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Papa no cárcere de Regina Caeli: toda pena deve ser aberta à esperança

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Papa no cárcere de Regina Caeli: toda pena deve ser aberta à esperança

Sem transmissão ao vivo, o Pontífice celebrou a Missa da Ceia do Senhor na prisão de Regina Caeli. Após a homilia, Francisco lavou os pés de 12 detentos, entre os quais católicos, muçulmanos, um ortodoxo e um budista.

 

Entre os encarcerados da prisão romana de Regina Caeli o Papa Francisco celebrou nesta Quinta-feira Santa a Missa da Ceia do Senhor, com o rito do Lava-pés.

 

A cerimônia foi feita em caráter reservado, sem transmissão ao vivo pela televisão.

 

Antes da celebração, o Papa visitou a enfermaria, para saudar os detentos doentes. Já em sua homilia, Francisco recordou o costume daquele tempo, de os escravos lavarem os pés dos hóspedes antes de entrarem à casa.

 

“Era o trabalho dos escravos, mas era também um serviço. E Jesus quis fazer este serviço para nos dar um exemplo de como devemos servir uns aos outros.”

 

Jesus pede aos discípulos que não façam como os chefes das nações, reis e imperadores, que eram servidos pelos escravos.

 

“ Entre vocês isso não deve acontecer. Quem comanda deve servir. Jesus inverte o costume histórico, cultural daquela época e também de hoje. Quem comanda, para ser um bom patrão, seja onde estiver, tem que servir. ”

 

Pensando na história, acrescentou o Papa, se muitos reis, imperadores e chefes de estado tivessem compreendido esse ensinamento de Jesus, muitas guerras teriam sido evitadas.

 

Serviço

 

Francisco prosseguiu recordando o modo amoroso de agir de Cristo. Às pessoas que sofrem, descartadas pela sociedade, Jesus vai e diz: você é importante para mim. Jesus aposta em cada um de nós. “Jesus se chama Jesus, não Pôncio Pilatos. Jesus não sabe lavar as mãos, sabe somente arriscar”, afirmou o Pontífice.

“ Eu sou pecador como vocês, mas hoje represento Jesus. Sou embaixador de Jesus. Quando eu me ajoelho diante de cada um de vocês, pensem: Jesus apostou neste homem, um pecador, para vir até mim e dizer que me ama. Este é o serviço, este é Jesus. Jamais nos abandona, jamais se cansa de nos perdoar, nos ama muito. ”

 

Lava-pés

A cerimônia prosseguiu com o rito do lava-pés a 12 homens provenientes de sete países: quatro italianos, dois filipinos, dois marroquinos, um moldavo, um colombiano, um nigeriano e um de Serra Leoa.

 

Oito são de religião católica, dois muçulmanos, um ortodoxo e um budista.

 

No momento do abraço da paz, o Papa improvisou mais algumas palavras para dizer que em nosso coração vivemos sentimentos contrastantes. É fácil estar em paz com quem queremos bem, mas é mais difícil com que nos ofendeu e a quem ofendemos.

 

“Peçamos ao Senhor, em silêncio, a graça de dar a todos, bons e maus, o dom da paz”, convidou o Santo Padre.

 

Esperança

Além da saudação aos doentes e a celebração da missa, a visita ao cárcere de Regina Caeli previa também um encontro com outros detentos e a saudação aos diretores e funcionários.

 

Como em outras ocasiões, Francisco reiterou que não se pode conceber uma prisão sem a dimensão da esperança, da recuperação e da ressocialização:

“Aqui os hóspedes estão para aprender, para semear esperança: não existe qualquer pena justa – justa! – sem que seja aberta à esperança. Uma pena que não seja aberta à esperança não é cristã, não é humana!”

 

O Papa falou ainda da pena de morte, que não é humana nem cristã justamente porque a condenação se insere num horizonte de esperança.

 

“Água de ressurreição, olhar novo, esperança: é isso que desejo a vocês.”

 

Ouça o áudio da matéria abaixo:

 

Veja Imagens da celebração:

Fonte: Vatican News

Papa: Jesus Cristo, o único que nos justifica e nos faz renascer, nenhum outro

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Papa: Jesus Cristo, o único que nos justifica e nos faz renascer, nenhum outro

 

”Na manhã de Páscoa, levem as crianças até a torneira e lavem os olhos delas. Será um sinal de como ver Jesus Ressuscitado”, disse o Papa ao concluir sua catequese sobre o Tríduo Pascal.Praça São Pedro - Audiência Geral

 

O anúncio de que Cristo ressuscitou é o centro de nossa fé!

 

O Papa Francisco dedicou a catequese da Audiência Geral desta quarta-feira ao Tríduo Pascal, “para aprofundar um pouco” o que representam para nós, crentes,  os dias “mais importantes do ano litúrgico”, que constituem “a memória celebrativa de um único grande mistério: a morte e a ressurreição do Senhor Jesus”.

 

O Papa começou perguntando aos 12 mil fiéis presentes na Praça São Pedro qual era a festa mais importante da nossa fé, a Páscoa ou o Natal?

 

E recordou, que até aos 15 anos, ele acreditava que fosse o Natal, “mas todos erramos”, pois é a Páscoa, “porque é a festa da nossa salvação, a festa do amor de Deus por nós, a festa, a celebração da sua morte e ressurreição”.

 

Tríduo Pascal

 

“O Tríduo – explicou  o Pontífice  – começa amanhã com a Missa  da Ceia do Senhor e se concluirá com as vésperas do Domingo da Ressurreição, depois vem a “Pasquetta” para celebrar esta grande festa”, mas estes dias constituem a memória celebrativa de um grande único mistério: a morte e a ressurreição do Senhor Jesus.

 

Estes dias marcam as etapas fundamentais de nossa fé e da nossa vocação no mundo, e todos os cristãos são chamados a viver os três dias Santos como, por assim dizer, a “matriz” de sua vida pessoal e comunitária, como viveram os nossos irmãos judeus o êxodo do Egito.

 

Estes três dias, de fato –frisou o Papa – “repropõe ao povo cristão os grandes eventos da salvação operados por Cristo, e assim o projetam no horizonte de seu destino futuro e o fortalecem no seu compromisso de testemunha na história”.

 

O Canto da Sequência anuncia solenemente que “Cristo, nossa esperança, ressuscitou e nos precede na Galileia”. Aqui,  Tríduo Pascal encontra seu ápice, disse Francisco, que explica:

Ele contém não somente um anúncio de alegria e de esperança, mas também um apelo à responsabilidade e à missão. E não acaba com a “colomba” (especiaria pascal italiana, ndr), os ovos, as festas. Isto é bonito, é bonito porque é a festa de família, mas não fica nisto. Começa ali com o caminho à missão, ao anúncio: Cristo ressuscitou”.

 

E este anúncio, ao qual o Tríduo conduz preparando-nos para acolhê-lo, é o centro de nossa fé e da nossa esperança, é o cerne, é o anúncio, é o kerigma que continuamente evangeliza a Igreja e que esta, por sua vez, é convidada a evangelizar”.

 

Batismo

 

“O Cordeiro que foi imolado”. Assim São Paulo fala de Cristo, e com Ele “as coisas velhas passaram, eis que tudo se fez novo”.  No Tríduo Pascal “a memória deste acontecimento fundamental se faz celebração plena de reconhecimento e, ao mesmo tempo, renova nos batizados o sentido de sua nova condição”:

“E por isto, no dia de Páscoa, desde o início se batizava as pessoas. Também na noite deste sábado eu batizarei aqui, em São Pedro, oito pessoas adultas que começam a vida cristã. E começa tudo: nasceram de novo”.

