Categoria: Aconteceu…

7º dia da Assembleia Geral da CNBB: Padre Zezinho

By | Aconteceu... | No Comments

7º dia da Assembleia Geral da CNBB: Padre Zezinho

 

A situação da crise que envolve o Brasil também é tema de discussão dos bispos em Aparecida. A esse propósito, a redação de Vatican News, em Aparecida, conversou com Padre Zezinho.

Assembleia da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, em Aparecida - Foto: Vatican Media

Assembleia da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, em Aparecida – Foto: Vatican Media

 

Neste sétimo dia de trabalhos da 56ª Assembleia Geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) em Aparecida as atividades começaram com a Santa Missa celebrada no altar central do Santuário Nacional de Nossa Senhora Aparecida. A celebração foi presidida por Dom Antônio Muniz Fernandes, arcebispo de Maceió (Al). Na missa desta manhã foram recordados os bispos falecidos.

 

Já no dia de ontem, segunda-feira (16) a celebração da manhã foi presidida pelo bispo de Caçador (SC) e presidente da Comissão Episcopal Pastoral para o Laicato, Dom Severino Clasen.  Dom Severino na sua a homilia recordou que o Ano Nacional do Laicato celebra a presença e organização dos cristãos leigos e leigas no Brasil aprofundando sua identidade, vocação, espiritualidade e missão, testemunhando Jesus Cristo e seu reino na sociedade.

 

Ano Nacional do Laicato

 

Dom Severino ressaltou que é preciso incentivar e apoiar as iniciativas do Ano Nacional do Laicato para que produza na consciência de todos dos cristãos a firmeza de buscar o Jesus de Nazaré que apresente o Reino de Deus, o Reino sem corrupção, um Reino de Justiça e de paz. “A espiritualidade Cristã sempre terá por fundamentos os mistérios da encarnação e da redenção de Jesus Cristo. Este enfoque deve permear a formação laical desde o processo da iniciação a vida cristã”, salientou.

 

“Não existe fé cristã sem comunidade eclesial”, continuou Dom Severino. Ele ensinou que o cristão se forma e se experimenta numa comunidade eclesial: “O testemunho de Santo Estevão que foi martirizado defendendo a comunidade de fé se repete nos mártires de ontem, de hoje e que sem dúvida teremos no amanhã”.

 

Assassinato de muitas lideranças nas comunidades periféricas 

 

Dom Severino lembrou que nos últimos anos tem aumentado o assassinato de muitas lideranças nas comunidades periféricas que não são notícias, ou que são desmoralizadas para que não sejam notícias.

 

“São pobres que morrem. É preciso levantar esses nomes e evitar que outros líderes que defendem os pobres sejam preservados e possam encorajar todas as pessoas para que superem a onda de ódio, de perseguição, de mortes brutas financiadas pela força do capital e entidades secretas que matam, destroem vidas e a dignidade dos filhos de Deus”, destacou.

 

E concluiu: “A busca do pão vivo deve ser a maior preocupação dos cristãos leigos e leigas para que as estruturas sociais garantam o pão cotidiano, aquele pão que une e constrói segurança e sustentabilidade para toda a comunidade, humanidade, sobretudo aos pobres, abandonados, os sofridos de nossas cidades e metrópoles”.

 

Sínodo dos Bispos para a juventude

 

Ainda no dia de ontem tiveram início as votações  dos bispos, titulares e suplentes, que representarão o episcopado brasileiro na Assembleia Geral Ordinária do Sínodo dos Bispos que se realizará entre os dias 3 e 28 de outubro deste ano no Vaticano, com o tema: “Os jovens, a fé e o discernimento vocacional”.

 

Foram instaladas no Auditório do Centro de Eventos 8 urnas eletrônicas com um sistema desenvolvido pelo Departamento de Tecnologia da Informação da CNBB idealizado em uma plataforma digital conectada a um servidor de banco de dados. O sistema, organizado pelo setor de Tecnologia de Informação da CNBB, foi testado e aprovado pelo Conselho Permanente da CNBB. Durante a votação, cada urna eletrônica será identificada e terá como responsáveis um presidente e um secretário para garantir o sigilo e a privacidade dos eleitores.

 

Segundo o Manual de Votação, a eleição é secreta e os titulares e suplentes serão eleitos um a um. Os resultados, após a análise e aprovação da Comissão de Escrutínios, presidida pelo bispo de Nazaré (PE), Dom Francisco de Assis Dantas de Lucena, será apresentado para o presidente da CNBB para anúncio em plenário. Os nomes dos eleitos só poderão tornar-se de domínio público após a ratificação da eleição por parte do Papa Francisco.

 

Nos dias passados durante a 56ª Assembleia Geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) foi apresentado ao episcopado de todo o Brasil a ação evangelizadora ‘Cada Comunidade Uma Nova Vocação’. O projeto, iniciado pelas dioceses dos Regionais Sul 2, Sul 3, Sul 4 da CNBB e as dioceses de Osasco (SP), Tefé (AM) e Bafatá no continente africano, tem o intuito de suscitar uma cultura vocacional em toda a Igreja para despertar as mais variadas vocações.

 

Ação evangelizadora 

 

De acordo com o secretário executivo do Regional Sul 2 da CNBB, padre Mário Spaki, uma das grandes propostas desta ação evangelizadora é utilizar todos os meios de comunicação à nossa disposição, em especial as redes sociais, para divulgar vídeos que mostram a beleza do chamado de Deus, testemunhos de quem vive sua vocação com alegria. “Na ação evangelizadora Cada Comunidade Uma Nova Vocação, nós divulgaremos aquilo que é positivo, os fatos bonitos, que são tantos. Queremos que a alegria do Evangelho contagie muitos corações”, disse o padre.

 

Segundo padre Mário Spaki, outro ponto importante do projeto é o convite à oração por todas as vocações. “Propomos que todos os encontros da Igreja, todas as reuniões de pastorais, movimentos eclesiais, organismos e serviços, grupos de reflexão, assim como todas as celebrações comecem ou terminem com uma dezena do rosário, conscientemente, pelas vocações” completou.

 

A situação da crise que envolve o Brasil também é tema de discussão dos bispos em Aparecida. Nas conversas dos encontros em grupo ou nos corredores sempre a preocupação de dar aos brasileiros uma luz em meio a cenários escuros. Sobre a situação que vivemos no Brasil nós conversamos com Padre Zezinho que visitou a redação de Vatican News em Aparecida.

