acolher e caminhar juntos na mesma estrada.”

 

Disponibilidade

 

“Disponibilidade a todo irmão e irmã, quem quer que seja e em qualquer situação se encontre, começando com aquele que está próximo a mim na família, na comunidade, no trabalho, na escola. Desta forma, se eu permaneço unido a Jesus, o seu amor pode alcançar o outro e atraí-lo a si, para sua amizade”, sublinhou o Santo Padre.

 

Para Francisco, “esse amor pelos outros não pode ser reservado a momentos excepcionais, mas deve se tornar a constante de nossa existência. É por isso que somos chamados, por exemplo, a proteger os idosos como um tesouro precioso e com amor, mesmo que criem problemas econômicos e inconvenientes, devemos protegê-los. É por isso que aos doentes, mesmo no último estágio, devemos prestar toda a assistência possível. É por isso que os nascituros devem ser sempre acolhidos. É por isso que, em última análise, a vida deve ser sempre protegida e amada desde a concepção até a morte natural. Isso é amor.”

 

Coração de Cristo

 

“Somos amados por Deus em Jesus Cristo, que nos pede para amar uns aos outros como Ele nos ama. Mas nós não podemos fazer isso se não tivermos o seu próprio coração em nós.”

 

“A Eucaristia, à qual somos chamados a participar todos os domingos, tem como objetivo formar em nós o Coração de Cristo, de modo que toda a nossa vida seja guiada por suas atitudes generosas.”

 

“Que a Virgem Maria nos ajude a permanecer no amor de Jesus e a crescer no amor a todos, especialmente aos mais vulneráveis, a fim de corresponder plenamente à nossa vocação cristã”, concluiu o Papa.

 

Cidade do Vaticano

 

Fonte: Vatican News

Papa aos consagrados: sejam fecundos graças à oração, pobreza e paciência

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Papa aos consagrados: sejam fecundos graças à oração, pobreza e paciência

“A oração na vida consagrada é o ar que nos faz respirar o chamado, renovar o chamado. Sem este ar não podemos ser bons consagrados”, disso Francisco.

Papa Francisco durante a missa com os consagrados, em fevereiro passadoPapa Francisco durante a missa com os consagrados, em fevereiro passado  - Foto: Vatican Media

Papa Francisco durante a missa com os consagrados, em fevereiro passadoPapa Francisco durante a missa com os consagrados, em fevereiro passado – Foto: Vatican Media

 

O Papa Francisco recebeu, na manhã desta sexta-feira (04/05), na Sala Paulo VI, no Vaticano, cerca de 700 participantes do encontro internacional promovido pela Congregação para os Institutos de Vida Consagrada e as Sociedades de Vida Apostólica.

 

O encontro realiza-se, em Roma, na Pontifícia Universidade Antonianum, de 3 a 6 deste mês, sobre o tema “Consagração por meio dos Conselhos evangélicos”.

 

O Papa falou espontaneamente aos consagrados, indicando critérios autênticos a fim de discernir o que está acontecendo e “não se perder neste mundo, no nevoeiro da mundanidade, nas provocações e no espírito de guerra. Precisamos de critérios autênticos que nos guiem no discernimento”.

 

Colunas da vida consagrada

 

A seguir, o Papa ressaltou que o Espírito Santo é uma “calamidade, porque nunca se cansa de ser criativo”! “Autor da diversidade e ao mesmo tempo Criador de unidade. Ele faz a unidade do Corpo de Cristo, a unidade da consagração. Isso é também um desafio”, sublinhou Francisco.

“Quais são as coisas que o Espírito quer que se mantenham fortes na vida consagrada?”, perguntou o Papa, recordando três critérios autênticos, pilares da vida consagrada: oração, pobreza e paciência.

 

Oração

 

“A oração é voltar sempre ao primeiro chamado”, ao encontro com o Senhor que chamou o consagrado a deixar tudo: mãe, pai, família e carreira para segui-Lo de perto. “Toda oração é voltar a isso, ao sorriso dos primeiros passos.”

 

“A oração na vida consagrada é o ar que nos faz respirar o chamado, renovar o chamado. Sem este ar não podemos ser bons consagrados. Seremos talvez pessoas boas, bons cristãos, bons católicos que trabalham em muitas obras da Igreja, mas a consagração deve ser renovada continuamente ali, na oração, no encontro com o Senhor.”