 

Cristo, o único que nos justifica

 

São Paulo também nos recorda que Cristo “foi entregue à morte por causa de nossas culpas e ressuscitou para nossa justificação”:

“O único, o único que nos justifica; o único que nos faz renascer de novo é Jesus Cristo. Nenhum outro. E por isto não se deve pagar nada, porque a justificação – o fazer-se justos – é gratuita. E esta é a grandeza do amor de Jesus: dá a vida gratuitamente para nos fazer santos, para nos renovar, para nos perdoar. E isto é o cerne deste Tríduo Pascal”.

 

No Tríduo Pascal é renovado nos batizados o sentido de sua nova condição, como diz São Paulo: “Se ressuscitastes com Cristo, buscai as coisas lá do alto”:

“Olhem para o alto. Olhar, olhar o horizonte, ampliar os horizontes: esta é a nossa fé, esta é a nossa justificação, este é o estado de graça”.

“Um cristão, se verdadeiramente deixa-se lavar por Cristo, se verdadeiramente deixa-se despojar por Ele do homem velho para caminhar em uma vida nova, mesmo permanecendo pecador – porque todos o somos – não pode ser corrupto: a justificação de Jesus nos salva da corrupção – somos pecadores, mas não corruptos -, não pode viver com a morte na alma e muito menos ser causa de morte”.

 

Falsos cristãos

 

O Papa então, diz que “deve dizer uma coisa triste e dolorosa”:

“Existem cristãos fingidos, aqueles que dizem “Jesus ressuscitou”, “eu fui justificado por Jesus”, estou na vida nova, mas vivo uma vida corrupta. E estes falsos cristãos acabarão mal. O cristão – repito, é pecador – todos o somos, eu sou. O corrupto finge ser uma pessoa honrada, mas no final, no seu coração existe a podridão. Jesus nos dá uma vida nova. O cristão não pode viver com a morte na alma e nem ser causa de morte.”

 

Pensemos – para não ir muito longe – pensemos em casa, pensemos nos assim chamados “cristãos mafiosos”. Mas eles, de cristão, não têm nada. Dizem-se cristãos, mas levam a morte na alma, e aos outros. Rezemos por eles, para que o Senhor toque as suas almas”.

 

Lavar os olhos das crianças

 

O Papa recorda que em muitos países, no dia de Páscoa, quando tocam os sinos, as mães, as avós, lavam os olhos das crianças com água, com a água da vida, em um sinal para que possam ver as coisas de Jesus, as coisas novas.

 

“Deixemo-nos nesta Páscoa – foi o convite de Francisco – nos lavar a alma, nos lavar os olhos da alma, para ver as coisas belas, e fazer  coisas belas. E isto é maravilhoso! Esta é justamente a Ressurreição de Jesus após a sua morte, que foi o preço para salvar todos nós”.

 

Presença da Virgem Maria

 

O Papa convida a nos dispormos a viver bem este Tríduo Santo já iminente  “para estar sempre mais profundamente inseridos no mistério de Cristo, morto e ressuscitado por nós” e pede que a Virgem Maria nos acompanhe neste itinerário espiritual:

Ela, “que seguiu Jesus na sua paixão, ela estava lá, olhava, sofria, esteve presente e unida a Ele aos pés da cruz, mas não se envergonhava do filho. Uma mãe nunca se envergonha do filho. Estava lá, e recebeu em seu coração de mãe a imensa alegria da ressurreição. Que ela nos obtenha a graça de estarmos interiormente envolvidos pelas celebrações dos próximos dias, para que o nosso coração e a nossa vida sejam realmente transformados por elas”.

 

O Santo Padre conclui, desejando a todos “os mais cordiais votos de uma feliz e santa Páscoa, juntamente com as comunidades de vocês e os seus queridos”.

 

E dou um conselho a vocês, disse o Santo Padre concluir: ”Na manhã de Páscoa, levem as crianças até a torneira e lavem os olhos delas. Será um sinal de como ver Jesus Ressuscitado”.

 

Fonte: Vatican News

Palavra do Arcebispo: Uma sociedade fraterna

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Uma sociedade fraterna

Li, certa vez, que o trabalho afasta do ser humano três grandes males: o tédio, o vício e a miséria. O desemprego é Sociedade-660x330sempre um mal e, quando atinge determinados limites – me parece ser a situação que estamos vivendo no país! -, pode tornar-se uma verdadeira calamidade social. Ele se torna um problema particularmente dramático quando são atingidos pais de família e jovens. É doloroso acompanhar a situação de quem tem vontade de trabalhar e um desejo profundo de assumir suas próprias responsabilidades, e não vê saída para a situação em que está.

 

Precisamos unir nossas forças e usar os meios que tivermos ao nosso alcance para que a sociedade se sensibilize com a grave situação dos desempregados, conheça as causas que a geram e as consequências que dela decorrem. Há necessidade de trabalhar na construção de uma sociedade baseada em novos paradigmas, nos quais a pessoa esteja no centro das decisões, a vida humana não se subordine à lógica econômica e o trabalho não se reduza à mera sobrevivência. Mais: é necessário que cresça um amplo movimento de solidariedade para manter viva a esperança dos que enfrentam diretamente o problema do desemprego.

 

A Quaresma é um tempo de avaliação de nosso ser cristão. É discípulo de Jesus quem promove a fraternidade e imita seu amor pelos pequenos, fracos e doentes. Segundo a visão bíblica, pobre, necessitado ou pequeno, é aquele que, sozinho, não pode sair da situação em que se encontra, nem consegue caminhar sem a ajuda de algum irmão.

 

Se cada um de nós olhar para as próprias mãos, descobrirá que elas estão cheias de dons. Ora, todo dom que o Senhor dá a seus filhos não é para a própria autossatisfação e proveito. Cada dom recebido é sempre para os outros, para servi-los mais e amá-los melhor. Usando, pois, nossas capacidades, saibamos fazer o que estiver ao nosso alcance para diminuir o número de desempregados.

 

Precisamos, além disso, de reconhecer humildemente que somos limitados. Daí a necessidade de voltarmos nosso olhar suplicante para o Senhor, como fez Salomão, ao tomar consciência de seus próprios limites na arte de governar o povo. Quando Deus lhe perguntou o que desejava obter, ouviu o pedido: “Digna-te, Senhor, conceder-me sabedoria e inteligência para que possa conduzir este povo” (2Cr 1,10). Agradou ao Senhor que Salomão não tivesse pedido riquezas, tesouros nem glórias, e lhe deu muito mais do que lhe havia pedido.

 

Dessa sabedoria, isto é, dessa capacidade de ver o mundo, os homens e os acontecimentos com o olhar de Deus, nossa época tem imensa necessidade. Faltam-nos sábios. Precisamos de pessoas que, com sabedoria, defendam valores como a justiça, a fraternidade e o respeito à dignidade de cada ser humano.

 

Dom Murilo S.R. Krieger, scj

Arcebispo de São Salvador da Bahia – Primaz do Brasil

 

Fonte: Arquidiocese de São Salvador da Bahia

Reflexão: Domingo de Ramos

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Reflexão: Domingo de Ramos

 

Jesus não temeu a derrota, mas confiou plenamente no Pai.

 

A paixão segundo Marcos é a mais antiga das quatro e, certamente um dos textos evangélicos mais antigos. Ela tem como ideia central o silêncio de Jesus e sua absoluta confiança no Pai.

 

Quando Judas o beijou, Jesus não reagiu, como também não o fez em relação às demais agressões sofridas na Paixão e nem ao aparente silêncio do Pai.