 

Silvonei José – Aparecida

 

Fonte: Vatican News

Papa: o profeta é sempre um homem de esperança

By | Aconteceu... | No Comments

Papa: o profeta é sempre um homem de esperança

 

“Um verdadeiro profeta é aquele que é capaz de chorar por seu povo e também de dizer as coisas fortes quando for necessário. Não é morno, é sempre assim, direto”, disse o Papa Francisco, na homilia da Missa celebrada na manhã desta terça-feira, na Capela da Casa Santa Marta

Missa na Capela da Casa Santa Marta - Foto: Vatican Media

Missa na Capela da Casa Santa Marta – Foto: Vatican Media

“Insensíveis e incircuncisos de coração e ouvido! Vós sempre resististes ao Espírito Santo e como vossos pais agiram, assim fazeis vós!”

 

Estêvão, o primeiro mártir da Igreja, assim acusava o povo, os anciãos e os escribas que o haviam levado ao tribunal. Tinham o coração fechado, não queriam ouvi-lo e não recordavam mais a história de Israel.

 

O Papa Francisco repassa estes acontecimentos narrados no Livro dos Atos dos Apóstolos, na leitura proposta pela liturgia do dia.

 

E como os profetas foram perseguidos por seus pais, assim estes anciãos e escribas “enfurecidos em seus corações, rangem os dentes contra Estêvão e arrastaram-no para fora da cidade e começaram a apedrejá-lo”.

 

E o Papa comenta, que “quando o profeta chega à verdade e toca o coração, ou coração se abre ou o coração torna-se mais pedra, desencadeando a raiva, a perseguição”. “Assim acaba a vida de um profeta”.

 

A verdade, tantas vezes incômoda, não é agradável de ser ouvida. Neste sentido, Francisco recorda que “os profetas sempre tiveram estes problemas de perseguição por dizer a verdade”:

“Mas para mim, qual é o teste de que um profeta, quando fala forte, diz a verdade? É quando este profeta é capaz não somente de dizer, mas de chorar sobre o povo que abandonou a verdade. E Jesus, por um lado repreende com aquelas palavras duras: “geração perversa e adúltera”,  diz por exemplo. Por outro, chora sobre Jerusalém. Este é o teste. Um verdadeiro profeta é aquele que é capaz de chorar por seu povo e também de dizer as coisas fortes quando for necessário. Não é morno, é sempre assim, direto”.

 

Mas o verdadeiro profeta não é um “profeta das desventuras”, precisa Francisco. O verdadeiro profeta é um profeta de esperança:

“Abrir portas, curar as raízes, curar a pertença ao povo de Deus para seguir em frente. Não é por ofício um repreensor….não! É um homem de esperança. Repreende quando é necessário e abre as portas olhando o horizonte da esperança. Mas o verdadeiro profeta, se desempenha bem a sua missão, arrisca a própria pele”.

 

Assim com Estêvão, que morre sob os olhos de Saulo, por ser coerente com a verdade. E o Papa cita uma frase de um dos primeiros Padres da Igreja: “O sangue dos mártires é semente de novos cristãos”:

“A Igreja tem necessidade dos profetas. E diria mais: tem necessidade de que todos nós sejamos profetas. Não críticos, isto é outra coisa. Uma coisa é sempre o juiz crítico, ao qual nada lhe agrada, nenhuma coisa lhe agrada.: “Não, isto não está certo, não está bem, não está bem, não está certo, isto deve ser assim…” Este não é um profeta. O profeta é aquele que reza, olha para Deus, olha para seu povo, sente dor quando o povo erra, chora – é capaz de chorar pelo povo – mas é também capaz de arriscar a própria pele para dizer a verdade”.

 

“Que não falte à Igreja – conclui o Papa – este serviço da profecia, para seguir sempre em frente”.

 

Ouça o áudio com a reportagem abaixo:

 

Acesse ao vídeo com trecho da homília abaixo:

 

Fonte: Vatican News

Homilia do Papa Francisco no Domingo da Misericórdia

By | Aconteceu... | One Comment

Homilia do Papa Francisco no Domingo da Misericórdia

 

Na presença de milhares de Missionários da Misericórdia e de fiéis de todo o mundo, também ligados à devoção à Divina Misericórdia, o Papa Francisco presidiu no II Domingo de Páscoa à Santa Missa na Praça São Pedro

No Domingo da Misericórdia, Papa Francisco preside celebração na Praça São Pedro - Foto: AFP or licensors

No Domingo da Misericórdia, Papa Francisco preside celebração na Praça São Pedro – Foto: AFP or licensors

 

No Domingo da Divina Misericórdia, o Papa Francisco presidiu à Celebração Eucarística na Praça São Pedro. Eis sua homilia:

“No Evangelho de Hoje, o verbo ver aparece várias vezes «Os discípulos se alegraram por verem o Senhor» (Jo 20,20); depois disseram a Tomé: «Vimos o Senhor» (v. 25). Mas o Evangelho não descreve como o viram, não descreve o Ressuscitado, apenas destaca um detalhe: «Mostrou-lhes as mãos e o lado» (v. 20). Parece significar que os discípulos reconheceram Jesus desse modo: através das suas chagas. O mesmo acontece com Tomé: ele também queria ver «a marca dos pregos em suas mãos » (v. 25) e, depois de ter visto, acreditou (cf. v. 27).

 

Apesar da sua incredulidade, temos de agradecer a Tomé, pois a ele não bastou ouvir dizer dos outros que Jesus estava vivo, e nem sequer com poder vê-Lo em carne e osso, mas quis ver dentro, tocar com a mão nas suas chagas, os sinais do seu amor. O Evangelho chama Tomé de «Dídimo» (v. 24), ou seja, gêmeo; e nisso ele é verdadeiramente nosso irmão gêmeo. Pois também a nós não basta saber que Deus existe: um Deus ressuscitado, mas longínquo, não nos preenche a nossa vida; não nos atrai um Deus distante, por mais que seja justo e santo. Não. Nós também precisamos “ver a Deus”, de “tocar com a mão” que Ele tenha ressuscitado, ressuscitado por nós.

 

Como podemos vê-Lo? Como os discípulos: por meio das suas chagas. Olhando por ali, compreenderam que Ele não os amava de brincadeira e que os perdoava, embora entre eles houvesse quem O tivesse negado e O tivesse abandonado.

 

Entrar nas suas chagas significa contemplar o amor sem medidas que brota do seu coração. Este é o caminho. Significa entender que o seu coração bate por mim, por ti, por cada um de nós. Queridos irmãos e irmãs, podemos nos considerar e chamar-nos cristãos, e falar sobre muitos belos valores da fé, mas, como os discípulos, precisamos ver Jesus tocando o seu amor. Só assim podemos ir ao coração da fé e, como os discípulos, encontrar uma paz e uma alegria mais fortes que qualquer dúvida (cf. vv. 19-20).