 

Exemplo de Madre Teresa

 

O Papa Francisco citou como exemplo Madre Teresa de Calcutá que não obstante o trabalho de todos os dias, permanecia duas horas diárias em oração, diante do Santíssimo. “O tempo para a oração  deve ser encontrado”, reiterou Francisco. “Não é possível viver a vida consagrada e discernir o que está acontecendo sem conversar com o Senhor.”

 

Pobreza

 

“A pobreza”, como dizia Santo Inácio de Loyola, “é a mãe, o muro de contenção da vida consagrada” e “defende do espírito mundano”. O espírito de pobreza não é negociável, pois corre-se o risco de passar da “consagração religiosa” à “mundanidade religiosa”. Um percurso que tem três degraus:

“O primeiro: o dinheiro, ou seja, a falta de pobreza. O segundo, a vaidade, que parte do extremo de ser um pavão e vai até as pequenas coisas de vaidade. O terceiro: a soberbia, o orgulho. E dali, todos os vícios. Mas, o primeiro degrau é o apego às riquezas, o apego ao dinheiro.”

 

Paciência

 

Entende-se por paciência, “aquela que Jesus teve para chegar ao fim de sua vida”, a condição em que depois da última ceia vai ao Horto das Oliveiras. “Sem paciência se entendem as guerras internas de uma congregação”, “os carreirismos nos capítulos gerais”, e prossegue Francisco, “algumas decisões tomadas diante de problemas da vida comunitária como a perda das vocações”.

 

Evitar a “ars bene moriendi”

 

O Papa citou o exemplo de duas províncias masculinas de duas congregações diferentes que, num país “secularizado”, encerraram a admissão ao noviciado, condenando o futuro da congregação naquele período. “Ars bene moriendi”, disse o Papa a propósito dessa “Arte de morrer bem”.

 

“Falta paciência e terminamos com o “ars bene moriendi”. Falta paciência e não vêm as vocações? Vendemos e nos apegamos ao dinheiro por qualquer coisa que possa acontecer no futuro. Esse é um sinal de que se está perto da morte: quando uma congregação começa a apegar-se ao dinheiro. Não tem paciência e cai na falta de pobreza.”

 

Fecundidade espiritual

 

“Fiquem atentos à oração, pobreza e paciência”, disse Francisco, convidando os consagrados a seguirem essas “opções radicais” na vida pessoal e comunitária, e a apostar nelas. “Desejo que vocês continuem estudando e sendo fecundos na vida religiosa.”

 

“Nunca se sabe por onde anda a minha fecundidade, mas se você reza, é pobre e paciente, tenha certeza de que será fecundo. Como? O Senhor lhe mostrará. É a receita para a fecundidade. Você será pai, será mãe. É o que eu desejo para a vida religiosa: ser fecunda.”

 

Ouça a reportagem abaixo:

 

Cidade do Vaticano

 

Fonte: Vatican News

Papa: a caridade dos cristãos não nasce de ideologias mas de Jesus

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Papa: a caridade dos cristãos não nasce de ideologias mas de Jesus

 

Comentando o Evangelho do dia que propõe o momento em que Jesus se apresenta como a verdadeira videira o Papa observa: “Trata-se de permanecer com o Senhor para encontrar a coragem de sair de nós mesmos”

Papa durante Regina Coeli - Foto: Vatican Media

Papa durante Regina Coeli – Foto: Vatican Media

 

“Toda atividade, pequena ou grande que seja – o trabalho e o descanso, a vida familiar e social, o exercício de responsabilidades políticas, culturais e econômicas – toda atividade, se vivida em união com Jesus e com uma atitude de amor e de serviço, é uma oportunidade para viver em plenitude o Batismo e a santidade evangélica”. Foi o que disse o Papa Francisco na alocução que precedeu neste V Domingo de Páscoa, (29/04) a oração do Regina Coeli na Praça São Pedro diante de fiéis e peregrinos de todas as partes do mundo.

 

O Pontífice recordou: “o dinamismo da caridade do crente não é resultado de estratégias, não nasce de solicitações externas, de instâncias sociais ou ideológicas, mas do encontro com Jesus e do permanecer em Jesus. Ele para nós é a videira da qual absorvemos a linfa, isto é, a ‘vida’ para levar para a sociedade uma maneira diferente de viver e de se doar, o que coloca os últimos em primeiro lugar”.