 

Aqueles que desejam seguir Jesus deverão abandonar tudo, até a própria vida. Tudo em favor da vontade do Pai e de seu Reino. É necessário, como o Mestre estar só, vivenciar a solidão.

 

Do mesmo modo que os discípulos, também nós queremos seguir Jesus, por amor. Mas como esse seguimento está sendo feito? Através do seguimento de ideias cristãs, de sua ética ou através do seguimento da pessoa de Jesus?

 

O batismo nos proporcionou esse seguimento, mas no transcorrer de nossa vida, de nosso dia a dia, abandonamos nossa vida, nossas primeiras opções, e nos deixamos às mãos do Pai, como Jesus e como Santa Terezinha do Menino Jesus gostava de fazer? E se somos submetidos às provações, qual é ou qual será nossa reação?

 

O abandono de Jesus e o sentir-se abandonado pelo Pai foi ultra forte; ele clamou: “Meu Deus, meu Deus, por que me abandonastes?” E isso na hora da morte em que lutava pela justiça, pelos interesses do Pai!

 

Qual a reação de Jesus?

 

Ele chorou, pediu conforto ao Pai e que o consolasse. Marcos apresenta um Jesus fraco e que experimentou quão é exigente e difícil obedecer ao Pai.

 

Por que Jesus não discutiu? Ele sabia que a sentença já estava decidida. Por isso seu silêncio não demonstra covardia e sim, superioridade, não se perturbando com a calúnia, não se colocando no mesmo nível de seus acusadores, mas confiando na vitória final da verdade.

 

Jesus não temeu a derrota, mas confiou plenamente no Pai.

 

A entrega de Jesus ao Pai já começou a dar frutos no próprio ato. Um pagão, o centurião romano fez sua profissão de fé imediatamente à morte de Jesus: “Verdadeiramente este homem era Filho de Deus”. Ele respondeu às perguntas que eram feitas no início do evangelho. Somente após a morte e ressurreição é que se pode compreender quem é Jesus. O que fez o centurião crer, um pagão crer, foi a entrega de Jesus, por amor, até a morte e morte na cruz. O amor rasgou o véu do templo e, desse momento em diante, todos os homens poderão ser feitos filhos de Deus.  Tudo dependerá da fé em Jesus, da crença nele, da qual o centurião, segundo Marcos, foi o primeiro.

 

Jesus compartilhou conosco as experiências dramáticas da vida!

 

Queridos ouvintes, entramos na Semana Santa, onde aprofundaremos nosso conhecimento no amor de Cristo por nós e, consequentemente seremos agraciados com mais amor. Que possamos chegar à Páscoa da Ressurreição mais assemelhados ao Cristo obediente!

 

Padre César Augusto – Cidade do Vaticano

 

Fonte: Vatican News

Cinco anos de alegria

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Cinco anos de alegria

Cinco anos de alegria

Francisco pede somente, de modo simples e sincero, a cada um que encontra, “não se esqueça de rezar por mim”. Um pedido que também hoje faz a todos nós.

 

Francisco toma seu cajado de pastor, deixa o Vaticano e visita Pietrelcina e San Giovani Rotondo, lugares ligados ao nascimento, à vida, à morte e à devoção a São Pio de Pietrelcina, o santo com os estigmas. Uma visita pastoral como tantas outras que ele fez ao longo de seus 5 anos de pontificado que nós comemoramos no último dia 13 de março.

 

Um aniversário comemorado sem festa mas com muita oração. O povo de Deus rezou pelo seu pastor em todos os lugares do planeta, e o filho da Argentina, que veio do fim do mundo, teve um dia normal de trabalho.

 

Passaram-se cinco anos e de maneira muito rápida, no ritmo de tantos eventos alegres e tristes, disse ao Vatican News o cardeal Secretário de Estado Pietro Parolin. A verdade, disse ainda, é que a eleição de um Papa e seu Ministério são sempre um dom para a Igreja e para a humanidade e cuja dimensão espiritual deve ser considerada, avaliada e lida à luz da fé e da ação da Providência. O que mais impressiona Dom Pietro Parolin é que todos os documentos de Francisco, ou os mais importantes, como Evangelii Gaudium, Amoris Laetitia e Laudato Sì’ , evocam sempre a alegria. A característica fundamental deste Pontificado é justamente a alegria que nasce do fato de saber-se amados pelo Senhor.

 

Cinco anos atrás, eram muito poucos os que podiam prever a eleição no Conclave do arcebispo de Buenos Aires, e ainda menos aqueles que esperavam o nome que escolheria o sucessor de Bento XVI após a renúncia ao pontificado, pela primeira vez depois seis séculos. No entanto, a expectativa desse nome existia pois algumas fotos de 5 anos atrás da Praça São Pedro, em meio à chuva gelada, um homem ajoelhado, trazia um cartaz pendurado no pescoço com a escrita “Papa Francisco”: Quase resumindo no escrito a expectativa, recorrente na Idade Média, de uma renovação radical graças a um papa com o nome do pobrezinho de Assis.

 

Como recordou nos dias passados o jornal vaticano L’Osservatore Romano, na tradição judaica e depois cristã, em um nome está contido muito mais do que uma preferência ou uma inclinação, como aparece na Bíblia: o Senhor muda o nome de Abraão e assim Jesus faz com Pedro para indicar a transformação da sua vida. O uso de assumir um nome diferente do próprio foi estabelecido muito mais tarde em algumas ordens religiosas, como acontecera depois dos primeiros séculos na sucessão papal. No entanto, nenhum pontífice optou por se chamar Francisco, um nome de origem profana que, no latim medieval, indicava a França, mas se tornou cristão por excelência porque recorda o santo de Assis e sua radicalidade na imitação de Cristo.

 

No início do sexto ano de pontificado, aparece clara a força do nome que Bergoglio quis explicar aos jornalistas com os quais se encontrou três dias depois da eleição. Nome que evoca a figura de São Francisco por três razões: atenção e proximidade aos pobres, recomendadas ao novo pontífice por “um grande amigo”, o cardeal brasileiro Cláudio Hummes que estava ao seu lado na Capela Sistina, quando os votos já tinham superado os dois terços necessários, a pregação de paz e a custódia da criação. Três componentes da mensagem cristã que caracterizam o desdobramento dos dias do primeiro papa americano, que também é o primeiro não-europeu há quase treze séculos e o primeiro jesuíta.

 

Indicando a necessidade para a Igreja de sair às periferias reais e metafóricas do mundo para anunciar o Evangelho, o arcebispo de Buenos Aires traçava pouco antes do Conclave as linhas de um pontificado essencialmente missionário, linhas que, em alguns meses, seriam desenvolvidas no longo documento programático Evangelii Gaudium. Alegria, sim, apesar das perseguições e do martírio de muitos cristãos, apesar do desequilíbrio que cresce entre o norte e o sul do mundo, apesar da guerra mundial “em pedaços” tantas vezes denunciada, apesar da devastação do planeta ao dano dos pobres descrita na Laudato si, uma encíclica acolhida com interesse e esperança também por muitas pessoas que não fazem parte da Igreja Católica. O homem que veio do fim do mundo e que carrega o grande fardo de conduzir mais de um bilhão de católicos no caminho do Senhor, pede somente de modo simples e sincero a cada um que encontra, “não se esqueça de rezar por mim”. Um pedido que também hoje faz a todos nós.

 

Ouça o Editorial

 

Silvonei José – Vaticano

 

Fonte: Vatican News

Existe proteção quando se usa amuletos?

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Existe proteção quando se usa amuletos?