 

Tomé, depois de ter visto as chagas do Senhor, exclamou: «Meu Senhor e meu Deus!» (v. 28).  Eu gostaria de chamar a atenção para esse pronome que Tomé repete: meu. Trata-se de um pronome possessivo e, se refletimos sobre isso, podia parecer fora do lugar referi-lo a Deus: como Deus pode ser meu? Como posso fazer que o Todo-poderoso seja meu? Na realidade, dizendo meu, não profanamos a Deus, mas honramos a sua misericórdia, pois foi Ele que quis “fazer-se nosso”. E, como numa história de amor, dizemos-Lhe: “Fizestes-vos homem por mim, morrestes e ressuscitastes por mim e agora não sois somente Deus; sois o meu Deus, sois a minha vida. Em vós encontrei o amor que eu procurava e muito mais, como nunca teria imaginado”.

 

Deus não se ofende de ser “nosso”, pois o amor exige familiaridade, a misericórdia requer confiança. Já no início dos dez mandamentos, Deus dizia: «Eu sou o Senhor, teu Deus» (Ex 20,2) e reiterava: «pois eu sou o Senhor teu Deus, um Deus zeloso» (v.5). Aqui está a proposta de Deus, amante zeloso, que se apresenta como teu Deus; e do coração comovido de Tomé brota a resposta: «Meu Senhor e meu Deus!». Entrando hoje, através das chagas, no mistério de Deus, entendemos que a misericórdia não é mais uma de suas qualidades entre outras, mas o palpitar do seu coração. E então, como Tomé, não vivemos mais como discípulos vacilantes; devotos, mas hesitantes; nós também nos tornamos verdadeiros enamorados do Senhor! Não tenham medo desta palavra: enamorados do Senhor!

 

Como saborear este amor, como tocar hoje com a mão a misericórdia de Jesus? O Evangelho também nos sugere isso, quando aponta que na tarde mesma da Páscoa (cf. Jo 20, 19), ou seja, logo depois de ressuscitar, Jesus, em primeiro lugar, dá o Espírito para perdoar os pecados.

 

Para experimentar o amor, é preciso passar por ali: deixar-se perdoar.  Deixar-se perdoar: eu pergunto a mim e a cada um de vocês: eu me deixo perdoar? Para experimentar aquele amor, é preciso passar por ali: eu me deixo perdoar? Mas, Padre,  ir confessar-se parece difícil. Diante de Deus, somos tentados a fazer como os discípulos no Evangelho: trancarmo-nos por detrás de portas fechadas. Eles faziam isso por temor e nós também temos medo, vergonha de abrir-nos e contar os nossos pecados. Que o Senhor nos dê a graça de compreender a vergonha: de vê-la não como uma porta fechada, mas como o primeiro passo do encontro.

 

Quando nos sentimos envergonhados, devemos ser agradecidos: quer dizer que não aceitamos o mal, e isso é bom. A vergonha é um convite secreto da alma que precisa do Senhor para vencer o mal. O drama está quando não se sente vergonha por coisa alguma. Nós não devemos ter medo de sentir vergonha! E passemos da vergonha ao perdão! Não tenham medo de envergonharem-se! Não tenham medo.

 

Contudo, há uma porta fechada diante do perdão do Senhor:  a da resignação. A resignação sempre é uma porta fechada. Os discípulos a experimentaram quando, na Páscoa, constatavam que tudo tivesse voltado a ser como antes: ainda estavam lá, em Jerusalém, desalentados; o “capítulo Jesus” parecia terminado e, depois de tanto tempo com Ele, nada tinha mudado. Nos resignamos. Também nós podemos pensar: “Sou cristão há muito tempo, porém nada muda em mim, cometo sempre os mesmos pecados”. Então, desalentados, renunciamos à misericórdia.

 

Entretanto, o Senhor nos interpela: “Não acreditas que a misericórdia é maior do que a tua miséria? Estás reincidente no pecado? Sê reincidente em clamar por misericórdia, e veremos quem leva a melhor!”. E depois – quem conhece o sacramento do perdão o sabe – não é verdade que tudo permaneça como antes.

 

Em cada perdão recebemos novo alento, somos encorajados, pois nos sentimos cada vez mais amados, mais abraçados pelo Pai. E quando, sentindo-nos amados, caímos mais uma vez, sentimos mais dor do que antes. É uma dor benéfica, que lentamente nos separa do pecado. Descobrimos então que a força da vida é receber o perdão de Deus, e seguir em frente, de perdão em perdão. Assim segue a vida: de vergonha em vergonha, de perdão em perdão. E esta é a vida cristã.

 

Depois da vergonha e da resignação, existe outra porta fechada, às vezes blindada: o nosso pecado, o próprio pecado.

 

Quando cometo um grande pecado, se eu, com toda a honestidade, não quero me perdoar, por que o faria Deus? Esta porta, no entanto, está fechada só de um lado: o nosso; para Deus nunca é intransponível. Ele, como nos ensina o Evangelho, adora entrar justamente através “das portas fechadas”, quando todas as passagens parecem bloqueadas. Lá Deus faz maravilhas. Ele nunca decide separar-se de nós, somos nós que o deixamos do lado de fora.

 

Mas quando nos confessamos, tem lugar o inaudito: descobrimos que precisamente aquele pecado, que nos mantinha distantes do Senhor, converte-se no lugar do encontro com Ele. Ali o Deus ferido de amor vem ao encontro das nossas feridas. E torna as nossas chagas miseráveis semelhantes às suas chagas gloriosas. Trata-se de uma transformação: a minha chaga miserável torna-se semelhante às suas chagas gloriosas. Há uma transformação: a minha mísera chaga se assemelha às suas chagas gloriosas. Pois Ele é misericórdia e faz maravilhas nas nossas misérias.

 

Como Tomé, pedimos hoje a graça de reconhecer o nosso Deus: de encontrar no seu perdão a nossa alegria; de encontrar na sua misericórdia a nossa esperança”.

 

Fonte: Vatican News

Papa: Misericórdia, o palpitar do coração de Deus

By | Aconteceu... | No Comments

Papa: Misericórdia, o palpitar do coração de Deus

 

O Papa Francisco renovou o convite para a confissão, para assim descobrirmos que a misericórdia de Deus é bem maior do que as nossa misérias. Como Tomé, “peçamos hoje a graça de reconhecer o nosso Deus: de encontrar no seu perdão a nossa alegria, na sua misericórdia a nossa esperança”.