 

Comentando o Evangelho do dia que propõe o momento em que Jesus se apresenta como a verdadeira videira e nos convida a permanecer unidos a Ele para dar muito fruto, o Papa observa:

 

“Trata-se de permanecer com o Senhor para encontrar a coragem de sair de nós mesmos, de nossas comodidades, de nossos espaços restritos e protegidos, para entrarmos no mar aberto das necessidades dos outros e dar amplo respiro ao nosso testemunho cristão no mundo. Essa coragem de entrar nas necessidades dos outros nasce da fé no Senhor ressuscitado e da certeza de que o seu Espírito acompanha a nossa história”.

 

“Um dos frutos mais maduros que brota da comunhão com Cristo é, de fato – acrescentou o Papa -, o compromisso de caridade para com o próximo, amando os irmãos com abnegação de si mesmo, até as últimas consequências, como Jesus nos amou”.

 

“Quando alguém é íntimo com o Senhor, como são íntimos e unidos entre si a videira e os ramos, se é capaz de produzir frutos de vida nova, de misericórdia, de justiça e de paz, derivados da ressurreição do Senhor”.

 

E o Papa recordou o santos: “Isto é o que os santos fizeram, aqueles que viveram em plenitude a vida cristã e o testemunho da caridade, porque foram verdadeiros ramos da videira do Senhor. Mas para ser santo – recordou Francisco – não é necessário ser bispo, sacerdote, religioso ou religiosa. Todos nós somos chamados a ser santos vivendo com amor e oferecendo a cada um o seu testemunho no ocupações de todos os dias, ali onde se encontra”’.

 

O Papa concluiu suas palavras pedindo a ajuda de Maria, Rainha dos Santos e modelo de perfeita comunhão com o Filho divino. “Que Ela nos ensine a permanecer em Jesus, como ramos à videira, e a jamais nos separarmos de seu amor. De fato, nada podemos fazer sem Ele, porque a nossa vida é Cristo vivo, presente na Igreja e no mundo”.

 

Ouça a reportagem abaixo

 

Silvonei José – Cidade do Vaticano

Fonte: Vatican News

Papa na Santa Marta: atenção às curiosidades no mundo virtual

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Papa na S. Marta: atenção às curiosidades no mundo virtual

 

As crianças são curiosas e no mundo virtual encontram tantas coisas ruins. Portanto, é necessário ajudar os jovens a não se tornarem prisioneiros desta curiosidade. É a advertência que o Papa lançou nesta manhã na Missa na Casa Santa Marta. Em vez disso, Francisco exorta a pedir o Espírito Santo que dá certeza.

Missa na Casa Santa Marta - Foto: Vatican Media

Missa na Casa Santa Marta – Foto: Vatican Media

Saber discernir entre as curiosidades boas e as curiosidades más e abrir o coração ao Espírito Santo que dá certeza. Estas são as duas exortações que o Papa Francisco abordou na homilia da missa na Casa Santa Marta nesta segunda-feira (30/04) , a partir do Evangelho de hoje (Jo 14, 21-26). De fato, no Evangelho há um diálogo entre Jesus e os discípulos, que o Papa define como “diálogo entre as curiosidades e a certeza”.

 

Na homilia o Papa explica a diferença entre as curiosidades boas e as más, porque “a nossa vida está cheia de curiosidades”. Como exemplo de curiosidade boa, refere-se às crianças quando estão na chamada “idade do por quê”. Elas perguntam, por quê, quando estão crescendo, percebem coisas que não entendem, estão procurando uma explicação. Essa é uma boa curiosidade, porque serve para crescer e “ter mais autonomia” e é também uma “curiosidade contemplativa”, porque “as crianças vêem, contemplam, não entendem e perguntam”.

 

“As fofocas” são, ao invés, uma curiosidade não boa, “patrimônio de mulheres e homens”, mesmo que alguém afirme que os homens são “mais fofoqueiros do que as mulheres”. A curiosidade má consiste em querer “cheirar a vida dos outros” – explica o papa – em “tentar ir a lugares que acabam sujando outras pessoas”, em fazer entender coisas que você não tem o direito de conhecer. Este tipo de curiosidade má “nos acompanha por toda a vida: é uma tentação que sempre teremos”: é a advertência do Papa.