 

Deve-se ter confiança em Deus e não no uso de amuletosAmuletos

 

São inúmeros os amuletos nos quais acredita-se que, ao portá-los, cria-se uma proteção de todo mal e ainda traz sorte. São eles: figa, olho de cabra, pé de coelho, moedas da sorte, chave, elefante virado de costas para a porta ou a ferradura atrás dela etc.; mas, será que tudo isso é verdade?

 

Esses objetos possuem mesmo algum tipo de poder capaz de afetar a vida do ser humano?

 

Há uma mentalidade vinda do século III ainda muito presente nas pessoas, que é a doutrina maniqueísta, fortemente criticada por Santo Agostinho. Essa seita gnóstica afirma a existência ontológica do bem e do mal, como sendo os dois princípios eternos opostos, ou seja, acredita-se que o Reino da Luz e o Reino das Trevas lutam entre si e possuem o mesmo poder. Contrária a essa crença, o cristão católico sabe que só existe um único Deus, Ele é o Todo-poderoso, portanto, não existe nada além ou igual a Ele, porque senão Ele não seria o único Deus. “Jamais haverá outro Deus, ó Trifão, nem houve outro, desde sempre (…) além daquele que fez e ordenou o universo”, afirma São Justino.

 

Não recorrer a amuletos

 

Havendo um único Deus, devemos ter confiança n’Ele, ter a certeza do salmista quando nos diz: “O Senhor vai te proteger quando sais e quando entras, desde agora e para sempre.” (Sl 121, 8). O próprio Jesus, Deus encarnado, antes da agonia experimentada no Getsêmani, fez uma oração de proteção para seus discípulos, para nós: “Eu já não estou no mundo, mas eles estão no mundo, enquanto eu vou para junto de ti. Pai Santo, guarda-os em teu nome, o nome que me deste, para que eles sejam um, como nós somos um” (Jo 17, 11). Ora, não precisamos recorrer a objetos de superstição, uma vez que, o próprio Deus nos guarda. Ele é o Pai que dá segurança e proteção para nós que somos Seus filhos.

 

Dentro da própria Igreja podemos cair nas superstições. Isso acontece quando se “atribui só à materialidade das orações ou aos sinais sacramentais a respectiva eficácia, independentemente das disposições interiores que exigem” (CIC 2111). O cristão que utiliza de objetos sagrados, tais como o terço no bolso, a cruz ou o escapulário no pescoço, as imagens dos santos entre outros, somente como proteção sem depender de Deus é um supersticioso. Esses objetos devem manifestar o amor que se tem a Deus, ou seja, para louvá-lo. Eles servem para demonstrar que se é cristão, embora o mais importante é a intenção do coração, pois é dele que saem as boas ou más intenções (Cf. Mt 15, 19).

 

Prestar culto a Deus

 

É importante percebermos que os sacramentos estão ordenados à santificação dos homens e à prestação dos cultos a Deus. Os sacramentais são sinais sagrados que significam realidades, sobretudo, espirituais. São obtidos pela oração da Igreja, onde os homens se dispõem a receber o efeito principal dos sacramentos e santificam as diversas situações da vida (Cf. SC 60). Assim, os sacramentais nos conduzem aos sacramentos e não podem ser confundidos como amuletos.

 

Deus aceita não ser amado, mas é inadmissível para Ele ficar em segundo lugar na nossa vida. Pede-se na Sagrada Escritura: “Amarás o Senhor teu Deus, com todo o teu coração, com toda a tua alma e com todas as tuas forças” (Dt 6,5). Portanto, recorrer a tais amuletos da sorte ou, ainda mais, à magia, feitiçaria e adivinhação, é desrespeitar o amor de Deus, porque “o primeiro mandamento chama o homem a crer em Deus, a esperar n’Ele e a amá-Lo sobre todas as coisas” (CIC 2134). Assim, a verdadeira proteção do cristão é o próprio Deus.

 

Ricardo Cordeiro

Ricardo é membro da Comunidade Canção Nova. Licenciado em Filosofia pela Faculdade Canção Nova, Cachoeira Paulista (SP).  Bacharelando em Teologia pela Faculdade Dehoniana, Taubaté (SP) e pós-graduando em Bioética pela Faculdade Canção Nova.

 

Fonte: Canção Nova

Papa: a fé não é espetáculo, é preciso pensar com espírito de Deus

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Papa: a fé não é espetáculo, é preciso pensar com espírito de Deus

 

Na missa matutina, Francisco recordou que a Igreja nos pede uma conversão do pensamento, segundo os ensinamentos de Cristo.

 

A religião e a fé não são “um espetáculo”. O Papa começou a semana celebrando a missa na capela da Casa Santa Marta.

 

Na homilia, comentou as leituras do dia: a Primeira dedicada a Naamã o Sírio e o Evangelho de Lucas, em que Jesus explica que nenhum profeta é bem recebido em sua pátria. O Pontífice explicou que neste tempo da Quaresma a Igreja nos faz refletir hoje sobre a conversão do pensamento, das obras e dos sentimentos.

 

A conversão do pensamento

 

“A Igreja nos diz que as nossas obras devem se converter, e nos fala do jejum, da esmola, da penitência: é uma conversão das obras. Fazer obras novas, obras com estilo cristão, o estilo que vem das Bem-aventuranças, em Mateus 25: fazer isto. Também a Igreja nos fala da conversão dos sentimentos: também os sentimentos devem se converter. Pensemos por exemplo na Parábola do Bom Samaritano: converter-se à compaixão. Sentimentos cristãos. Conversão das obras; conversão dos sentimentos; mas, hoje, nos fala da ‘conversão do pensamento’: não daquilo que pensamos, mas também de como pensamos, do estilo do pensamento. Eu penso com um estilo cristão ou com um estilo pagão? Esta é a mensagem que hoje a Igreja nos dá”.

 

Deus não faz espetáculo

 

A propósito do episódio de Naamã o Sírio, doente de lepra, o Papa lembra que ele “vai até Eliseu para ser curado” e é aconselhado a se banhar sete vezes no Jordão. Ao contrário, ele pensa que os rios de Damasco são melhores do que as águas de Israel, “fica irritado e vai embora sem fazê-lo”, recorda Francisco, porque “este homem queria o espetáculo”.

 

“Pensava que Deus vinha somente no espetáculo. E, dentro do espetáculo, a cura. ‘Eu pensava que ele sairia para me receber e que, de pé, invocaria o nome do Senhor, seu Deus, e que tocaria com sua mão o lugar da lepra e me curaria’, esperava o espetáculo. E o estilo de Deus é outro: cura de outro modo. Ele deve aprender a pensar num estilo novo, deve converter o modo de pensar”.

 

O Pontífice notou que o mesmo acontece com Jesus que volta a Nazaré e vai até Sinagoga.

 

Inicialmente “as pessoas o olhavam”, “estavam impressionadas”, “contentes”.

 

“Mas sempre tem um falador que começou a dizer: Mas este, este é o filho do carpinteiro. O que nos ensina? Em que universidade ele estudou? Sim! É o filho de José. Começam a cruzar opiniões, muda o comportamento das pessoas e querem matá-lo.  Da admiração e surpresa ao desejo de matá-lo. Eles também queriam espetáculo. Dizem que fez milagres na Galileia e nós acreditamos. Jesus explica: “Eu garanto a vocês: nenhum profeta é bem recebido em sua pátria”. Isso porque nós resistimos em dizer que alguns de nós podem nos corrigir. Deve vir alguém com o espetáculo a nos corrigir. A religião não é um espetáculo. A fé não é um espetáculo: é a Palavra de Deus e o Espírito Santo que age nos corações.”