Papa Francisco preside a Santa Missa no Domingo da Divina Misericórdia - Foto: AFP or licensors

Papa Francisco preside a Santa Missa no Domingo da Divina Misericórdia – Foto: AFP or licensors

 

“Quando nos confessamos, tem lugar o inaudito: descobrimos que precisamente aquele pecado, que nos mantinha distantes do Senhor, converte-se no lugar do encontro com Ele”. E “em cada perdão recebemos novo alento, somos encorajados, pois nos sentimos cada vez mais amados.”

 

Dirigindo-se aos 50 mil fiéis presentes na Praça São Pedro no Domingo da Divina Misericórdia – festa instituída por São João Paulo II – o Papa Francisco recordou do perdão, afirmando que diante das passagens que parecem bloqueadas pela vergonha, pela resignação e pelo nosso pecado, justamente ali “Deus faz maravilhas”, pois Ele adora entrar através das portas fechadas”, pois para Ele, “nada é intransponível”.

 

Os discípulos reconheceram Jesus pelas suas chagas. Inspirando-se no Evangelho do dia que descreve a incredulidade de Tomé que diz que acreditaria somente se pusesse “o dedo nas marcas dos pregos” e  “a mão no seu lado”, o Papa iniciou dizendo que “temos de agradecer a Tomé, pois a ele não bastou ouvir dizer dos outros que Jesus estava vivo, e tampouco de vê-Lo em carne e osso, mas quis ver dentro, tocar com a mão nas suas chagas, os sinais do seu amor.”

 

“Se eu não vir a marca dos pregos em suas mãos, se eu não puser o dedo nas marcas dos pregos e não puser a mão no seu lado, não acreditarei”.

 

Vemos Jesus pelas suas chagas 

 

Tomé, o «Dídimo», “é verdadeiramente nosso irmão gêmeo. Pois também a nós não basta saber que Deus existe”:

“Um Deus ressuscitado, mas longínquo, não nos preenche a nossa vida; não nos atrai um Deus distante, por mais que seja justo e santo. Não. Nós também precisamos “ver a Deus”, de “tocar com a mão” que Ele tenha ressuscitado por nós”.

 

E podemos vê-Lo, “por meio das suas chagas”:

Entrar nas suas chagas significa contemplar o amor sem medidas que brota do seu coração.  Este é o caminho. Significa entender que o seu coração bate por mim, por ti, por cada um de nós. Queridos irmãos e irmãs, podemos nos considerar e chamar-nos cristãos, e falar sobre muitos belos valores da fé, mas, como os discípulos, precisamos ver Jesus tocando o seu amor. Só assim podemos ir ao coração da fé e, como os discípulos, encontrar uma paz e uma alegria mais fortes que qualquer dúvida”.

 

O Papa a seguir, chamou a atenção para o pronome usado por Tomé ao exclamar «Meu Senhor e meu Deus!»:

Trata-se de um pronome possessivo e, se refletimos sobre isso, podia parecer fora do lugar referi-lo a Deus: como Deus pode ser meu? Como posso fazer que o Todo-poderoso seja meu? Na realidade, dizendo meu, não profanamos a Deus, mas honramos a sua misericórdia, pois foi Ele que quis “fazer-se nosso””.

 

Deus – ressaltou o Pontífice – “não se ofende de ser “nosso”, pois o amor exige familiaridade, a misericórdia requer confiança”, como Ele mesmo se apresenta no primeiro dos Dez Mandamentos e também a Tomé:

“Entrando hoje, através das chagas, no mistério de Deus, entendemos que a misericórdia não é mais uma de suas qualidades entre outras, mas o palpitar do seu coração. E então, como Tomé, não vivemos mais como discípulos vacilantes; devotos, mas hesitantes; nós também nos tornamos verdadeiros enamorados do Senhor! Não tenhamos medo desta palavra: enamorados do Senhor!”

 

Deixar-se perdoar

 

Mas, “como saborear este amor, como tocar hoje com a mão a misericórdia de Jesus?” Logo depois de ressuscitar – explica o Papa – Jesus “dá o Espírito para perdoar os pecados”:

Para experimentar o amor, é preciso passar por ali. Eu me deixo perdoar? Mas, Padre, ir confessar-se parece difícil. Diante de Deus, somos tentados a fazer como os discípulos no Evangelho: trancarmo-nos por detrás de portas fechadas. Eles faziam isso por temor e nós também temos medo, vergonha de abrir-nos e contar os nossos pecados. Que o Senhor nos dê a graça de compreender a vergonha: de vê-la não como uma porta fechada, mas como o primeiro passo do encontro”.

 

Da vergonha ao perdão

 

Sentir-se envergonhados, reitera Francisco, é um motivos para sermos agradecidos, pois “quer dizer que não aceitamos o mal, e isso é bom”:

“ A vergonha é um convite secreto da alma que tem necessidade do Senhor para vencer o mal. ”

O drama está quando não se sente vergonha por coisa alguma. Nós não devemos ter medo de sentir vergonha! E passemos da vergonha ao perdão!

 

Resignação

 

Mas diante deste perdão do Senhor, há uma porta fechada: a resignação, experimentada pelos discípulos quando  “na Páscoa, constatavam que tudo tivesse voltado a ser como antes: ainda estavam lá, em Jerusalém, desalentados; o “capítulo Jesus” parecia terminado e, depois de tanto tempo com Ele, nada tinha mudado”.

 

O mesmo pode ocorrer conosco. Mesmo sendo cristãos há muito tempo, parece que nada muda, “cometo sempre os mesmos pecados”, e desalentados, “renunciamos à misericórdia”:

“Entretanto, o Senhor nos interpela: “Não acreditas que a misericórdia é maior do que a tua miséria? Estás reincidente no pecado? Sê reincidente em clamar por misericórdia, e veremos quem leva a melhor!”. E depois – quem conhece o sacramento do perdão o sabe – não é verdade que tudo permaneça como antes”.

 

“Em cada perdão – recordou o Papa –  recebemos novo alento, somos encorajados, pois nos sentimos cada vez mais amados, mais abraçados pelo Pai:

“E quando, sentindo-nos amados, caímos mais uma vez, sentimos mais dor do que antes. É uma dor benéfica, que lentamente nos separa do pecado. Descobrimos então que a força da vida é receber o perdão de Deus, e seguir em frente, de perdão em perdão. E assim segue a vida: de vergonha em vergonha, de perdão em perdão. E esta é a vida cristã”.