 

Não ter medo, mas ter cuidado: “isso eu não pergunto, isso eu não olho, isso eu não quero”. E tantas curiosidades, por exemplo, no mundo virtual, com os celulares e coisas do gênero … As crianças vão ali e ficam curiosas para ver; e encontram ali muitas coisas ruins. Não há disciplina nessa curiosidade. Devemos ajudar as crianças a viver neste mundo, para que o desejo de conhecer não seja o desejo de ser curiosa, e acabem prisioneiras dessa curiosidade.

 

A curiosidade dos Apóstolos no Evangelho, porém, é boa: eles querem saber o que acorrerá, e Jesus responde dando certezas, “nunca engana”, prometendo a eles o Espírito Santo que – afirma – “ensinará tudo a vocês e recordará tudo o que eu lhes disse”.

 

A certeza nos dará o Espírito Santo na vida. O Espírito Santo não vem com um pacote de certezas e você aceita. Não. Na medida em que caminhamos na vida e pedimos ao Espírito Santo, abrindo o coração, ele nos dá a certeza para aquele momento, a resposta para aquele momento. O Espírito Santo é o companheiro, companheiro de caminho do cristão.

 

De fato, o Espírito Santo “recorda as palavras do Senhor iluminando-as” e este diálogo à mesa com os Apóstolos, que é “um diálogo entre curiosidade humana e certezas”, termina precisamente com esta referência ao Espírito Santo, “companheiro da memória”, que “conduz aonde há a felicidade fixa, que não se move”. Francisco exorta, portanto, a ir aonde há a verdadeira alegria com o Espírito Santo, que ajuda a não cometer erros:

Peçamos ao Senhor duas coisas hoje: primeiro, de nos purificar ao aceitar as curiosidades – há curiosidades boas e não tão boas – e saber discernir: não, isso eu não devo ver, isso eu não devo ver, isso não devo perguntar. E segunda graça: abrir o coração ao Espírito Santo, porque ele é a certeza, nos dá a certeza, como companheiro de caminho, das coisas que Jesus nos ensinou, e nos faz recordar tudo.

 

Ouça a reportagem abaixo:

 

Cidade do Vaticano

 

Fonte: Vatican News

 

Papa Francisco recebe Monges Beneditinos

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Papa a monges beneditinos: discernimento, dom que é preciso pedir ao Espírito Santo

 

O pontífice expressou sua gratidão aos beneditinos pela contribuição importante que deram na vida da Igreja em várias partes do mundo, por quase mil e quinhentos anos.

Papa recebe a Confederação Beneditina - Foto: Vatican Media

Papa recebe a Confederação Beneditina – Foto: Vatican Media

O Papa Francisco recebeu em audiência, nesta quinta-feira (19/04), na Sala Clementina, no Vaticano, quatrocentos monges da Confederação Beneditina pelos seus 125 anos de fundação.

 

O pontífice expressou sua gratidão aos beneditinos pela contribuição importante que deram na vida da Igreja em várias partes do mundo, por quase mil e quinhentos anos.

 

“Nesta celebração do Jubileu da Confederação Beneditina queremos recordar, de modo especial, o compromisso do Papa Leão XIII, que em 1893, quis unir todos os beneditinos, fundando uma casa comum de estudo e oração, aqui em Roma. Agradeço a Deus por esta inspiração que levou os beneditinos do mundo inteiro a viverem mais profundamente o espírito de comunhão com a Sé de Pedro e entre si.”

 

Ora et labora et lege

 

“A espiritualidade beneditina é conhecida pelo lema: Ora et labora et lege. Oração, trabalho e estudo. Na vida contemplativa, Deus muitas vezes anuncia a sua presença de forma inesperada. Com a meditação da Palavra de Deus na lectio divina, somos chamados a permanecer em escuta religiosa de sua voz para viver em constante e alegre obediência”, disse ainda Francisco.

 

“A oração gera em nossos corações, dispostos a receber os dons surpreendentes que Deus está sempre pronto a nos dar, um espírito de fervor renovado que nos leva, através de nosso trabalho cotidiano, a procurar a partilha dos dons da sabedoria de Deus com os outros: com a comunidade, com aqueles que vão ao mosteiro para buscar Deus, e com aqueles que estudam em suas escolas, colégios e universidades. Cria-se, assim, uma vida espiritual sempre renovada e revigorada.”

 

Segundo o Papa, “alguns aspectos característicos da liturgia pascal, que estamos vivendo, como o anúncio e a surpresa, a resposta solícita, e o coração disposto a receber os dons de Deus, na realidade fazem parte da vida beneditina de todos os dias”.