 

A graça da conversão

 

“A Igreja”, sublinhou Francisco, “nos convida a mudar a maneira de pensar, o estilo de pensar. Podemos recitar o Credo e todos os dogmas da Igreja”, mas:

“A conversão do pensamento. Não é usual que pensemos desse modo. Não é usual. Também a maneira de pensar, a maneira de crer deve ser convertida. Podemos nos fazer uma pergunta: com que espírito eu penso? Com o espírito do Senhor ou com o próprio espírito, com o espírito da comunidade à qual pertenço ou do grupinho ou da classe social da qual faço parte, com o do partido político ao qual pertenço? Com que espírito eu penso? E procurar saber se penso realmente com o espírito de Deus. Pedir a graça de discernir quando penso com o espírito do mundo e quando penso com o espírito de Deus. Pedir a graça da conversão do pensamento.”

 

Para assistir um trecho da homilia do Santo Padre, clique aqui.

Fonte: Vatican News

Mensagem do Papa Francisco aos jovens: a JMJ é para os corajosos!

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Mensagem do Papa para a JMJ 2018

 

“Maria, não temas, pois achaste graça diante de Deus” é o tema da mensagem do Papa Francisco em preparação à XXXIII Jornada Mundial da Juventude, celebrada em nível diocesano no Domingo de Ramos.

 

Mensagem do Santo Padre Francisco

para a XXXIII Jornada Mundial da Juventude

(Domingo de Ramos, 25 de março de 2018)

«Maria, não temas, pois achaste graça diante de Deus»

(Lc 1, 30)

 

Queridos jovens!

 

A Jornada Mundial da Juventude de 2018 constitui um passo mais na preparação da jornada internacional, que se realizará no Panamá em janeiro de 2019. Esta nova etapa da nossa peregrinação tem lugar no ano em que está convocada a Assembleia Ordinária do Sínodo dos Bispos sobre o tema: Os jovens, a fé e o discernimento vocacional. É uma feliz coincidência. A atenção, a oração e a reflexão da Igreja concentrar-se-ão sobre vós, jovens, no desejo de perceber e, sobretudo, «acolher» o dom precioso que vós sois para Deus, para a Igreja e para o mundo.Jovens JMJ

 

Como já sabeis, para nos acompanhar ao longo deste itinerário, escolhemos o exemplo e a intercessão de Maria, a jovem de Nazaré, que Deus escolheu como Mãe do seu Filho. Ela caminha connosco rumo ao Sínodo e à JMJ do Panamá. No ano passado, guiaram-nos as palavras do seu cântico de louvor – «O Todo-poderoso fez em Mim maravilhas» (Lc 1, 49) –, ensinando-nos a conservar na memória o passado; este ano, procuramos escutar, juntamente com Ela, a voz de Deus que infunde coragem e dá a graça necessária para responder à sua chamada: «Maria, não temas, pois achaste graça diante de Deus» (Lc 1, 30). São as palavras que o mensageiro de Deus, o arcanjo Gabriel, dirigiu a Maria, jovem simples duma pequena povoação da Galileia.

 

  1. Não temas!

 

Compreensivelmente, a inesperada aparição do anjo e a sua saudação misteriosa («Salve, ó cheia de graça, o Senhor está contigo»: Lc 1, 28) provocaram uma forte turbação em Maria, surpreendida por esta primeira revelação da sua identidade e da sua vocação, que Lhe eram ainda desconhecidas. Maria, como outras personagens da Sagrada Escritura, treme perante o mistério da chamada de Deus, que, dum momento para o outro, a confronta com a imensidão do desígnio divino e Lhe faz sentir toda a sua pequenez de humilde criatura. O anjo, lendo no fundo do coração d’Ela, diz-Lhe: «Não temas»! Deus lê também no nosso íntimo. Conhece bem os desafios que devemos enfrentar na vida, sobretudo quando nos deparamos com as opções fundamentais de que depende o que seremos e faremos neste mundo. É a «perplexidade» que sentimos face às decisões sobre o nosso futuro, o nosso estado de vida, a nossa vocação. Em tais momentos, ficamos turbados e somos assaltados por tantos medos.

 

E vós, jovens, quais são os medos que tendes? Que é que vos preocupa mais profundamente? Um medo «de fundo», que existe em muitos de vós, é o de não ser amados, bem-queridos, de não ser aceites por aquilo que sois. Hoje, há muitos jovens que, na tentativa de se adequar a padrões frequentemente artificiais e inatingíveis, têm a sensação de dever ser diferentes daquilo que são na realidade. Fazem contínuos «foto-retoques» das imagens próprias, escondendo-se por trás de máscaras e identidades falsas, até chegarem quase a tornar-se eles mesmos um «fake», um falso. Muitos têm a obsessão de receber o maior número possível de apreciações «gosto». E daqui, desta sensação de desajustamento, surgem muitos medos e incertezas. Outros temem não conseguir encontrar uma segurança afetiva e ficar sozinhos. Em muitos, à vista da precariedade do trabalho, entra o medo de não conseguirem encontrar uma conveniente afirmação profissional, de não verem realizados os seus sonhos. Trata-se de medos atualmente muito presentes em inúmeros jovens, tanto crentes como não-crentes. E mesmo aqueles que acolheram o dom da fé e procuram seriamente a sua vocação, por certo não estão isentos de medos. Alguns pensam: talvez Deus me peça ou virá a pedir demais; talvez, ao percorrer a estrada que Ele me aponta, não seja verdadeiramente feliz, ou não esteja à altura do que me pede. Outros interrogam-se: Se seguir o caminho que Deus me indica, quem me garante que conseguirei percorrê-lo até ao fim? Desanimarei? Perderei o entusiasmo? Serei capaz de perseverar a vida inteira?

 

Nos momentos em que se aglomeram no nosso coração dúvidas e medos, torna-se necessário o discernimento. Este permite-nos pôr ordem na confusão dos nossos pensamentos e sentimentos, para agir de maneira justa e prudente. Neste processo, o primeiro passo para superar os medos é identificá-los claramente, para não acabar desperdiçando tempo e energias a braços com fantasmas sem rosto nem consistência. Por isso, convido-vos, todos, a olhar dentro de vós próprios e a «dar um nome» aos vossos medos. Perguntai-vos: Hoje, na situação concreta que estou a viver, o que é que me angustia, o que é que mais temo? O que é que me bloqueia e impede de avançar? Porque é que não tenho a coragem de abraçar as decisões importantes que deveria tomar? Não tenhais medo de olhar, honestamente, para os vossos medos, reconhecê-los pelo que são e enfrentá-los. A Bíblia não nega o sentimento humano do medo, nem os inúmeros motivos que o podem provocar. Abraão teve medo (cf. Gn 12, 10-11), Jacob teve medo (cf. Gn 31, 31; 32, 8), e de igual modo também Moisés (cf. Ex 2, 14; 17, 4), Pedro (cf. Mt 26, 69-75) e os Apóstolos (cf. Mc4, 38-40; Mt 26, 56). O próprio Jesus, embora a um nível incomparável, sentiu medo e angústia (cf. Mt 26, 37; Lc 22, 44).