 

O nosso pecado

 

Mas há uma outra porta fechada, muitas vezes “blindada”:  o nosso pecado.

 

“Quando cometo um grande pecado, se eu, com toda a honestidade, não quero me perdoar, por que o faria Deus?”, pergunta o Papa, que explica:

Esta porta, no entanto, está fechada só de um lado: o nosso; para Deus nunca é intransponível. Ele, como nos ensina o Evangelho, adora entrar justamente através “das portas fechadas”, quando todas as passagens parecem bloqueadas. Lá Deus faz maravilhas”.

 

Lugar do encontro

 

“Ele nunca decide separar-se de nós, somos nós que o deixamos do lado de fora”:

Mas quando nos confessamos, tem lugar o inaudito: descobrimos que precisamente aquele pecado, que nos mantinha distantes do Senhor, converte-se no lugar do encontro com Ele. Ali o Deus ferido de amor vem ao encontro das nossas feridas. E torna as nossas chagas miseráveis semelhantes às suas chagas gloriosas. Existe uma transformação: a minha mísera chaga assemelha-se às suas chagas gloriosas. Pois Ele é misericórdia e faz maravilhas nas nossas misérias. Como Tomé, peçamos hoje a graça de reconhecer o nosso Deus: de encontrar no seu perdão a nossa alegria;  de encontrar na sua misericórdia a nossa esperança”.

 

Acesse a transcrição da homilia completa do Santo Padre clicando aqui.

 

Assista ao vídeo da Santa Missa presidida pelo Santo Padre:

 

Fonte: Vatican News

A Exortação Apostólica Gaudete et Exsultate do Papa Francisco

By | Aconteceu... | No Comments

A Exortação Apostólica Gaudete et Exsultate do Papa Francisco

 

Os desafios de ser santos no mundo atual. Em sua Exortação Apostólica ‘Gaudete et Exsultate’, o Papa dá indicações sobre como viver a santidade – um chamado que é para todos – em um mundo que apresenta tantos desafios à fé. Mas Francisco começa o documento, falando sobre o espírito de alegria.

Papa na canonização de Madre Teresa de Calcutá - Foto: Vatican News

Papa na canonização de Madre Teresa de Calcutá – Foto: Vatican News

 

Nós nos tornamos santos vivendo as bem-aventuranças, o caminho principal porque “contra a corrente” em relação à direção do mundo. O chamado à santidade é para todos, porque a Igreja sempre ensinou que é um chamado universal e possível a qualquer um, como demonstrado pelos muitos santos “da porta ao lado”.

 

A vida de santidade está assim intimamente ligada à vida de misericórdia, “a chave para o céu”. Portanto, santo é aquele que sabe comover-se e mover-se para ajudar os miseráveis e curar as misérias. Quem esquiva-se das “elucubrações” de velhas heresias sempre atuais e quem, entre outras coisas, em um mundo “acelerado” e agressivo “é capaz de viver com alegria e senso de humor.”

 

Não é um “tratado”, mas um convite

 

É precisamente o espírito de alegria que o Papa Francisco escolhe colocar na abertura de sua última Exortação Apostólica.

 

O título “Gaudete et Exsultate”, “Alegrai-vos e exultai,” repete as palavras que Jesus dirige “aos que são perseguidos ou humilhados por causa dele”.

 

Nos cinco capítulos e 44 páginas do documento, o Papa segue a linha de seu magistério mais profundo, a Igreja próxima à “carne de Cristo sofredor.”

 

Os 177 parágrafos não são – adverte –  “um tratado sobre a santidade, com muitas definições e distinções”, mas uma maneira de “fazer ressoar mais uma vez o chamado à santidade”, indicando “os seus riscos,  desafios e oportunidades”(n. 2).

 

A classe média da santidade

 

Antes de mostrar o que fazer para se tornar santos, o  Papa Francisco se detém no primeiro capítulo sobre o “chamado à santidade” e reafirma: há um caminho de perfeição para cada um e não faz sentido desencorajar-se  contemplando “modelos de santidade que lhe parecem inatingíveis” ou procurando  “imitar algo que não foi pensado para ele”. (n. 11).

 

“Os santos, que já chegaram à presença de Deus” nos “protegem, amparam e acompanham” (n. 4), afirma o Papa. Mas, acrescenta, a santidade a que Deus nos chama, irá crescendo com “pequenos gestos” (n. 16 ) cotidianos, tantas vezes testemunhados por “aqueles que vivem próximos de nós”, a “classe média de santidade” (n. 7).

 

Razão como um Deus

 

No segundo capítulo, o Papa estigmatiza aqueles que define como “dois inimigos sutis da santidade”, já várias vezes objeto de reflexão, entre outros, nas missas na Santa Marta, na Evangelii gaudium, bem como no recente documento da Doutrina da Fé, Placuit Deo.

 

Trata-se de “gnosticismo” e “pelagianismo”,  duas heresias que surgiram nos primeiros séculos do cristianismo, mas continuam a ser de alarmante atualidade (n.35).

 

O gnosticismo – observa – é uma autocelebração de “uma mente sem encarnação, incapaz de tocar a carne sofredora de Cristo nos outros, engessada numa enciclopédia de abstrações”.

 

Para o Papa, trata-se de uma “vaidosa superficialidade”, que pretende “reduzir o ensinamento de Jesus a uma lógica fria e dura que procura dominar tudo”. E ao desencarnar o mistério, preferem – como disse em uma missa na Santa Marta – “um Deus sem Cristo, um Cristo sem Igreja, uma Igreja sem povo “(nn. 37-39).

 

Adoradores da vontade

 

O neo-pelagianismo é, segundo Francisco, outro erro gerado pelo gnosticismo. A ser objeto de adoração aqui não é mais a mente humana, mas o “esforço pessoal”, uma vontade sem humildade que “sente-se superior aos outros por cumprir determinadas normas” ou por ser fiel “a um certo estilo católico” (n. 49).

 

“A obsessão pela lei”, “o fascínio de exibir conquistas sociais e políticas”, ou “a ostentação no cuidado da liturgia, da doutrina e do prestígio da Igreja” são para o Papa, entre outros, alguns traços típicos de cristãos que “não se deixam guiar pelo Espírito no caminho do amor”. (n. 57 ).