 

São Bento foi uma estrela luminosa em seu tempo

 

São Bento pede aos beneditinos em sua Regra para “não colocarem absolutamente nada antes de Cristo”, para que sejam vigilantes, hoje, prontos para ouvi-lo e segui-lo.

 

“São Bento foi uma estrela luminosa em seu tempo, como dizia São Gregório Magno, marcado por uma profunda crise de valores e de instituições. Ele soube discernir entre o essencial e o secundário na vida espiritual, colocando o Senhor firmemente no centro.” 

 

“Que vocês possam praticar o discernimento a fim de reconhecer o que vem do Espírito Santo e o que vem do espírito do mundo ou do espírito do mal. Discernimento que não requer somente uma boa capacidade de raciocinar e de sentido comum, mas um dom que é preciso pedir ao Espírito Santo. Sem a sabedoria do discernimento podemos nos transformar facilmente em marionetes à mercê das tendências do momento.”

 

Carisma beneditino do acolhimento

 

“Nesta época, em que as pessoas estão tão ocupadas e não têm tempo suficiente para ouvir a voz de Deus, seus mosteiros e conventos se tornam como oásis, onde homens e mulheres de todas as idades, origens, culturas e religiões podem descobrir a beleza do silêncio e reencontrar a si mesmas, em harmonia com a criação, permitindo a Deus de restabelecer uma ordem adequada em suas vidas. O carisma beneditino do acolhimento é muito precioso para a nova evangelização, pois lhes dá a oportunidade de acolher Cristo em todas as pessoas que chegam, ajudando aqueles que buscam a Deus a receber os dons espirituais que Ele reserva para cada um de nós.”

 

“Aos beneditinos sempre foi reconhecido o compromisso com o ecumenismo e o diálogo inter-religioso”, recordou o Papa, encorajando a Confederação Beneditina “a prosseguir nesta obra importante para a Igreja e para o mundo. Não há oposição entre vida contemplativa e serviço aos outros. Os mosteiros beneditinos são lugares de oração e acolhimento”.

 

Escola de serviço do Senhor

 

O Santo Padre agradeceu a Confederação Beneditina pelo serviço prestado nos campos da educação e formação, em Roma, e outras partes do mundo. Os beneditinos são conhecidos por serem “uma escola de serviço do Senhor”.

 

“Exorto-os a dar aos alunos, junto com as noções e conhecimentos necessários, os instrumentos para que possam crescer na sabedoria que os leva a buscar continuamente a Deus em suas vidas. Essa sabedoria que os levará a praticar a compreensão recíproca, pois somos todos filhos de Deus, irmãos e irmãs, neste mundo que tem muita sede de paz.”

 

O Papa encerrou o seu discurso, desejando que a celebração do Jubileu dos 125 anos de fundação da Confederação Beneditina seja uma ocasião profícua para refletir sobre a busca de Deus e sua sabedoria, e sobre como transmitir eficazmente a sua riqueza às gerações futuras.

 

Fonte: Vatican News – 19 abril 2018, 13:53

 

 

Papa Francisco aos beneditinos: “encontrar Cristo no monge”

 

A Confederação Beneditina e a Abadia Primaz de Santo Anselmo comemoram 125 anos, e inicia seu jubileu com uma audiência do Santo Padre. Dom Gregório, monge brasileiro, comentou as palavras do Papa.

Audiência com os monges da Confederação Beneditina - Foto: Vatican Media

Audiência com os monges da Confederação Beneditina – Foto: Vatican Media

O Abade Primaz da Abadia de Santo Anselmo , Gregory Polan, O.S.B., anunciou nesta semana as comemorações do Jubileu do 125° aniversário da Confederação Beneditina e da fundação da Abadia Primaz de Santo Anselmo em Roma.

 

As comemorações iniciaram na manhã desta quinta-feira, 19 de abril, com uma audiência com o Santo Padre o Papa Francisco, na Sala Clementina, no Vaticano. No encontro participaram o Abade primaz, os abades e abadessas representantes das confederações, os residentes e os colaboradores do colégio e do Ateneu Santo Anselmo e os representantes dos diversos ramos e instituições internacionais internas da mesma Confederação Beneditina.