 

«Porque sois tão medrosos? Ainda não tendes fé?» (Mc 4, 40). Esta advertência de Jesus aos discípulos faz-nos compreender como muitas vezes o obstáculo à fé não é a incredulidade, mas o medo. Neste sentido, o trabalho de discernimento, depois de ter identificado os nossos medos, deve ajudar-nos a superá-los, abrindo-nos à vida e enfrentando serenamente os desafios que ela nos apresenta. De modo particular para nós, cristãos, o medo nunca deve ter a última palavra, mas ser ocasião para realizar um ato de fé em Deus… e também na vida. Isto significa acreditar na bondade fundamental da existência que Deus nos deu, confiar que Ele conduz a um fim bom mesmo através de circunstâncias e vicissitudes muitas vezes misteriosas para nós. Se, em vez disso, alimentarmos os medos, tenderemos a fechar-nos em nós próprios, a barricar-nos para nos defendermos de tudo e de todos, ficando como que paralisados. É preciso reagir! Nunca fechar-se! Na Sagrada Escritura, encontramos 365 vezes a expressão «não temer», nas suas múltiplas variações, como se dissesse que o Senhor nos quer livres do medo todos os dias do ano.

 

O discernimento torna-se indispensável quando se trata da busca da própria vocação. Pois esta, na maioria das vezes, não aparece logo clara ou completamente evidente, mas vai-se identificando pouco a pouco. O discernimento, que se deve fazer neste caso, não há de ser entendido como um esforço individual de introspeção, cujo objetivo seria conhecer melhor os nossos mecanismos interiores para nos fortalecermos e alcançarmos um certo equilíbrio; porque, então, a pessoa pode tornar-se mais forte, mas permanece em todo o caso fechada no horizonte limitado das suas possibilidades e pontos de vista. Ao contrário, a vocação é uma chamada do Alto e, neste caso, o discernimento consiste sobretudo em abrir-se ao Outro que chama. Portanto, é necessário o silêncio da oração para escutar a voz de Deus que ressoa na consciência. Ele bate à porta dos nossos corações, como fez com Maria, desejoso de estreitar amizade connosco através da oração, falar-nos através da Sagrada Escritura, oferecer-nos a sua misericórdia no sacramento da Reconciliação, tornar-Se um só connosco na Comunhão Eucarística.

 

Mas é importante também o confronto e o diálogo com os outros, nossos irmãos e irmãs na fé, que têm mais experiência e nos ajudam a ver melhor e a escolher entre as várias opções. O jovem Samuel, quando ouve a voz do Senhor, não a reconhece imediatamente e três vezes foi ter com Eli, o sacerdote idoso, que acaba por lhe sugerir a resposta certa a dar à chamada do Senhor: «Se fores chamado outra vez, responde: “Fala, Senhor; o teu servo escuta”» (1 Sm 3, 9). Nas vossas dúvidas, sabei que podeis contar com a Igreja. Sei que há bons sacerdotes, consagrados e consagrados, fiéis-leigos – muitos deles também jovens –, que vos podem acompanhar como irmãos e irmãs mais velhos na fé; animados pelo Espírito Santo, serão capazes de vos ajudar a decifrar as vossas dúvidas e a ler o desígnio da vossa vocação pessoal. O «outro» é não apenas o guia espiritual, mas também quem nos ajuda a abrir-nos a todas as riquezas infinitas da existência que Deus nos deu. É necessário abrir espaços nas nossas cidades e comunidades para crescer, sonhar, perscrutar novos horizontes! Nunca percais o prazer de gozar do encontro, da amizade, o prazer de sonhar juntos, de caminhar com os outros. Os cristãos autênticos não têm medo de se abrir aos outros, de compartilhar os seus espaços vitais transformando-os em espaços de fraternidade. Não deixeis, queridos jovens, que os fulgores da juventude se apaguem na escuridão duma sala fechada, onde a única janela para olhar o mundo seja a do computador e do smartphone. Abri de par em par as portas da vossa vida! Os vossos espaços e tempos sejam habitados por pessoas concretas, relações profundas, que vos deem a possibilidade de compartilhar experiências autênticas e reais no vosso dia-a-dia.

 

  1. Maria!

 

«Eu te chamei pelo teu nome» (Is 43, 1). O primeiro motivo para não temer é precisamente o facto de Deus nos chamar pelo nome. O anjo, mensageiro de Deus, chamou Maria pelo nome. Dar nomes é próprio de Deus. Na obra da criação, Ele chama à existência cada criatura com o seu nome. Por trás do nome, há uma identidade, aquilo que é único em cada coisa, em cada pessoa, aquela essência íntima que só Deus conhece profundamente. Depois, esta prerrogativa divina foi partilhada com o homem, a quem Deus concedeu dar um nome aos animais, às aves e até aos próprios filhos (cf. Gn 2, 19-21; 4, 1). Muitas culturas compartilham esta profunda visão bíblica, reconhecendo no nome a revelação do mistério mais profundo duma vida, o significado duma existência.

 

Quando chama pelo nome uma pessoa, Deus revela-lhe ao mesmo tempo a sua vocação, o seu projeto de santidade e de bem pelo qual essa pessoa será um dom para os outros e se tornará única. E mesmo quando o Senhor quer ampliar os horizontes duma vida, decide dar à pessoa chamada um novo nome, como faz com Simão, chamando-o «Pedro». Daqui veio o uso de adotar um nome novo quando se entra numa Ordem Religiosa, para indicar uma nova identidade e uma nova missão. A chamada divina, enquanto pessoal e única, exige a coragem de nos desvincularmos da pressão homogeneizadora dos lugares-comuns, para que a nossa vida seja verdadeiramente um dom original e irrepetível para Deus, para a Igreja e para os outros.

 

Assim, queridos jovens, ser chamados pelo nome é um sinal da nossa grande dignidade aos olhos de Deus, da sua predileção por nós. E Deus chama cada um de vós pelo nome. Vós sois o «tu» de Deus, preciosos a seus olhos, dignos de estima e amados (cf. Is 43, 4). Acolhei com alegria este diálogo que Deus vos propõe, este apelo que vos dirige, chamando-vos pelo nome.

 

  1. Achaste graça diante de Deus

 

O motivo principal pelo qual Maria não deve temer é porque achou graça diante de Deus. A palavra «graça» fala-nos de amor gratuito, não devido. Quanto nos encoraja saber que não temos de merecer a proximidade e a ajuda de Deus, apresentando antecipadamente um «currículo excelente», cheio de méritos e sucessos! O anjo diz a Maria que  achou graça diante de Deus; não, que a obterá no futuro. A própria formulação das palavras do anjo faz-nos compreender que a graça divina é ininterrupta, não algo fugaz ou momentâneo, e por isso nunca falhará. E no futuro também haverá sempre a graça de Deus a sustentar-nos, sobretudo nos momentos de prova e escuridão.

 

A presença contínua da graça divina encoraja-nos a abraçar, com confiança, a nossa vocação, que exige um compromisso de fidelidade que se deve renovar todos os dias. Com efeito, a senda da vocação não está desprovida de cruzes: não só as dúvidas iniciais, mas também as tentações frequentes que se encontram ao longo do caminho. O sentimento de inadequação acompanha o discípulo de Cristo até ao fim, mas ele sabe que é assistido pela graça de Deus.

As palavras do anjo descem sobre os medos humanos, dissolvendo-os com a força da boa nova de que são portadoras: a nossa vida não é pura casualidade nem mera luta pela sobrevivência, mas cada um de nós é uma história amada por Deus. O «ter achado graça» aos olhos d’Ele significa que o Criador entrevê uma beleza única no nosso ser e tem um desígnio magnífico para a nossa existência. Esta consciência, certamente, não resolve todos os problemas nem tira as incertezas da vida, mas tem a força de a transformar em profundidade. O desconhecido, que o amanhã nos reserva, não é uma obscura ameaça a que devemos sobreviver, mas um tempo favorável que nos é dado para viver a unicidade da nossa vocação pessoal e partilhá-la com os nossos irmãos e irmãs na Igreja e no mundo.