 

Francisco, por outro lado, lembra que é sempre o dom da graça que ultrapassa “as capacidades da inteligência e as forças da vontade humana” (n. 54). Às vezes, constata, “complicamos o Evangelho e tornamo-nos escravos de um esquema”. (Nº 59)

 

Oito caminhos de santidade

 

Além de todas as “teorias sobre o que é santidade”, existem as Bem-aventuranças. Francisco coloca-as no centro do terceiro capítulo, afirmando que com este discurso Jesus “explicou, com toda a simplicidade, o que é ser santo” (n. 63).

 

O Papa as repassa uma a uma. Da pobreza de coração – que também significa austeridade da vida (n. 70) – ao reagir “com humilde mansidão” em um mundo onde se combate em todos os lugares. (n. 74).

 

Da “coragem” de deixar-se “traspassar” pela dor dos outros e ter “compaixão” por eles – enquanto ” o mundano ignora, olha para o lado” (nn 75-76.) – à sede de justiça.

 

“A realidade mostra-nos como é fácil entrar nas súcias da  corrupção, fazer parte desta política diária do “dou para que me deem”, onde tudo é negócio. E quantos sofrem por causa das injustiças, quantos ficam assistindo, impotentes, como outros se revezam para repartir o bolo da vida”. (nn. 78-79).

 

Do “olhar e agir com misericórdia”, o que significa ajudar os outros “e até mesmo perdoar” (nn. 81-82), “manter o coração limpo de tudo o que mancha o amor” por Deus e o próximo, isto é santidade. (n.86).

 

E finalmente, do “semear a paz” e “amizade social” com “serenidade, criatividade, sensibilidade e destreza” – conscientes da dificuldade de lançar pontes entre pessoas diferentes (nn. 88-89) – ao aceitar também as perseguições, porque hoje a coerência às Bem-aventuranças “pode ser mal vista, suspeita, ridicularizada” e, no entanto, não se pode esperar, para viver o Evangelho, que tudo à nossa volta seja favorável” (n. 91).

 

A grande regra do comportamento

 

Uma dessas bem-aventuranças, “Bem-aventurados os misericordiosos”, contém para Francisco “a grande regra de comportamento” dos cristãos, aquela descrita por Mateus no capítulo 25 do “Juízo Final”.

 

Esta página, reitera, demonstra que “ser santo não significa revirar os olhos num suposto êxtase” (n. 96), mas viver Deus por meio do amor aos últimos.

 

Infelizmente, observa o Papa, existem ideologias que “mutilam o Evangelho”. Por um lado, cristãos sem um relacionamento com Deus, que transformam o cristianismo “numa espécie de ONG, privando-o daquela espiritualidade irradiante” vivida por São Francisco de Assis, São Vicente de Paulo, Santa Teresa de Calcutá. (nº 100).

 

Por outro, aqueles que “suspeitam do compromisso social dos outros”, considerando-o como se fosse algo de superficial, mundano, secularizado, imamentista, “comunista ou populista”, ou “o relativizam” em nome de uma determinada ética.

 

Aqui o Papa reafirma que “a defesa do inocente nascituro, por exemplo, deve ser clara, firme e apaixonada, porque neste caso está em jogo a dignidade da vida humana, sempre sagrada” (n. 101).

 

Mesmo a acolhida dos migrantes – que alguns católicos,  observa, gostariam que fosse menos importante do que a bioética – é um dever de todo cristão, porque em todo estrangeiro existe Cristo, e “não se trata da invenção de um Papa, nem de um delírio passageiro” (n. 103).

 

“Gastar-se” nas obras de misericórdia

 

Assim, observou que “gozar a vida” como nos convida a fazer o “consumismo hedonista”, é o oposto do desejar dar glórias a Deus, que pede para nos “gastarmos” nas obras de misericórdia (nn. 107-108).

 

No quarto capítulo, Francisco repassa as características “indispensáveis” para entender o estilo de vida da santidade: “perseverança, paciência e mansidão”, “alegria e senso de humor”, “audácia e fervor”.

 

O caminho da santidade vivido como caminho “em comunidade” e “em constante oração”, que chega à “contemplação”, não entendida como “evasão que nega o mundo que nos rodeia” (nn. 110-152).

 

Luta vigilante e inteligente

 

E porque, prossegue, a vida cristã é uma luta “constante” contra a “mentalidade mundana” que “nos engana, atordoa e torna medíocres” (n. 159).

 

O Papa conclui no quinto capítulo convidando ao “combate” contra o “Maligno que, escreve ele, não é “um mito”, mas” um ser pessoal que nos atormenta” (n. 160-161).

 

“Quem não quiser reconhecê-lo, ver-se-á exposto ao fracasso ou à mediocridade”. As suas maquinações, indica, devem ser contrastadas com a “vigilância”, usando as “armas poderosas” da oração, a adoração eucarística, os Sacramentos e com uma vida permeada pela caridade (n. 162).

 

Importante, continua Francisco, é também o “discernimento”, particularmente em uma época “que oferece enormes possibilidades de ação e distração” – das viagens, ao tempo livre, ao uso descontrolado da tecnologia – “que não deixam espaços vazios onde ressoa a voz de Deus “. Francisco pede cuidados especiais para os jovens, muitas vezes “expostos a um constante zapping”, em mundos virtuais distantes da realidade (n. 167).

 

“Não se faz discernimento para descobrir o que mais podemos derivar dessa vida, mas para reconhecer como podemos cumprir melhor a missão que nos foi confiada no Batismo.” (174)

 

 

Fonte: Vatican News

Papa Francisco: promover a arte de viver juntos

By | Aconteceu... | No Comments

Papa Francisco: promover a arte de viver juntos

 

É bom promover a arte de viver juntos na simplicidade, na benevolência, na fraternidade, bem como educar para a cultura do respeito e do encontro, única capaz de construir um futuro à altura do ideal do ser humano.

Papa Francisco na Praça São Pedro - Foto: Vatican News

Papa Francisco na Praça São Pedro – Foto: Vatican News

 

O Papa Francisco recebeu em audiência, nesta sexta-feira (06/04), no Vaticano, a fundadora do Centro de Estudos de Desenvolvimento da América Latina (CEDAL), Sra. Henryane de Chaponay, e alguns membros do organismo.

 

O Pontífice agradeceu a todos pelo compromisso em favor da paz, da defesa dos direitos humanos, da proteção da Terra e do crescimento de uma sociedade mais humana e fraterna.

 

“Aprecio a sua missão como fundadora do Centro de Estudos de Desenvolvimento da América Latina. A sua criatividade incansável deu frutos através dos ‘Dialogues en humanité’ (Diálogos na humanidade), cujos encontros visam reorientar as políticas sobre a humanidade, a fim de construir uma cidadania que cuide da ‘Casa comum’. É bom promover a arte de viver juntos na simplicidade, na benevolência, na fraternidade, bem como educar para a cultura do respeito e do encontro, única capaz de construir um futuro à altura do ideal do ser humano.”