 

Dom Gregório de Oliveira, que é padre do mosteiro beneditino em São Paulo e residente no Santo Anselmo em Roma, nos falou sobre a audiência concedida pelo Papa Francisco, destacando também os principais pontos observados pelo Papa:

 

Dom Gregório, OSB

A confederação conta hoje com mais ou menos 7000 monges beneditinos e 12000 monjas e irmãs beneditinas espalhados pelos 5 continentes. Além dos mais de 180.000 estudantes espalhados em nossas escolas e universidades por todo o mundo.

Nesta manhã em Roma, bela e ensolarada, estivemos em audiência com o Santo Padre, onde o Abade Primaz, Gregory Polan, O.S.B, fez a explanação ao Santo Padre sobre todos os trabalhos, o carisma beneditino e os nossos desafios no século XXI.

 

O Santo Padre nos encorajou a sermos fiéis ao zelo pela Sagrada Liturgia, a lectio divina que é a escuta da Palavra de Deus que alimenta o nosso espírito para que possamos alimentar o mundo. O Papa nos chamou a atenção quanto à hospitalidade com os que procuram os nossos mosteiros, pois eles querem encontrar Cristo no monge e o monge deve encontrar Cristo neles, e por fim lembrou o grande carisma do discernimento, sabendo discernir o que vem de Deus, o que vem do mundo e o que vem do Demônio, para que possamos ser fiéis ao chamado de Deus em nossas vidas.

 

Em sua mensagem aos beneditinos presentes na Sala Clementina, o Papa Francisco destacou alguns pontos essenciais da vida monástica, especialmente aquelas aprendidas com São Bento e vividas ainda hoje como regra dentro e fora dos mosteiros:

 

Espiritualidade

 

“A espiritualidade beneditina é renomada pelo seu moto: Ora et labora et lege. Oração, trabalho e estudo. Na vida contemplativa, Deus constantemente anuncia a sua presença de maneira inesperada. Com a meditação da Palavra de Deus na lectio divina, somos chamados a permanecer em uma escuta religiosa da sua voz para viver em constante e alegre obediência. A oração gera no nosso coração, dispostos a receber os dons surpreendentes que Deus está sempre pronto a nos dar, um espirito de renovado fervor que nos leva, através do nosso trabalho cotidiano, a buscar a divisão dos dons da sabedoria de Deus com os outros: com a comunidade, com aqueles que vêm ao mosteiro para a busca de Deus (“quaerere Deum”), e com quantos que estudam nas vossas escolas, colégios e universidades. Assim se gera uma sempre renovada e revigorada vida espiritual.”

 

Liturgia

 

“O vosso amor pela liturgia, como obra fundamental de Deus na vida monástica, é essencial acima de tudo para vós, permitindo-vos estar na presença viva do Senhor; e é preciosa para toda a Igreja, que ao longo dos séculos se beneficiou como fonte de água que irriga e fecunda, alimentando a capacidade de viver, pessoalmente e em comunidade, o encontro com o Senhor ressuscitado.”

 

Acolhida

 

“Nesta época, quando as pessoas estão tão ocupadas que não têm tempo suficiente para ouvir a voz de Deus, seus mosteiros e conventos se tornam como oásis, onde homens e mulheres de todas as idades, origens, culturas e religiões podem descobrir a beleza do silêncio e redescobrir a si mesmo, em harmonia com a criação, permitindo a Deus restaurar uma ordem adequada em suas vidas. O carisma beneditino da acolhida é muito precioso para a nova evangelização, porque lhe dá a oportunidade de acolher a Cristo em todas as pessoas que chegam, ajudando aqueles que buscam a Deus a receber os dons espirituais que ele reserva para cada um de nós.”

 

Ecumenismo

 

“Os beneditinos sempre reconheceram o compromisso com o ecumenismo e o diálogo inter-religioso. Encorajo-vos a continuar neste importante trabalho para a Igreja e para o mundo, colocando a sua tradicional hospitalidade a seu serviço. De fato, não há oposição entre a vida contemplativa e o serviço aos outros. Os mosteiros beneditinos – tanto nas cidades como longe delas – são locais de oração e hospitalidade. Sua estabilidade também é importante para as pessoas que vêm procurá-lo. Cristo está presente neste encontro: ele está presente no monge, no peregrino, no necessitado.”