 

  1. Coragem no presente

 

Da certeza de que a graça de Deus está conosco, provém a força para ter coragem no presente: coragem para levar por diante aquilo que Deus nos pede aqui e agora, em cada âmbito da nossa vida; coragem para abraçar a vocação que Deus nos mostra; coragem para viver a nossa fé sem a esconder nem atenuar.

 

Sim, quando nós abrimos à graça de Deus, o impossível torna-se realidade. «Se Deus está por nós, quem pode estar contra nós?» (Rm 8, 31). A graça de Deus toca o hoje da vossa vida, «agarra-vos» assim como sois, com todos os vossos medos e limites, mas revela também os planos maravilhosos do Senhor! Vós, jovens, precisais de sentir que alguém tem verdadeiramente confiança em vós: sabei que o Papa confia em vós, que a Igreja confia em vós!

 

E vós, confiai na Igreja!

 

À jovem Maria foi confiada uma tarefa importante, precisamente porque era jovem. Vós, jovens, tendes força, atravessais uma fase da vida em que certamente não faltam as energias. Usai essa força e essas energias para melhorar o mundo, começando pelas realidades mais próximas de vós. Desejo que, na Igreja, vos sejam confiadas responsabilidades importantes, que se tenha a coragem de vos deixar espaço; e vós, preparai-vos para assumir estas responsabilidades.

 

Convido-vos ainda a contemplar o amor de Maria: um amor solícito, dinâmico, concreto. Um amor cheio de audácia e todo projetado para o dom de Si mesma. Uma Igreja impregnada por estas qualidades marianas será sempre uma Igreja em saída, que ultrapassa os seus limites e confins para fazer transbordar a graça recebida. Se nos deixarmos contagiar pelo exemplo de Maria, viveremos concretamente aquela caridade que nos impele a amar a Deus acima de tudo e de nós mesmos, a amar as pessoas com quem partilhamos a vida diária. E amaremos inclusive quem nos poderia parecer, por si mesmo, pouco amável. É um amor que se torna serviço e dedicação, sobretudo pelos mais fracos e os mais pobres, que transforma os nossos rostos e nos enche de alegria.

 

Gostaria de concluir com as encantadoras palavras pronunciadas por São Bernardo numa famosa homilia sobre o mistério da Anunciação, palavras que manifestam a expetativa de toda a humanidade pela resposta de Maria: «Ouviste, ó Virgem, que conceberás e darás à luz um filho; ouviste que isso não será por obra de varão, mas por obra do Espírito Santo. O anjo aguarda a resposta; também nós, Senhora, esperamos a tua palavra de misericórdia. A tua breve resposta pode renovar-nos e restituir-nos à vida. Todo o mundo, prostrado a teus pés, espera a tua resposta. Dá depressa, ó Virgem, a tua resposta» (Hom. 4, 8-9: Opera omnia, Edit. Cisterc. 4 (1966), 53-54).

 

Queridos jovens, o Senhor, a Igreja, o mundo esperam também a vossa resposta à vocação única que cada um tem nesta vida! À medida que se aproxima a JMJ do Panamá, convido-vos a preparar-vos para este nosso encontro com a alegria e o entusiasmo de quem deseja fazer parte duma grande aventura. A JMJ é para os corajosos! Não para jovens que procuram apenas a comodidade, recuando à vista das dificuldades. Aceitais o desafio?

 

Vaticano, 11 de fevereiro – VI Domingo do Tempo Comum e Memória de Nossa Senhora de Lurdes – de 2018.

 

[Franciscus]

 

Fonte: Vatican News

“24 horas para o Senhor” chegará também às prisões italianas

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“24 horas para o Senhor” chegará também às prisões italianas

 

Nos dias 9 e 10 de março, as igrejas das dioceses de todo o mundo são convidadas a deixar abertas as suas portas initerruptamente, oferecendo assim aos fiéis que desejarem, a possibilidade do acesso à Confissão e à Adoração Eucarística. Nesta quinta edição da iniciativa, o Papa Francisco também encontrará os Missionários da Misericórdia.24 horas para o Senhor

 

O Papa Francisco, na mensagem para a Quaresma, recordou que “se por vezes parece apagar-se em muitos corações o amor, este não se apaga no coração de Deus! Ele sempre nos dá novas ocasiões, para podermos recomeçar a amar”.

 

E uma ocasião propícia para isto – afirmou –  é a iniciativa «24 horas para o Senhor», que convida “a celebrar o Sacramento da Reconciliação num contexto de Adoração Eucarística”.

 

De fato, nos dias 9 e 10 de março, as igrejas das dioceses de todo o mundo são convidadas a deixar abertas as suas portas initerruptamente, oferecendo assim aos fiéis que desejarem, a possibilidade do acesso à Confissão e à Adoração Eucarística.

 

Nesta quinta edição da iniciativa, o Papa Francisco também encontrará os Missionários da Misericórdia, que por desejo do próprio Santo Padre, continuam com sua missão de levar o Sacramento da Reconciliação nos cinco continente, dois anos após o Jubileu da Misericórdia.

 

Na Itália, a iniciativa chegará também às prisões, graças à disponibilidade dos capelães, como antecipou à Agência Sir o presidente do Pontifício Conselho para a Promoção da Nova

 

Evangelização, o arcebispo Rino Fisichella.

 

A iniciativa “24 horas para o Senhor” está no coração do Papa, que falou dela também na mensagem final para a Quaresma. Quais as novidades da edição deste ano?

 

“É verdade, podemos dizer que esta iniciativa – que chega à quinta edição – insere-se sempre mais no coração da Igreja, tanto que tornou-se um momento que parece ser um encontro fixo da Quaresma: o Papa Francisco a incluiu também em sua Mensagem. O tema deste ano é uma expressão do Salmo 30: “Junto de vós está o perdão”. O desejo é o de abrir o coração para fazer entrar a vida de Deus, que o transforma e assim nos faz felizes”.

 

A resposta das Igrejas locais a esta iniciativa, poderíamos dizer que dê corpo a uma espécie de “mapa” das dioceses do mundo em resposta ao Sacramento da Confissão e à Adoração Eucarística. Sob este aspecto, qual o panorama nos diferentes continentes?

 

Das notícias que recebemos quando os bispos vêm a Roma para as visitas “ad limina”, vemos que quando se fala “24 horas para o Senhor”, todos já sabem do que se trata. É um sinal muito importante para nós, porque quer dizer que vivem esta experiência e permitem realizá-la e difundi-la nas próprias dioceses. Precisamente nestes dias, recebi uma carta do Inspetor Geral dos Cárceres que continha a proposta de viver “24 horas para o Senhor” também nas penitenciárias. Os capelães foram alertados para viver esta experiência e este momento de perdão: um momento, este, que foi pensado, desejado e esperado”.

 

Vivemos momentos como estes também no calendário do Jubileu convocado pelo Papa Francisco….

 

“Durante o Jubileu tocamos com a mão como o nosso povo tem a necessidade da misericórdia. É um caminho que continua, uma dimensão que, de maneira especial, vemos entrar sempre mais na vida das nossas comunidades. A experiência do perdão é sem dúvida um das experiências mais belas que podemos experimentar em nossa vida: se porém não o imploramos como dom do Pai, se não nos deixamos perdoar por Ele, não seremos capazes de poder recebê-lo e, por sua vez, perdoarmos os nossos irmãos”.

 

Depois da Quaresma, o foco é o caminho de preparação ao Sínodo dos Jovens. Como vocês estão se preparando para este acontecimento, que terá um “ensaio geral” no encontro dos jovens italianos em agosto com o Papa?