 

Francisco sublinhou que com a Encíclica Laudato si’, várias mensagens e a convocação do próximo Sínodo dos Bispos sobre a Amazônia, deseja que “a nossa história humana possa se tornar um florescimento de libertação, crescimento, salvação e amor”.

 

Por fim, agradeceu a todos pela generosidade e dedicação.

 

Fonte: Vatican News

Papa: rezar por uma economia de inclusão

By | Aconteceu... | No Comments

Papa: rezar por uma economia de inclusão

 

Na intenção para o mês de abril, o Papa Francisco pede a oração dos fiéis para que os responsáveis pela gestão da economia tenham a coragem de rejeitar uma economia de exclusão e saibam abrir novos caminhos.

Foto: Vatican News

Foto: Vatican News

 

Por aqueles que têm responsabilidade em asuntos econômicos: esta é a intenção que Francisco propõe neste mês de abril à Rede Mundial de Oração.

 

Na videomensagem que acompanha a intenção, Francisco reitera o que escreveu na Exortação Apostólica Evangelii Gaudium, isto é, que a economia não pode pretender apenas aumentar a rentabilidade, reduzindo o mercado de trabalho e criando assim novos excluídos.

 

Pelo contrario, deve seguir o caminho dos empresários, políticos, pensadores e agentes sociais que colocam em primeiro lugar a pessoa humana e fazem todo o possível para assegurar que haja oportunidades de trabalho digno.

 

O Papa então exorta: “Vamos juntos levantar a voz para que os responsáveis pelo planejamento e pela gestão da economia tenham a coragem de rejeitar uma economia de exclusão e saibam abrir novos caminhos.

 

Ouça o áudio da reportagem aqui

 

Assista ao vídeo abaixo:

Fonte: Vatican News

Reflexão para o Sábado Santo

By | Aconteceu... | No Comments

Reflexão para o Sábado Santo

“Como Maria, com o coração em luto, a Igreja aguarda esperançosa, que a promessa do Cristo se cumpra, que ele surja, que ele ressuscite. A ausência não é experiência do vazio, mas aprofunda a presença desejada!”

Santo Sepulcro em Jerusalém - Foto: Vatican News

Santo Sepulcro em Jerusalém – Foto: Vatican News

 

Hoje fazemos experiência do vazio. O Senhor cumpriu sua missão nos redimindo, através de sua paixão e cruz, através de sua entrega até a morte. Na noite passada contemplamos o sepultamento de seu corpo.

 

Agora, nesta manhã de sábado, a saudade está presente, mas uma saudade cheia de paz e de esperança.

 

Como Maria, com o coração em luto, a Igreja aguarda esperançosa, que a promessa do Cristo se cumpra, que ele surja, que ele ressuscite. A ausência não é experiência do vazio, mas aprofunda a presença desejada!

 

Podemos recordar e refletir sobre os sábados santos de nossa vida, nossas experiências de vazio após sofrimentos e perdas.

 

Como vivenciamos esses mistérios dolorosos quando irromperam em nossa existência? Permitimos que luz da fé na certeza da vitória da Vida, iluminasse nossa mente e aquecesse nosso coração? Preenchemos esse vazio abrindo as portas de nosso coração a Jesus, Palavra de Vida, de Eternidade? Ou nos fragilizamos mais ainda, permitindo que a escuridão da morte nos envolvesse?

 

Jesus é Vida! Nossa Senhora, a verdadeira discípula, na manhã de sábado permaneceu, apesar da dor, do luto, esperançosa. Ela acreditou nas palavras de seu Filho e não permitiu que o sofrimento pela perda dissesse a última palavra, mas que a palavra definitiva seria a promessa de seu Filho, a própria Palavra, que disse que iria ressuscitar que ele era o Caminho, a Verdade, a Vida!

 

Hoje à noite iremos celebrar a Vitória da Vida, a ressurreição de Jesus, o encontro do Filho ressuscitado com a Mãe que deixará de ser a Senhora das Dores, para ser a Senhora da Glória.

 

Contudo, para nós que perdemos entes queridos, esse encontro ainda não aconteceu e sabemos que nesta vida, não acontecerá. Como viver, então, a Páscoa da Ressurreição?

 

Nossa vida deverá ser um permanente Sábado Santo, não com vazio, mas pleno de fé, de esperança na certeza da vitória da Vida e que também teremos o reencontro que Maria teve, e será para sempre! Quanto mais nos deixarmos envolver pela Palavra de Vida, que é Jesus, mais nos aproximaremos da tarde da ressurreição; de modo mais intenso essa palavra irá nos iluminar e aquecer.

 

Ouça o áudio da reflexão abaixo:

 

Padre César Augusto dos Santos SJ – Cidade do Vaticano

 

Fonte: Vatican News

Papa Francisco: aceitar o perdão de Deus, a misericórdia que salva

By | Aconteceu... | No Comments

Papa Francisco: aceitar o perdão de Deus, a misericórdia que salva

A misericórdia de Deus nos salva da danação eterna. Como aconteceu com o bom ladrão na cruz, que nos últimos momentos da sua vida se confiou a Jesus e ouviu dizer: “Em verdade te digo, hoje mesmo estarás comigo no paraíso”.

Papa em oração

A Páscoa é “a festa mais importante da nossa fé” porque “é a festa de nossa salvação, a festa do amor de Deus por nós”. Foi o que reiterou o Papa Francisco na audiência geral desta quarta-feira (28/03) dedicada ao tema do Tríduo Pascal. Salvação de que?

 

Morte, juízo, inferno, paraíso

 

Francisco afirmou, numa missa celebrada na Casa Santa Marta (22/11/2016), que o mundo “não gosta de pensar” nas realidades últimas. O que existe depois desta vida? Recordou que, quando criança, quando frequentava o catecismo, eram ensinadas quatro coisas: morte, juízo, inferno e paraíso. Isso poderia assustar alguém – ressaltou na ocasião –, mas “é a verdade. Porque se você não cuida do coração, a fim de que o Senhor esteja sempre consigo e vive se distanciando sempre do Senhor, pode haver o perigo de continuar eternamente distante do Senhor”.