 

Educação

 

“Sou grato pelo seu serviço na educação e treinamento, aqui em Roma e em outras partes do mundo. Os beneditinos são conhecidos por serem “uma escola de serviço do Senhor”. Exorto-vos a dar aos alunos, juntamente com os conhecimentos e conhecimentos necessários, as ferramentas para que possam crescer na sabedoria que os leva a buscar continuamente a Deus em suas vidas; essa mesma sabedoria que os levará a praticar a compreensão mútua, porque somos todos filhos de Deus, irmãos e irmãs, neste mundo que tem muita sede de paz.”

 

Beneditinos

 

Amanhã, 20 de abril, dando seguimento as comemorações, é esperada uma conferência do Padre Jeremy Driscoll, O.S.B., abade de Mount Angels no Oregon (Estados Unidos), com o tema “Teologia monástica ou sapiencial: estratégia de ensino e de aprendizado”. E para a conclusão do Jubileu de 125° da Confederação Beneditina, no dia 21 será celebrada uma missa solene presidida pelo Secretário de Estado, Sua Eminência o Cardeal Pietro Parolin.

 

No dia 18 de abril de 1893 foi colocada solenemente a primeira pedra do edifício atual de Santo Anselmo, na colina do Aventino, em Roma. Em 12 de julho do mesmo ano, o Papa Leão XIII instituiu oficialmente, com o breve “Summum Semper”, a Confederação Beneditina, unindo assim os diversos mosteiros beneditinos e oferecendo ao mesmo tempo um lugar onde a Ordem beneditina teria doado “de novo a Igreja aqueles grandes monges santos que difundiram no mundo o ensinamento e a cultura cristã” (Leão XIII).

 

Pe Arnaldo Rodrigues – Cidade do Vaticano 

 

Fonte: Vatican News – 19 abril 2018, 14:22

Conclui-se a 56ª Assembleia Geral da CNBB: mensagem dos bispos

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Conclui-se a 56ª Assembleia Geral da CNBB: mensagem dos bispos

 

Sobre a conclusão da Assembleia nós conversamos com o coodenador dos trabalhos, Dom Esmeraldo Barreto de Farias, bispo auxiliar de São Luis do Maranhão.

 

Concluiu-se-se nesta sexta-feira com a Santa Missa no Santuário Nacional de Aparecida a 56ª Assembleia Geral da CNBB depois de 10 dias de trabalhos. A celebração foi presidida pelo presidente da CNBB, arcebispo de Brasília, Cardeal Sérgio da Rocha.

 

No dia de ontem Dom Sergio da Rocha conversou com os jornalistas reunidos na Coletiva de Imprensa e pediu a dom Murilo Krieger, vice-presidente que lesse a mensagem da conferência ao povo de Deus. O documento registra a comunhão do episcopado brasileiro com o Papa Francisco e destaca a necessidade de promover o diálogo respeitoso para estimular a comunhão na fé em tempo de politização e polarizações nas redes sociais. A mensagem retoma a natureza e a missão da entidade na sociedade brasileira.

 

Confira, na sequência, a íntegra do documento que será enviado à todas as 277 circunscrições eclesiásticas do Brasil, incluindo arquidioceses, dioceses, prelazias, entre outras.

 

MENSAGEM DA CONFERÊNCIA NACIONAL DOS BISPOS DO BRASIL AO POVO DE DEUS

 

O que vimos e ouvimos nós vos anunciamos, para que também vós tenhais comunhão conosco. Ora, a nossa comunhão é com o Pai e com o seu Filho Jesus Cristo (1Jo 1, 3)

Encerramento da 56º Assembléia dos Bispos - CNBB - Foto: Vatican Media

Encerramento da 56º Assembléia dos Bispos – CNBB – Foto: Vatican Media

Em comunhão com o Papa Francisco, nós, Bispos membros da CNBB, reunidos na 56ª Assembleia Geral, em Aparecida – SP, agradecemos a Deus pelos 65 anos da CNBB, dom de Deus para a Igreja e para a sociedade brasileira. Convidamos os membros de nossas comunidades e todas as pessoas de boa vontade a se associarem à reflexão que fazemos sobre nossa missão e assumirem conosco o compromisso de percorrer este caminho de comunhão e serviço.

 

Vivemos um tempo de politização e polarizações que geram polêmicas pelas redes sociais e atingem a CNBB. Queremos promover o diálogo respeitoso, que estimule e faça crescer a nossa comunhão na fé, pois, só permanecendo unidos em Cristo podemos experimentar a alegria de ser discípulos missionários.