 

“Depois do “24 horas para o Senhor”, no Domingo de Ramos celebraremos em nível diocesano o Dia Mundial da Juventude. Muitos jovens virão a Roma para vivê-la com o Papa Francisco, a espera do Sínodo de outubro. O domingo seguinte será o Domingo da Misericórdia, que este ano será vivido de maneira particularmente solene: o Papa celebrará a Missa na Praça São Pedro, junto com todas as pessoas, grupos, associações, realidades da vida consagrada, que se inspiram na misericórdia. E o tema da misericórdia será retomado também nos dias sucessivos, em que estarão presentes em Roma tantos “Missionários da Misericórdia” que o Papa decidiu enviar pelo mundo durante o Jubileu. Trata-se de um encontro desejado e decidido pelo Santo Padre, que quis encontrar novamente os missionários, dois anos mais tarde, para analisar junto com eles o percurso feito, ouvir os seus testemunhos e manter aceso o sentido vivo do Pai que perdoa sempre, a quem implora a sua misericórdia, removendo todo obstáculo ao perdão”.

 

O processo de reforma do Papa Francesco para a Cúria Romana, como sabemos, segue em frente. Há alguma novidade em relação a este dicastério? 

 

“Também nós estamos à espera de saber o que acontecerá. Muitos passos foram dados, alguns dicastérios fora incorporados. Não posso e não sou capaz de prever os passos sucessivos. Isto não evita que continuemos a viver a experiência da nova evangelização, um tema fundamental e determinante para a vida da Igreja, sobretudo neste momento. Basta pensar no Sínodo de 2012 e na Evangelii gaudium, que podemos definir como uma verdadeira ‘Carta Magna’ da nova evangelização. Independente do êxito da reforma, permanecerá uma dimensão estrutural: o tema da nova evangelização está em primeira alinha na vida da Igreja”. 

 

(Agência Sir)

 

Fonte: Vatican News

Ano Nacional do Laicato segue com ações na Arquidiocese de Salvador

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Ano Nacional do Laicato segue com ações na Arquidiocese de Salvador

 

A Comissão Arquidiocesana para o Ano Nacional do Laicato continua desenvolvendo ações por toda a Arquidiocese. Para que os leigos possam ter acesso ao planejamento, o padre Ricardo Henrique, que está à frente da Comissão e que também é o Coordenador Arquidiocesano de Pastoral, divulgou as seguintes orientações:

 

 

ANO NACIONAL DO LAICATO NA ARQUIDIOCESE DE SÃO SALVADOR DA BAHIA

Imagem Oficial

A Igreja no Brasil está celebrando – de 26 de novembro de 2017 a 25 de novembro de 2018 – o “Ano do Laicato”. O tema escolhido para animar a mística desta iniciativa é: “Cristãos leigos e leigas, sujeitos na ‘Igreja em saída’, a serviço do Reino” e o lema: “Sal da Terra e Luz do Mundo” (Mt 5,13-14).

 

A Constituição Dogmática Lumen Gentium nos ensina sobre o significado da palavra leigo:

 

Por leigos entendem-se aqui todos os cristãos que não são membros da sagrada Ordem ou do estado religioso reconhecido pela Igreja, isto é, os fiéis que, incorporados em Cristo pelo Batismo, constituídos em Povo de Deus e tornados participantes, a seu modo, da função sacerdotal, profética e real de Cristo, exercem, pela parte que lhes toca, a missão de todo o Povo cristão na Igreja e no mundo (LG, 31).

 

O Ano do Laicato tem o seguinte objetivo geral:

 

Como Igreja, Povo de Deus, celebrar a presença e a organização dos cristãos leigos e leigas no Brasil; aprofundar a sua identidade, vocação, espiritualidade e missão; e testemunhar Jesus Cristo e seu Reino na sociedade. “É nossa intenção refletir sobre a dimensão pastoral, evangelizadora e missionária que cristãos leigos e leigas, por meio do testemunho, da santidade e da ação transformadora, exercem no mundo e na Igreja” (Doc. 105, n. 4).

 

Sabe-se que a unidade da Igreja acontece na diversidade de rostos, carismas, funções e ministérios. O dom do Espírito se efetiva na ação concreta de cada membro da comunidade que “desce e entra em tudo que é humano, que constrói um mundo mais humano e que nos humaniza” (Evagelli Gaudium – A alegria do Evangelho, n. 24). Nesse sentido, leigos e leigas têm um papel fundamental com sua inserção no mundo do trabalho, na família, na política, na cultura e educação, nas comunicações, no cuidado com a nossa Casa Comum e em outros campos de ação ou areópagos modernos.

 

A Assembleia dos Serviços Arquidiocesanos da Ação Pastoral, que aconteceu no dia 21 de outubro de 2017, teve como foco o Ano Nacional do Laicato. Foram trabalhados os últimos pontos do documento 105 e foram realizados trabalhos em grupos, com intuito de planejar o Ano do Laicato, a partir das seguintes dimensões: Eventos, Comunicação, Catequese, Celebração e Formação. O fruto gerado durante a Assembleia foi a criação da Comissão Arquidiocesana para o Ano do Laicato.

 

Organização das Frentes de Ação:

 

  • Estão planejadas 12 frentes de ação para o Ano do Laicato na Arquidiocese;
  • As atividades contemplam as diferentes instâncias: arquidiocesana, forânea e paroquial, além de seus desdobramentos nas Pastorais e Organismos;
  • As ações estão distribuídas ao longo do ano e praticamente coincidem com o que é sugerido pela Comissão Nacional da CNBB [Conferência Nacional dos Bispos do Brasil];
  • Aplicam-se os eixos sugeridos pela Comissão Nacional: Comunicação, Celebração, Catequese, Formação (inclui Subsídios) e Eventos;

Frentes de Ação:

 

  • Pré-Lançamento do Ano do Laicato;
  • Missa de Abertura Arquidiocesana do Ano Nacional do Laicato;
  • Visitação do Ícone da Sagrada Família nas foranias;
  •   Encontro dos Cristãos Leigos e Leigas da Arquidiocese de Salvador da Bahia;
  • Fórum Arquidiocesano de Profissionais Católicos;
  • Seminários Temáticos por foranias;
  • Encontros de Reflexão;
  • Exposição itinerante de fotografias de mulheres líderes da nossa Igreja;
  • Semana Missionária;
  • Festival de Música Católica;
  • Fórum Arquidiocesano de Fé e Política;
  • Semana Nacional do Laicato;
  • Encerramento do Ano do Laicato;

Respondendo às exigências apontadas no documento 105, a Arquidiocese de São Salvador criou a Equipe Arquidiocesana de Formação Permanente para os Leigos, que organizará um programa formativo que contribuirá na caminhada formativa-pastoral das Foranias, Paróquias e Serviços Arquidiocesanos.

 

Enfim, a perspectiva no Ano do Laicato é unir forças, valorizar e validar ações existentes em diversos setores da Arquidiocese, ampliando-as e potencializando-as. A proposta é que as formações aconteçam dentro de um planejamento que atenda e estejam inseridas nas atividades das Foranias e Paróquias.

 

É válido salientar que durante o Ano do Laicato nos comunicaremos através dos seguintes contatos:

Comissão para o Ano do Laicato – E- mail: <anodolaicato.salvador@gmail.com>;

 

  • Secretaria de Pastoral – E-mail: <pastoral@arquiprimaz.org.br> e Tel. (71) 4009-6605 / 4009-6636;
  • Contaremos também com a colaboração da Pastoral Arquidiocesana de Comunicação (Pascom).

Pe. Ricardo Henrique Oliveira Santana

Coordenador Arquidiocesano de Pastoral

 

Fonte: Arquidiocese de São Salvador