 

Não uma sala de tortura

 

O inferno – explica – “não é uma sala de tortura”, mas o permanecer para sempre distante do “Deus que dá a felicidade”, do “Deus que nos quer tanto bem” (Missa na Casa Santa Marta, 25/11/2016). A misericórdia de Deus nos salva da danação eterna. Como aconteceu com o bom ladrão na cruz, que nos últimos momentos da sua vida se confiou a Jesus e ouviu dizer: “Em verdade te digo, hoje mesmo estarás comigo no paraíso”.

 

O diabo está no inferno

 

“Você não é mandado para o inferno” – observa Francisco –, “é você quem vai por escolha sua. O inferno é querer distanciar-se de Deus porque não quero o amor de Deus.” “O diabo está no inferno porque ele o quis” e “é o único de quem temos certeza de estar no inferno” (Visita à Paróquia romana de Santa Maria Mãe do Redentor – encontro com crianças e jovens (08/03/2015).

 

O juízo final

 

No final desta vida “todos seremos julgados”. O juízo final será o amor: “Tive fome e me destes de comer…” “O Senhor nos oferece tantas ocasiões para salvar-nos e entrar passando pela porta da salvação” (Angelus, 21/08/2016) e até o fim, apesar dos nossos pecados, não se cansa de perdoar-nos e de esperar-nos: essa é a sua Misericórdia. Mas temos a liberdade de rejeitá-la: essa é a corrupção. Um pecador que não se arrepende, que rejeita o amor de Deus.

 

A salvação eterna

 

“Mas se Deus é bom e nos ama – se pergunta o Papa –, por que a um certo ponto fechará a porta? Porque nossa vida não é um videojogo ou uma telenovela; nossa vida é séria e o objetivo a ser alcançado é importante: a salvação eterna” (Angelus, 21/08/2016).

 

O Senhor é bom

 

Francisco apresenta a solução aos nossos medos: “Se cada um de nós for fiel ao Senhor, quando a morte chegar, diremos como Francisco: ‘irmã morte, vem’. Não nos assusta”. E no dia do juízo “olharemos para o Senhor” e poderemos dizer: “Senhor, tenho muitos pecados, mas procurei ser fiel”. E como “o Senhor é bom”, não teremos medo (Missa na Casa Santa Marta, 22/11/2016).

 

Ouça o áudio da matéria abaixo:

 

Fonte: Vatican News

A importância da Vigília Pascal

By | Aconteceu... | No Comments

A importância da Vigília Pascal

Em 1951, o Papa Pio XII mandou celebrar a Vigília Pascal de novo como era nas origens, a saber, na noite do Sábado Santo para o Domingo da Páscoa. A reforma do Concílio Vaticano II a confirmou. O Catecismo da Igreja Católica, renovado a partir das mudanças do Concílio, acentua a importância da solenidade Pascal.Vigília Pascal na Basílica de São Pedro

 

No nosso espaço Memória Histórica – 50 anos do Concílio Vaticano II, vamos continuar a falar sobre a reforma litúrgica, destacando no programa de hoje, a valorização da Vigília Pascal.

 

Estamos em plena Semana Santa – a “Semana Maior” para nós cristãos – e a reforma litúrgica trazida pelo Concílio Vaticano II, incidiu também na forma de celebrá-la. Recordamos que o Papa Pio XII já havia determinado que a Vigília Pascal voltasse a ser celebrada como o era nos primórdios, ou seja, na noite de sábado para o Domingo de Páscoa, o que foi confirmado pelo Concílio Vaticano II. Padre Gerson Schmidt:

“Faltam dois aspectos do 10 importantes pontos que escolhemos da Renovação Litúrgica a partir da Constituição Sacrosanctum Concilium: A Vigília Pascal e o Mistério Pascal. Embora uma única temática, separamos aqui pedagogicamente nosso comentário, devido à importância particular de cada um.

 

VIGILIA PASCAL foi restabelecida por Pio XII, já antes do Concilio. Em 1951, o Papa Pio XII mandou celebrar a Vigília Pascal de novo como era nas origens, a saber, na noite do Sábado Santo para o Domingo da Páscoa. A reforma do concílio Vaticano II a confirmou.

 

Antes da reforma litúrgica da Semana Santa feita por Pio XII, a Vigília Pascal era celebrada durante o dia, destoando da primitiva tradição litúrgica. Para tanto, proporcionando o escuro que ainda hoje é requerido, tampavam as janelas das igrejas. Pelo século VII, anteciparam a celebração da Vigília pascal da noite do sábado para as 14h do sábado.

 

Posteriormente, a partir do século XVI, com o Papa Pio V, vemos a Vigília antecipada para mais cedo ainda, para as 9h da manhã do sábado – prática que vigorou até 1955[1]. Mas agora, tanto na forma nova quanto no rito antigo, é ordenado que a Vigília só seja celebrada à noite, pelo menos depois que o sol se ponha e antes de amanhecer o domingo.

 

Com isso se resgatou o valor e sentido supremos da Páscoa da ressurreição. A Vigília Pascal é a festa das festa, a Vigília das vigílias, a noite das noites. A Vigília Pascal é o centro de todas as Eucaristias e a fonte de todas as liturgias. Da noite da Páscoa, toda a espiritualidade da Igreja primitiva partia. Esta noite, a noite santa a noite sacramental, a noite do memorial do Cristo Ressuscitado dos mortos, é o centro de toda a Liturgia.

 

O Catecismo da Igreja Católica, renovado a partir das mudanças do Concílio, acentua a importância da solenidade Pascal: “Por isso, a páscoa não é simplesmente uma festa entre outras: é a “festa das festas”, “solenidade das solenidades”, como a Eucaristia é o sacramento dos sacramentos (o grande sacramento). Santo Atanásio a denomina “o grande domingo como a semana santa é chamada no Oriente “a grande semana”. O mistério da ressurreição, no qual Cristo esmagou a morte, penetra nosso velho tempo com sua poderosa energia até que tudo lhe seja submetido” (CIC, 1169).

 

Na noite da Vigília Pascal, os catecúmenos eram preferencialmente batizados, após uma preparação intensa catecumenal de 3 ou mais anos. Por isso, a celebração do batismo de adultos, dentro da vigília Pascal ainda é recomendada com insistência porque traduz essa realidade nova, do renascer da Páscoa. Somos, na verdade, todos filhos da Páscoa. Nascemos na noite santa da vitória de Cristo sobre a morte”.

 

Ouça o áudio o áudio da matéria clicando abaixo:

___________________________________________________________________

[1] Liturgia em Mutirão: subsídios para formação/CNBB, 1ª edição, 2007, p. 29-31.

 

Jackson Erpen – Cidade do Vaticano

 

Fonte: Vatican News