 

A Igreja fundada por Cristo é mistério de comunhão: “povo reunido na unidade do Pai e do Filho e do Espírito Santo” (São Cipriano). Como Cristo amou a Igreja e se entregou por ela (cf. Ef 5,25), assim devemos amá-la e por ela nos doar. Por isso, não é possível compreender a Igreja simplesmente a partir de categorias sociológicas, políticas e ideológicas, pois ela é, na história, o povo de Deus, o corpo de Cristo, e o templo do Espírito Santo.

 

Nós, Bispos da Igreja Católica, sucessores dos Apóstolos, estamos unidos entre nós por uma fraternidade sacramental e em comunhão com o sucessor de Pedro; isso nos constitui um colégio a serviço da Igreja (cf. Christus Dominus, 3). O nosso afeto colegial se concretiza também nas Conferências Episcopais, expressão da catolicidade e unidade da Igreja. O Concílio Vaticano II, na Lumen Gentium, 23, atribui o surgimento das Conferências à Divina Providência e, no decreto Christus Dominus, 37, determina que sejam estabelecidas em todos os países em que está presente a Igreja.

 

Em sua missão evangelizadora, a CNBB vem servindo à sociedade brasileira, pautando sua atuação pelo Evangelho e pelo Magistério, particularmente pela Doutrina Social da Igreja. “A fé age pela caridade” (Gl 5,6); por isso, a Igreja, a partir de Jesus Cristo, que revela o mistério do homem, promove o humanismo integral e solidário em defesa da vida, desde a concepção até o fim natural. Igualmente, a opção preferencial pelos pobres é uma marca distintiva da história desta Conferência. O Papa Bento XVI afirmou que “a opção preferencial pelos pobres está implícita na fé cristológica naquele Deus que se fez pobre por nós, para enriquecer-nos com a sua pobreza”. É a partir de Jesus Cristo que a Igreja se dedica aos pobres e marginalizados, pois neles ela toca a própria carne sofredora de Cristo, como exorta o Papa Francisco.

 

A CNBB não se identifica com nenhuma ideologia ou partido político. As ideologias levam a dois erros nocivos: por um lado, transformar o cristianismo numa espécie de ONG, sem levar em conta a graça e a união interior com Cristo; por outro, viver entregue ao intimismo, suspeitando do compromisso social dos outros e considerando-o superficial e mundano (cf. Gaudete et Exsultate, n. 100-101).

 

Ao assumir posicionamentos pastorais em questões sociais, econômicas e políticas, a CNBB o faz por exigência do Evangelho. A Igreja reivindica sempre a liberdade, a que tem direito, para pronunciar o seu juízo moral acerca das realidades sociais, sempre que os direitos fundamentais da pessoa, o bem comum ou a salvação humana o exigirem (cf. Gaudium et Spes, 76). Isso nos compromete profeticamente. Não podemos nos calar quando a vida é ameaçada, os direitos desrespeitados, a justiça corrompida e a violência instaurada. Se, por este motivo, formos perseguidos, nos configuraremos a Jesus Cristo, vivendo a bem-aventurança da perseguição (Mt 5,11).

 

A Conferência Episcopal, como instituição colegiada, não pode ser responsabilizada por palavras ou ações isoladas que não estejam em sintonia com a fé da Igreja, sua liturgia e doutrina social, mesmo quando realizadas por eclesiásticos.

 

Neste Ano Nacional do Laicato, conclamamos todos os fiéis a viverem a integralidade da fé, na comunhão eclesial, construindo uma sociedade impregnada dos valores do Reino de Deus. Para isso, a liberdade de expressão e o diálogo responsável são indispensáveis. Devem, porém, ser pautados pela verdade, fortaleza, prudência, reverência e amor “para com aqueles que, em razão do seu cargo, representam a pessoa de Cristo” (LG 37). “Para discernir a verdade, é preciso examinar aquilo que favorece a comunhão e promove o bem e aquilo que, ao invés, tende a isolar, dividir e contrapor” (Papa Francisco, Mensagem para o 52º dia Mundial das Comunicações de 2018).

 

Deste Santuário de Nossa Senhora Aparecida, invocamos, por sua materna intercessão, abundantes bênçãos divinas sobre todos.

 

Sobre a conclusão da Assembleia nós conversamos com o coodenador dos trabalhos, Dom Esmeraldo Barreto de Farias, bispo auxiliar de São Luis do Maranhão:

 

Silvonei José – Aparecida

 

Fonte: Vatican News